Yaguarê Yamã Aripunãguá é escritor.
Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
Não tenho. Antes tinha. Como sou professor do estado em dois horários fica muito difícil para eu manter meus hábitos tradicionais. Rsss. Mesmo assim vira e enche estou voltando as raízes.
Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita?
É diferente. Tenho rituais sim. Bem. Não tenho tempo certo. A inspiração vem nos momentos de conversa com meus patrícios ou no momento que estou analisando uma simples prova de aula dos meus alunos. Penso muito mas quando “ela” a inspiração vem é pra valer. Eu não gosto de perder tempo só a deixo quando termino isso pode demorar dias seguidos. Claro com intervalos rsss. Mas uma mão nas outras atividades e outra no computador. Quanto ao ritual. Imagina só. Eu pego, tomo banho. De preferência de Rio. Retorno. Vou para casa e depois de olhar pelo quintal onde há muitas árvores retorno ao computador. Sempre é assim.Sem banho não há imaginação. rsss
Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária?
Para não fugir da mente não deixo o computador enquanto não termino o capítulo caso for livro grande. Contos infantis prefiro fazer e só me desligar dele quando estou de pronto. Se deixo o computador pra fazer outra atividade não deixo o pensamento. Aliás jamais. Rsss. Sempre pensando até que termine. E quando termino ainda passo um tempo observando e analisando as possibilidades de mudanças.
Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
Bem para te ser sincero. No momento da escrita evito pesquisar. Sendo assim. Eu leio muito todo momento para justamente aprender e evitar correr atrás de dados. Mas quando não tem jeito. Me sinto confortável pesquisar e retornar sem problemas nenhum.
Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
Tenho medo sim. Trabalhos já planejados. Desses que tem por obrigação fazer ou contratados é difícil principalmente quando tem prazo rsss. Mas penso assim: é aí que tenho que provar a mim mesmo que sou bom.
Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los?
Não costumo mostrar. Mas eu leio e releio um bom tempo. Analiso. As vezes salvo e faço outro de uma outra forma e aí comparo.
Como é sua relação com a tecnologia? Você escreve seus primeiros rascunhos à mão ou no computador?
Não escrevo rascunho. Vou direto ao ponto. Vou pro computador. Não sei mais escrever com caneta. Antes sabia.
De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativo?
Como adoro contos ou literatura fantástica eu viajo muito na imaginação. Procuro esse momento do fantástico. Imagino. Vou longe. Sonho se possível. Tendo me colocar na história. Se é loucura. Bom acho muito legal. Esse negócio de criar e imaginar aventuras e animais fantásticos e comigo mesmo.
O que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longo dos anos? O que você diria a si mesmo se pudesse voltar à escrita de seus primeiros textos?
Não. Só tende a melhorar. Não volto atrás. Sou de experimentar novas ideias.
Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
Tem quatro livros. Gostaria de terminar minha participação como escritor escrevendo esses quatro livros: dois geográficos: geografia indígena do Amazonas e outro geografia de Parintins. (Preciso ter coragem pra começá-los. Já tentei. Parei. Fugi. Mas sei que um dia vou ter que encarar. Os outros dois: um romance: A Margarida violada. É um outro. Está pronto praticamente pronto. Só falta terminar. Esse está mais fácil de realizar: um dicionário da língua se meu povo. Dicionário Maragua – português.