Luiz Antonio da Silva é poeta e pedreiro, autor de “Concretando Versos”.
Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
Começo o dia Sempre dando bom dia ao dia, antes mesmo de colocar os pés no chão, pois o simples fato de sentir o leve toque do amanhecer já é motivo para ser grato. Quanto à minha rotina matinal, durante a semana, saio abraçado sempre com a mesma, uma constante execução rumo ao árduo e apaixonante trabalho.
Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita?
Durante o dia, pelo fato de me ocupar com meus afazeres, dificilmente trabalho com a escrita, modos que redijo sempre à noite, quando estou com meus botões. Quando estou escrevendo tudo flui naturalmente. Coloco no papel o que a inspiração vai ditando. Tudo vai surgindo sem nenhum ritual de preparação.
Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária?
Não escrevo todos os dias e nem em períodos concentrados, mas sim quando a poesia pousa em minha mente. Não tenho meta para escrever. Meta me faria arrancar o poema a ferro, e eu escrevo naturalmente.
Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
Tenho dois processos de escrita: um, redijo pelo amor e paixão, quando sentimentos prazerosos invadem meu ser, dando luz a textos, que abrangem natureza e romantismo. Outro é doloroso. É preciso um esforço para colocar as palavras. Causa dor na mente, na alma de quem escreve. E surpreende causando impacto e assombro em quem o lê. Estes são textos dolorosos, os que refletem o tema que o envolve. Ex. morte, miséria, guerra, distúrbio emocional. Não compilo para redigir. Como eu disse, tudo vem naturalmente e vou colocando nas entrelinhas. Por eu ser autodidata, pesquisas me ajudam muito, além de despertarem em mim conhecimento. Enriquece meu vocabulário dando mais essência às minhas humildes escritas.
Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
Normalmente quando travo ou surge procrastinação na escrita, eu desisto de redigir, rasgando o rascunho, para que minha escrita não nasça forçada. Sempre procuro corresponder às expectativas sem medo, embora sou tímido nas apresentações. A ansiedade às vezes atrapalha, mas a vontade e o desejo para realizações de longos projetos supera tudo.
Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los?
Para mim eles nascem prontos, o máximo que faço é relê-los algumas vezes. Às vezes mostro a alguns amigos, mas sempre sinto prazer e aprovo o que faço.
Como é sua relação com a tecnologia? Você escreve seus primeiros rascunhos à mão ou no computador?
Minha relação com a tecnologia é das melhores, pois é através dela que divulgo meus trabalhos. Escrevo tudo em manuscrito, só depois digito no computador.
De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativo?
Minhas ideias vêm de um todo, abrange de tudo um pouco. O habito que cultivo é o de ler, isso me ajuda na criatividade.
O que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longo dos anos? O que você diria a si mesmo se pudesse voltar à escrita de seus primeiros textos?
Lendo minhas primeiras escritas, percebo que houve certa evolução. Hoje sinto meus textos mais completos, contendo mais essências poéticas. Que ainda sou um poeta criando penas nas asas.
Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
Um projeto onde múltiplas artes possam participar de um evento mensal em minha cidade. (Zureta) um livro infantil que ainda não terminei.