Roberta Spindler é escritora, autora de A Torre Acima do Véu (Giz Editorial, 2014) e Heróis de Novigrath (Editora Suma, 2018).
Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
Costumo escrever pela parte da manhã. Primeiro delimito a cena em que pretendo trabalhar e a escrevo. O objetivo é chegar a 2 mil palavras por dia. Claro que nem sempre chego nessa marca, mas ter uma meta a alcançar me ajuda a ser mais produtiva.
Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita?
Com certeza durante a manhã, gosto de acordar cedo e escrever. Sobre rituais, costumo escutar uma música ambiente ou uma trilha sonora de algum filme.
Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária?
Enquanto estou trabalhando em um projeto, escrevo todos os dias, menos nos finais de semana. A minha meta, como mencionei acima, é de 2 mil palavras.
Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
Gosto de delimitar cada cena antes de começar o projeto de fato. Também prefiro fazer a maior parte da pesquisa antes da escrita. Depois de ter uma espécie de resumo pronto, com personagens, lugares e as cenas preparadas, começo a escrever de fato.
Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
Acredito que uma rotina clara ajuda a evitar o bloqueio criativo e a procrastinação. Eu também procuro evitar as redes sociais enquanto estou escrevendo. A ansiedade para projetos longos só passa quando tal projeto está pronto, mas o importante é manter o foco.
Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los?
Eu costumo revisar bastante meus textos, sou muito perfeccionista e a cada releitura acredito que posso melhorar algo. Também envio minhas histórias para leitores betas e pessoas que confio que vão me dar um feedback importante.
Como é sua relação com a tecnologia? Você escreve seus primeiros rascunhos à mão ou no computador?
Depende muito da história. Já trabalhei só no computador, mas os meus dois últimos projetos, incluindo meu livro mais recente, Heróis de Novigrath, escrevi primeiro em um caderno. Gostei bastante da experiência e senti que quando passava o primeiro rascunho para o computador, ele já vinha mais polido.
De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativa?
Acredito que as ideias vêm do conteúdo que consumo, dos meus gostos pessoais e da minha vivência.
O que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longo dos anos? O que você diria a si mesma se pudesse voltar à escrita de seus primeiros textos?
Acredito que estou muito mais focada e também melhor preparada para escrever minhas histórias. Cada livro é um aprendizado e sinto que minha escrita amadureceu bastante. Acho que diria à minha “eu” mais jovem para ter paciência na hora de publicar seus livros.
Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
Tenho um projeto que envolve uma lenda bem conhecida da minha cidade, Belém, sobre uma cobra gigante adormecida no subsolo. É uma fantasia urbana com toda a identidade paraense que um dia pretendo escrever!