Rodrigo Kanayama é professor da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná.
Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
Eu começo meu dia com exercícios físicos. Todos os dias, exceto se tenho compromissos profissionais. Após os exercícios, começo a trabalhar em meu escritório de advocacia. Essa é minha rotina matinal.
Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita?
Para escrever trabalhos acadêmicos, prefiro o turno da noite, depois das 19 horas. É o momento de calmaria, quando não há mais compromissos e reuniões. Eu escrevo até às 22h, meu limite diário. Normalmente, tenho duas ou três noites livres por semana.
Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária?
Eu prefiro escrever um pouco todos os dias, mas não tenho metas. As minhas metas e objetivos são definidas conforme os projetos por mim executados e segundo os prazos que tenho.
Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
Eu utilizo métodos pessoais para organização de material. Faço anotações em um programa de computador – o Evernote – e, após colhidas informações, inicio a redação. Eu creio que a redação é, também, importante para visualizar o projeto. Só consigo concluir a pesquisa se a escrita foi iniciada.
Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
Utilizo programas de computador e um método próprio de organização. Eu enumero atividades por datas para definir as fases do trabalho. Faço a gerência das fases nesses programas de computador. Sem eles, seria difícil trabalhar em tantos projetos ao mesmo tempo.
Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los?
Eu leio o artigo concluído uma vez e volto a lê-lo alguns dias após. Às vezes, peço ajuda a outras pessoas. Mas, em geral, concluo o trabalho sozinho.
Como é sua relação com a tecnologia? Você escreve seus primeiros rascunhos à mão ou no computador?
Como eu disse antes, a tecnologia é fundamental. Eu utilizo vários programas que me auxiliam na pesquisa, na organização e na escrita. Testei vários e decidi por usar alguns. Só para exemplificar, eu uso o Evernote, o Todoist, o Ulysses. Eu redijo no Ulysses e, concluída a redação, transfiro para o Word, para formatação.
De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativo?
Leio muito e diariamente. As ideias surgem. Pela manhã, leio jornais (Estadão, Gazeta do Povo, Valor Econômico) e revistas (The Economist, Piauí). À noite, leio livros (prefiro obras literárias). Eu acompanho semanalmente os informativos dos Tribunais Superiores, além de alterações legislativas.
O que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longo dos anos? O que você diria a si mesmo se pudesse voltar à escrita de sua tese?
Eu tentaria ser mais organizado, tal como faço hoje.
Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
Tenho vários projetos parados e aguardando início. Alguns livros jurídicos.