Loide Caetano é historiadora, diretora do Museu UniCesumar.
Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
Tenho. Acordo cedo e gosto de fazer minhas meditações pessoais assim que me levanto.
Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita?
Eu acho que sou sazonal. Houve um tempo que eu gostava de escrever a noite e ia até bem tarde. Hoje produzo melhor durante o dia, tanto na parte da manhã como na parte da tarde.
Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária?
Prefiro escrever um pouco todos os dias, nem que seja uma página, sempre de olho no cronograma. Eu tenho um trabalho fixo com demandas diárias que tenho que prestar contas, sendo assim, a escrita vem em segundo plano.
Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
Como a minha formação é em história, eu parto sempre de um projeto e procuro ser guiada por ele. Só começo a escrever depois que estou segura quantos aos dados levantados. Durante o processo de elaboração do projeto e do levantamento dos dados, as ideias começam a tomar corpo e então é só deixar fluir.
Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
É tenso. Como eu trabalho baseada em projetos, procuro elaborar um cronograma de acordo com o meu perfil ou minha capacidade de produção; nem apertado nem longo.
Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los?
Inúmeras vezes. Eu costumo usar o termo primeira demão, segunda demão e assim por diante. Além de mostrar o trabalho para as pessoas próximas a mim, eu comento, peço ajuda e opinião. Na verdade, eu crio um clima e as envolvo e isso ajuda muito no processo criativo.
Como é sua relação com a tecnologia? Você escreve seus primeiros rascunhos à mão ou no computador?
O rascunho a mão, talvez não mais, porém, as primeiras ideias, os tópicos que quero abordar, isso geralmente vem primeiramente na munheca.
De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativa?
Da observação diária, de outras leituras, de reflexões. Às vezes uma imagem, uma frase, uma música desencadeia a ideia e aí é só obedecer o instinto.
O que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longo dos anos? O que você diria a si mesma se pudesse voltar à escrita de seus primeiros textos?
Acho que a mudança é fundamental para o aprimoramento. Acho que nos meus primeiros textos eu queria causar uma boa impressão e hoje vejo que isso é bobagem. Hoje penso que tenho que provocar identificação com o leitor.
Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
Um livro sobre as mulheres invisíveis, mas presentes na história da minha cidade. É o livro que eu gostaria de ler mas ainda não existe, pelo menos do jeito que eu penso.