Vera Lucia Fávero Margutti é escritora.
Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
Sim, começo me exercitando na cama mesmo, com alongamentos e pedaladas. Após, ainda deitada faço meditação e uma oração. Como moro no campo, amo levantar e apreciar a natureza, olhar e sentir o dia que amanhece e se levanta junto comigo, o cantar felizes dos pássaros, galos e galinhas, o mugir das vacas. O perfume das flores. A suave brisa da manhã que sempre me acaricia e me convida a uma caminhada. Nem sempre aceito o convite, deixo para mais tarde e me ocupo com o preparo do café da manhã que na companhia do esposo o saboreio. Alguns dias necessito ir a cidade de Maringá, para compras ou eventos literários, confesso que esses dias são um pouco estressantes, por isso gosto de ir pela manhã para regressar, o quanto antes. Ainda preservamos nossa casa lá e a usamos de passagem.
Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita?
Não tenho um horário certo, mas pela manhã aprecio mais e sinto que produzo melhor. Estou sempre preparada para escrever sem rituais predefinidos, mas gosto de ouvir musicas clássicas instrumentais e também sinto que a aromaterapia com os óleos essenciais me ajudam.
Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária?
Escrevo uma poesia ou poema todos os dias. Os versos fluem naturalmente sem obrigatoriedade, talvez uma necessidade. Tenho material para publicar uns 3 livros de poesia, mas só tenho 1(hum) publicado até o momento, porque poesia são pássaros livres que voam assim que nascem. Outros gêneros, por ex. contos e crônicas escrevo conforme vem a inspiração do tema e o desejo de escrever sobre.
Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
O começo é sempre duvidoso até encontrar o fio do novelo, depois é só segui-lo guiado pelas anotações e no movimento de vai e vem com a leitura o texto vai ganhando corpo.
Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
Eu travo sob pressão, não sei produzir sob altas expectativas. Preservo sempre minha liberdade de tempo para não gerar ansiedades… não sou de projetos longos, prefiro o imediatismo.
Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los?
Reviso muitas vezes e gosto de revisores e leitura crítica de amigos.
Como é sua relação com a tecnologia? Você escreve seus primeiros rascunhos à mão ou no computador?
Vou anotando as ideias em um caderno de cabeceira ou até mesmo no celular, depois passo para o computador.
De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativa?
Minhas ideias vêm do meu contato com a natureza e com as vivências do dia a dia, leituras e notícias também me inspiram a desenvolver temas e títulos de livros. Cultivo hábitos simples e naturais como lidar com minhas plantas, fazer meus próprios cosméticos e outros artesanais.
O que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longo dos anos? O que você diria a si mesma se pudesse voltar à escrita de seus primeiros textos?
Acho que aprimorei muito minha escrita criativa. Diria que são escritas comuns, carente de figuras de linguagens.
Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
Escrever romance. Não tenho um livro que gostaria de ler, tenho muitos que já existem e não dou conta de ler.