Sacolinha é romancista, contista e cronista.
Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
Acordo às 5h. Faço meditação e exercícios. Depois do banho tomo café, rego a minha horta e vou trabalhar, em casa mesmo. Minha rotina de trabalho começa com leitura. Depois respondo aos e-mails, emito nota fiscal, preparo livros para enviar pelo correio e etc.
Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita?
Trabalho melhor na parte da manhã. Mas nem sempre escrevo pela manhã. Escrevo mais a tarde ou a noite. Meu ritual para a escrita é: “Tenho que escrever”. E vou para o computador, rs.
Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária?
Escrevo quando tenho que escrever. Seja quando tem alguma encomenda, quando estou devendo algum texto ou quando vem a ideia.
Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
Geralmente eu crio um rascunho antes de tudo. E é um rascunho com pesquisa, imaginário e ficção. Crio este rascunho até lavando louça ou limpando a casa. Quando a ideia está toda rascunhada aí eu coloco uma meta, um prazo. E dificilmente eu não cumpro este prazo.
Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
Muitas vezes uma caminhada resolve. Mas quando não é a caminhada é o prazo. Eu me dou bem com prazos de entrega. A data limite vai se aproximando e eu vou produzindo cada vez mais, pois detesto pressão e cobranças, logo, para não ser pressionado e nem cobrado, procuro cumprir os prazos.
Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los?
Sou como Anatole France “Reviso até que o texto sorria para mim”. Sim, costumo mostrar antes de publicar. Inicialmente para a minha revisora. Ela tem um olhar estético muito apurado. Depois passo para alguns amigos escritores.
Como é sua relação com a tecnologia? Você escreve seus primeiros rascunhos à mão ou no computador?
Não romantizo essa parte. Por não ter computador já escrevi tanto à mão que agora não faço questão nenhuma. Somente o rascunho inicial que faço à mão.
De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativo?
Eu sou um sujeito de sorte. Tenho várias fontes de inspiração: minha horta, meus carros velhos que coleciono, minhas caminhadas e minhas leituras, tudo serve como terapia, como higiene mental e me dão ideias. E mesmo que não deem ideias em algum momento, os prazos a cumprir fazem este papel, como já disse mais acima.
O que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longo dos anos? O que você diria a si mesmo se pudesse voltar à escrita de seus primeiros textos?
Meu tempo de produção agora é outro. Antes eu sentava e escrevia. Agora deixo a ideia se desenhar na minha cabeça, amadureço-a através dos rascunhos e só então sento para escrever.
Não tenho o que dizer para o “eu” do passado. Acredito que fiz realmente da forma que era pra fazer.
Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
Faço tantos projetos que na verdade gostaria era de diminuir, rs. Mas enfim, gosto de cinema e já fiz alguns trabalhos nesta área, porém, ainda não fiz um roteiro de um longa. Gostaria de fazer.
Sobre o livro que eu gostaria de ler, tem tanto livro aqui em minha biblioteca particular que eu não dei conta de ler ainda, que acredito que vou me deparar com este livro qualquer dia desses. Então, prefiro nem pensar em um livro que não existe.