Sofia Osório é escritora e produtora de conteúdo.

Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
Costumo acordar cedo. Sim, eu me considero uma morning person. Acordo cedo, coloco uma boa música e começo a me arrumar para o dia. Em seguida, vou tomar café da manhã. Depois, quando é período letivo, as aulas costumam começar bem cedinho, às 07:30 da manhã já tô em sala.
Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita?
Como eu já disse anteriormente, me considero uma pessoa das manhãs. Gosto de acordar cedo. Ao contrário da maioria das pessoas, eu funciono melhor quando já começo a trabalhar depois do café da manhã. Porém, como neste presente momento (2021), eu sou uma estudante de jornalismo que faz faculdade pelas manhãs, acaba que eu encaixo a escrita nas tardes ou nas noites, fins de semana, quando dá.
Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária?
Tento sempre escrever um pouco todos os dias. Não consigo passar muito tempo sem escrever, ou enlouqueço. Em compensação, não estou trabalhando com metas de escrita diárias. Minha meta é escrever. Pode ser um parágrafo, uma página, cinco páginas, uma crônica, um conto. Desde que eu escreva. Sempre cumpro essa meta? Não. Mas estamos tentando.
Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
ADORO o processo de compilar notas e pesquisar e planejar a história. E tenho que dizer que isso é um PERIGO haha! Tenho um projeto de ficção fantástica que é desses que exige bastante planejamento mesmo. Afinal, é uma história com portais mágicos e viagem no tempo e gerações de personagens. Acho que o primeiro livro dessa saga só deve sair lá pra 2023 hahaha.
Mas o que eu costumo fazer, nesse caso, é ir escrevendo enquanto pesquiso e enquanto planejo. Pesquiso e planejo o básico, e vou escrevendo enquanto pesquiso e planejo os demais detalhes.
Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
Essa é a pergunta de um milhão de reais. Sou uma pessoa muito ansiosa, e tenho o péssimo hábito de fazer as coisas parecerem mais complicadas do que realmente são na minha cabeça, do que na realidade. Dizem que é por eu ser canceriana ~ mas não acredito em signo.
A forma como eu lido melhor com essas questões, é sempre recorrendo à minha rede de apoio. Tenho pessoas muito importantes pra mim, escritoras ou não, com quem eu converso, seja sobre literatura, seja sobre a vida, seja sobre o bloqueio, seja sobre o tudo mais. Conversar com outros seres humanos me ajuda.
Além disso, a música está sempre muito presente nesses momentos, apesar de eu desconfiar que ela acaba me levando mais à procrastinação do que me tirando dela. Uma pena. Pois eu adoro ouvir música. Ela me faz adentrar na mente dos personagens. O problema é quando isso me impede de sentar e escrever.
Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los?
Geralmente eu mostro pra pelo menos uma pessoa se for um texto mais curto, antes de enviar pra algum canto, por exemplo. No caso da minha publicação independente, Medos Rabiscados, eu ia mostrando os textos individuais pra algumas pessoas, e depois o livro como um todo passou por leitura crítica.
Não existe um número certo de vezes que eu reviso antes de saber que eles estão prontos. Mas acho que se a gente for revisar até ficar perfeito, não vamos parar de revisar nunca, e ninguém jamais lerá os nossos escritos. Acho que nessas horas os prazos ajudam bastante. Tanto os prazos de editais, concursos, etc, quanto os meus prazos pessoais que eu mesma me estabeleço.
Como é sua relação com a tecnologia? Você escreve seus primeiros rascunhos à mão ou no computador?
Antes eu só escrevia no computador, celular ou tablet. O melhor é sempre no computador, acho mais confortável, também posso abrir várias abas e pesquisar enquanto escrevo (isso é um perigooo, como já disse lá em cima). O bom do celular e do tablet é que posso escrever de qualquer lugar.
Nos últimos meses, tenho também utilizado da escrita à mão, principalmente nos momentos de bloqueio criativo. Não chego a escrever textos longos nem nada do tipo, mas adoro preencher meus cadernos com inícios de contos, crônicas, pequenas faíscas de inspiração, também para anotações rápidas e exercícios de escrita.
De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativa?
Acho que o principal “hábito” que eu poderia dizer que eu cultivo em relação à criatividade e ideias, é o meu Cadernin’ da Escritora. Um quadro no Trello onde eu anoto todas as minhas ideias para histórias, crônicas, personagens, cenários, qualquer coisa. Fiz um post no Criativando Livremente explicando como funciona aqui.
Muito texto meu já surgiu desse Cadernin’ . E ele nada mais é do que a minha forma de armazenar em um mesmo local tudo o que eu encontro de inspirador aí pelo mundo afora.
O que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longo dos anos? O que você diria a si mesma se pudesse voltar à escrita de seus primeiros textos?
Eu diria a mim mesma pra estudar sobre escrita criativa, aprender o máximo possível e entender que o livro não vai se escrever sozinho. Também pra conversar com outros escritores, porque essa rede de amigos literários é a melhor coisa que existe.
Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
Vem aí um livro sobre livros, livrarias e pessoas. Não posso falar muito mais sobre, pois ainda estou estruturando. Mas tenho ótimas expectativas pra ele.
Eu gostaria de ler todos as minhas ideias de livros que tenho na minha lista de livros para escrever. Que não são poucas.