Mônica Horta Azeredo é escritora.
Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
Acordo e me organizo para sair e fazer minhas atividades físicas. Depois volto e tomo café, normalmente pelas 14h, porque faço jejum intermitente. Por isso passo 15 horas sem me alimentar desde a última vez que comi à noite.
Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita?
Não tenho ritual. Não escrevo regularmente, como rotina.
Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária?
Não escrevo todos os dias. Escrevo apenas quando me sinto inspirada.
Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
Meu processo se dá da seguinte maneira: tenho uma ideia. Pautada muitas vezes por uma situação que me chama a atenção. Essa ideia fica em minha mente. De repente vão surgindo conexões, personagens e um final para a história. Nesse momento preciso sentar diante do computador (raramente diante de uma folha de papel) e escrevo do começo ao fim. Escrevo exclusivamente contos. Não paro para pensar, me questioner, escolher caminhos. Deixo a escrita invader a tela do computador sem grandes questinamentos. Não posso ser interrompida. Quando termino, me distancio um pouco do texto, depois releio e corrijo algumas coisas, eventualmente. Mando para pessoas que costumam ler meus contos.
Depois de um tempo volto ao texto e posso mudra algumas coisas. Raras vezes iniciei um conto e não terminei. Mas, o fiz para testar esse novo processo. Funcionou. Também raras vezes me sentei com o objetivo de escrever, sem que tivesse aquela inspiração já sendo trabalhada dentro de minha mente. Mas o fiz uma vez, como exercício. Funcionou. Mas não senti a mesma emoção que sinto quando termino um conto escrito de minha forma tradicional, ou seja, intuitiva.
Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
Não tenho projetos longos. Não me cobro. Apenas escrevo quando tenho desejo e uma história para contar.
Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los?
Reviso algumas vezes e, sim, mostro a algumas pessoas. Gosto de ouvir a opinião de outras pessoas.
Como é sua relação com a tecnologia? Você escreve seus primeiros rascunhos à mão ou no computador?
Quase sempre computador.
De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativa?
Não tenho um conjunto de hábitos. Minhas ideias vêm casualmente, de situações, pessoas, histórias que ouço, da minha imaginação, de coisas que vivo, vivi ou que sei que outras pessoas viveram. Misturo elementos de umas e de outras. Nem sempre o fim que imaginei é o que meus dedos trazem à tela do computador. Me deixo ir, me deixo levar. Mesmo sem saber onde vai acabar o conto.
O que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longo dos anos? O que você diria a si mesma se pudesse voltar à escrita de seus primeiros textos?
Pouca coisa mudou.
Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
Gostaria de escrever histórias longas. Mas, não me atrevo. Escrevo contos de até 8 páginas. E me dou por satisfeita. Às vezes gosto muito. Mas há algumas histórias que não considero tão interessantes. Mesmo assim, as mantenho, não as jogo fora.