Maria Luiza Montenegro é escritora, estudante de engenharia elétrica na Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
O despertador toca uma, duas, três vezes. Não levanto. Na quarta vez vejo que estou atrasada e saio correndo para me arrumar por que sei que, infelizmente, estou atrasada para algo (maioria das vezes é a aula de calculo). Costumo estudar na parte da manhã, ao chegar na faculdade ou em casa mesmo. Não tenho uma rotina fixa, depende muito do que ira acontecer no dia. Me alimento nos horários normais como qualquer outro ser humano e sempre que dá independente do lugar encosto e tiro um cochilo.
Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita?
Eu acho que devido a época de escola, e juntando com a faculdade, eu acabei criando uma tendência a funcionar mais na parte da manhã, seja escrevendo ou estudando. Se bem que, posso ficar inspirada a qualquer momento e escrever, até em sonhos. Sim, eu sonho com a poesia já pronta, acordo e as escrevo – Da última vez que aconteceu isso em meu sonho, nem fui eu que escrevi, mas sim uma pessoa muito importante pra mim, por isso que quando eu passo para o papel costumo dar essas poesias para essa pessoa.
Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária?
Não costumo ter metas para escrever. Não consigo levar isso como uma obrigação, na qual todo dia eu tenho que fazer um texto, poemas e entre outros. Como já dito sou estudante de engenharia, nunca achei que ia conseguir conciliar os dois. Da mesma forma que gosto de números, vejo graça nas palavras e como elas se organizam em uma folha de papel dizendo várias coisas.
Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
Posto que minha especialização não é na área de letras e não faço nada perto disso, eu procuro pesquisar em várias fontes sobre como escrever desde da parte gramatical até a parte sintática, admito que muitas vezes eu falho, porém sempre corrijo.
Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
Lidar com a ansiedade de não corresponder às expectativas de outros sempre foi uma das maiores travas pra mim tanto na escrita como no dia a dia em si. Durante um tempo deixei de mostrar poemas, histórias que eu criava com uma amiga, devido a aceitação que eu receberia dos meus próximos ou de ate desconhecidos, por que segundo minha psique eu nunca era boa o bastante para ninguém, porém com o tempo fui percebendo que me renegar era um dos maiores erros.
Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los?
Sempre mando para alguns amigos de letras, ou ex-professores de literatura para me ajudarem na parte gramatical e ortográfica.
Como é sua relação com a tecnologia? Você escreve seus primeiros rascunhos à mão ou no computador?
Todos os textos que escrevo são direto no celular, salve aquelas ideais que surgem do nada e não tenho telefone por perto ou um computador, então as escrevo no papel, mas como sou muito desorganizada, perco grande parte das folhas.
De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativa?
Quando sobrava um tempinho, gostava de dedicar ele as artes como: desenhar, tocar violão ou simplesmente sentar em um lugar com muito verde para poder refletir um pouco e colocar a mente no modo criativo.
O que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longo dos anos? O que você diria a si mesma se pudesse voltar à escrita de seus primeiros textos?
Ao analisar o meu processo de escrita não mudou muito, pois isso é ainda um lado novo pra mim. Tenho alguns erros grotescos que acho que ao longo dos anos ira melhorar, e ainda tenho muito o que evoluir. Se eu pudesse voltar ao passado diria a para eu parar de me esconder nas sombras e não ligar para opiniões alheias por que não são elas que “pagam minhas contas”.
Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
Gostaria de começar um projeto que representasse todas as realidades do país, que abrangesse todas as Marias, José, Severinas e outros. Um livro que ao abrir eu me sentiria acolhida no mesmo patamar que todos no Brasil. Respeitando a história de cada indivíduo.