Wladyr Nader é escritor e jornalista.
Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
Como também sou professor universitário, meu tempo no período é restrito. Em todo caso, digamos que majoritariamente minha opção preferida é escrever pela manhã.
Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita?
Para complementar a resposta anterior: se tivesse dia livre e vivesse de literatura, com direitos autorais em conta bancária todo mês, minha ordem seria: escrita de manhã, leitura à tarde e, à noite, preferencialmente, filmes, peças de teatro, música e bons amigos e amigas para boas conversas.
Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária?
Passo horas escrevendo e reescrevendo textos, porém volta e meia paro e começo tudo de novo se não está a contento.
Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
Não me volto essencialmente para notas, prefiro o que está, digamos, quase pronto. Vivo fazendo mudanças, porém.
Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
Fraquezas não me assustam muito mas prefiro dizer que vou até as últimas consequências, se não me considero satisfeito.
Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los?
Tantas quanto forem necessárias. Prefiro não mostrar a ninguém, apenas para não incomodar.
Como é sua relação com a tecnologia? Você escreve seus primeiros rascunhos à mão ou no computador?
Sempre uso computador. E nem olho mais para minha Olivetti, na verdade. Só me preocupo com limpá-la de tempos em tempos.
De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativo?
Não. Gosto de ser movido por fatos concretos mas sobretudo os que envolvem os mais infelizes.
O que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longo dos anos? O que você diria a si mesmo se pudesse voltar à escrita de seus primeiros textos?
No começo de minha carreira, achei que o campo mais interessante seria o dos contos. Ultimamente só venho trabalhando com romances, como os recentes Sumidouro e Antes Que Eu Perca a Cabeça, publicados integralmente durante meses em meu blog.
Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
Vivo tendo planos e por isso só quando satisfeito com determinado planejamento me contento e toco o barco.