Luis Eduardo de Sousa é dramaturgo e poeta, autor de “Amor para principiantes”.
Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
Não tenho uma rotina matinal. Geralmente estou dormindo. Sou notívago. Acordo depois do meio-dia e meu café da manhã é geralmente o almoço.
Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita?
Me sinto melhor para trabalhar no fim da tarde ou a noite. Ritual? Caminhar antes de escrever. Na verdade chamo o ato de colocar as ideias no papel transcrever. Eu escrevo na cabeça.
Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária?
Escrevo um pouco todos os dias, porque caminho todos os dias. Sem meta, sem pretensão…simplesmente porque preciso. A minha mente precisa caminhar.
Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
Eu geralmente não leio dramaturgia, quando escrevo dramaturgia. Leio sociologia, psicologia, filosofia…algo que concilie com as ideias e conceitos de início. Rascunho ideias e marco frases que me chamam atenção em livros e deixo dúzias de anotações nos bolsos das jaquetas.
Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
Procrastino um pouco. Mas as vezes funcionam para amadurecer ideias. Mas não deixo por muito tempo, tenho receio de mudar a coluna da dramaturgia. A ideia principal da peça se perder com o tempo.
Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los?
Reviso umas duas vezes. Dificilmente mostro para alguém os meus textos dramatúrgicos. Geralmente já mando para os diretores e atores para ensaio e montagem.
Como é sua relação com a tecnologia? Você escreve seus primeiros rascunhos à mão ou no computador?
Transcrevi muito tempo a mão. Agora transcrevo tudo no computador.
De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativo?
As minhas ideias geralmente … bom… podem vir de qualquer lugar. De uma conversa de ônibus, de um livro, um relacionamento…qualquer lugar. Meu conjunto de hábitos que tenho para me manter criativo é ler, assistir filmes, transar e ir para o bar.
Às vezes tudo ao mesmo tempo.
O que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longo dos anos? O que você diria a si mesmo se pudesse voltar à escrita de seus primeiros textos?
Eu acredito que amadureci um pouco a escrita. Um POUCO. Não tanto quanto gostaria. Se voltasse ao tempo eu diria para mim: – Desista!
Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
O projeto que gostaria de fazer, mas ainda não comecei é sobre o universo literário das drogas. Gostaria de ler o livro das poesias que nunca foram escritas que está na biblioteca dos livros que só foram imaginados.