Vanda Felix é escritora e professora de português.
Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
Começo meu dia por volta das 6h da manhã, pois assumo minha primeira jornada, fora de casa, às 7h.
Acordo, me levanto, escovo os dentes, faço uso das minhas medicações diárias, cumpro a rotina de higiene e alimentação dos meus gatos, tomo meu banho, meu café (que meu marido prepara) e saio para o primeiro turno de aulas (sou professora).
Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita?
Para escrever, não costumo seguir nenhum ritual pré-estabelecido, mesmo porque, meus horários variam ao longo da semana.
Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária?
Em geral, os textos me vêm à mente, nos momentos mais inusitados. Às vezes, recorro aos gravadores de voz para que, na primeira oportunidade, possa transpô-los para o papel (sempre registros manuscritos antecedem aos digitados) e, nos pequenos intervalos ao longo do dia (como agora), procedo à digitação, seja por meio do celular (mais frequentemente), tablet ou notebook.
Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
Meu processo de escrita se dá por meio de motes e inspiração, de forma que a discussão de um determinado tema, a veiculação de uma notícia pela mídia, ou mesmo o recorte de uma paisagem no caminho, me servem como motivadores da escrita.
Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
Os registros iniciais, sejam por meio de gravação, esboço ou rascunho, são realizados no momento em que surgem os motes. Já o desenvolvimento, revisão e publicação dependem das “brechas” de tempo ao longo do dia, uma vez que leciono em 3 períodos e os horários se alternam ao longo da semana (razão pela qual dei o nome de “Intetvalos”, ao blogue no qual faço minhas publicações).
Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los?
Geralmente, não me aprofundo em revisões, pois cedo facilmente à tentação de alterar por completo a estrutura da escrita, mas costumo contar com as avaliações críticas de amigos, que pontuam os aspectos positivos e negativos de minhas produções. A partir daí, faço, pontualmente, as intervenções necessárias.
Como é sua relação com a tecnologia? Você escreve seus primeiros rascunhos à mão ou no computador?
Sinto-me mais segura e confortável ao escrever, primeiramente, a mão.
De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativa?
As ideias surgem das vivências cotidianas: problematizações em sala de aula, discussões em grupos de trabalho, noticiários, conversas em família, paisagens, momentos de insônia, enfim, surgem da minha ação e forma de viver a vida.
O que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longo dos anos? O que você diria a si mesma se pudesse voltar à escrita de seus primeiros textos?
Acho que me aprimorei bastante. Ontem mesmo (5/3), revisitei minhas primeiras produções escritas na faculdade (já idos cerca de quase 25 anos). Acho que, hoje, minha escrita está bem mais madura, estou mais livre para registrar minhas impressões, menos presa a formas e padrões e isso quer dizer que me sinto mais criativa e mais segura.
Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
Tenho muito material escrito que gostaria de ver publicado. Há, no entanto, a necessidade de uma seleção e categorização dos conteúdos. Gostaria de ver publicado um livro sobre minhas relações familiares, outro sobre minhas experiências com as crianças e, ainda, um sobre aflições da alma. Estou, no momento, finalizando meu primeiro livro infantil.