Naiara S. Santos (Nay Rosário) é escritora, mediadora do Clube Lesbos Salvador (um espaço feminino voltado para a literatura lésbica/ bissexual).
Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
Olhando as redes sociais e tomando uma caneca de café para despertar corpo e mente. A rotina é sempre a mesma: um banho frio, café preto e checagem de redes. Passo então para os textos.
Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita?
À noite. Sem dúvidas, é quando eu rendo e produzo mais. Enquanto todos dormem e o silencio impera. Quando começo a pensar em personagens e roteiros, anoto os itens e os organizo – ou tento. Traço um perfil de maneira que possam ser acessíveis ao leitor, mas tenho cuidado nas descrições para não sugestionar em demasia.
Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária?
Depende. Há dias em que vem um turbilhão de ideias e as digito. Outras épocas vou escrevendo cerca de 30 minutos por noite. Sempre a noite.
Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
Ideia central, observar o tipo de texto que se desvenda (pode parecer um enredo curto para contos ou transformar em romance), anotações, mapas conceituais e escritas. Passeio por várias fontes de pesquisa desde buscadores até livros antigos que possam agregar conhecimento.
Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
Tento não deixar as inseguranças sobressaírem meu propósito. As travas são normais e, geralmente, é uma mensagem cerebral de que preciso desacelerar. Escrevo fragmentos e contos enquanto aguardo o tempo.
Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los?
Muitas vezes e confio sua leitura a algumas revisoras críticas de minha confiança.
Como é sua relação com a tecnologia? Você escreve seus primeiros rascunhos à mão ou no computador?
Bem amistosa, eu diria. Escrevo em um caderno e os passo para os arquivos virtuais.
De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativa?
Sou bastante observadora do cotidiano e também amante da natureza. Vejo pessoas em suas ações cotidianas e, às vezes, tenho um insight. Beber chá e café, ler constantemente e temas variados contribuem para a manutenção da criatividade.
O que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longo dos anos? O que você diria a si mesma se pudesse voltar à escrita de seus primeiros textos?
Passei a ser mais organizada com tudo, criei um roteiro mental e o sigo. Diria para continuar, pois aquilo que parecia bobagem ainda lhe renderia bons frutos e algumas aventuras.
Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
Revisar meus dois primeiros romances e publicá-los em ebook e/ou físico. Nossa Forma de Amar e A Dama de Preto. Ambos de minha autoria e trazem histórias surpreendentes em seus enredos. Um pouco de misticismo, mistério e sedução nunca faz mal.