Telma Cunha é escritora.
Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
Acordo cedinho, gosto de olhar as reticências do meu jardim, enquanto saboreio os beijos dos primeiros raios do sol.
Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita?
Não tenho hora. Só preciso de silêncio para ecoar-me…
Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária?
Tem dias em que o poema flerta comigo, mas não vem.
Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
Nunca havia pensado em processo de escrita até a tua pergunta!
Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
Não tenho expectativas: não faço força para viVER a paLAVRA!
Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los?
Não reviso tanto quanto deveria. Mas gosto de mostrar ao POETA (assim mesmo, com letras garrafais!) Antonio Juraci Siqueira.
Como é sua relação com a tecnologia? Você escreve seus primeiros rascunhos à mão ou no computador?
Tenho rascunhos por todos os lugares: muitos manuscritos… no computador, no celular! Às vezes escrevo até na palma da mão.
De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativa?
Na certeza que na ausência de asas, eu sou raiz. O único hábito é o mergulho em mim…
O que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longo dos anos? O que você diria a si mesma se pudesse voltar à escrita de seus primeiros textos?
Que eu não tenho mais uma exata medida, que hoje só me vejo cabendo nas aspas da poesia.
Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
O livro autobiográfico que escreverei quando tiver oitenta anos. Aos oitenta, podemos falar sem censura! (risos)