Thiago Lee é autor de “O Homem Vazio” e podcaster no Curta Ficção.
Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
Como eu trabalho longe de casa, eu acordo, me apronto e saio de casa bem rapidinho. Só vou tomar café no escritório mesmo.
Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita?
Como moro em cidade grande e tenho que conciliar emprego, freelance e tarefas domésticas, eu precisei me adaptar a escrever sempre que sobra um espacinho de tempo, sem pensar muito em rituais. Porém costumo trabalhar melhor de manhã ou no intervalo de almoço, pois de noite normalmente já estou estafado do trabalho.
Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária?
Depende muito do projeto que eu esteja tocando. Mas costumo focar mais quando tenho um projeto pra entregar. Muito raramente trabalho com metas de escrita.
Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
Eu costumo anotar as ideias no celular e começar a escrever quando algo parece promissor (mas sempre descartando quando não vai pra frente). Sempre é difícil dar o pontapé inicial, e o que me ajuda é saber que posso sempre revisitar um texto ruim depois com uma mentalidade mais aberta.
Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
Recebo muita ajuda de meus pares e meus amigos de escrita. Só consigo sair de um bloqueio contando a história pra alguém, colocando as ideias pra fora e pegando outras opiniões além da minha. Sem apoio não consigo terminar nada.
Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los?
Depende de vários fatores, mas costumo reescrever duas vezes antes de mostrar para alguém, e depois disso mais algumas antes de considerar para publicação.
Como é sua relação com a tecnologia? Você escreve seus primeiros rascunhos à mão ou no computador?
Eu alterno muito entre os dois. O papel me ajuda a organizar as ideias, e o computador/celular a produzir mais rápido.
De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativo?
Ler muito, consumir muito conteúdo, visitar lugares novos (às vezes um bairro novo, um café novo já ajuda) e conhecer gente nova. Minha fonte de inspiração é sair da zona de conforto cultural e social.
O que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longo dos anos? O que você diria a si mesmo se pudesse voltar à escrita de seus primeiros textos?
Eu mudei bastante minha mentalidade, fiquei mais criterioso quanto à qualidade do texto. Se eu puder voltar, eu falaria a mim mesmo para perder a vergonha e escrever, escrever e escrever. Só com a prática vem a perfeição.
Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
Gostaria de escrever não ficção literária. Falar de fatos e pessoas reais de um modo cativante, como se fosse uma história de ficção. Eu gostaria de ler uma saga de fantasia ambientada no Nordeste, com personagens brasileiros em sua essência, e não “americanizados”.