Kauana Gonçalvez é escritora e tradutora.
Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
Gosto bastante de ler os noticiários, então a primeira coisa que faço quando acordo é pegar meu celular e me atualizar. Depois abro a janela do meu quarto, preparo o café e corro para algum livro de poesia. Tenho bastante tempo livre e dedico todo esse tempo à Literatura.
Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita?
À noite, quando o silêncio se instaura, e eu consigo me buscar de dentro de mim.
Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária?
Escrevo quando sinto necessidade de escrever, o que ocorre sempre, mas não tenho nenhuma pretensão e espero nunca vir a ter. Não gosto de escrita forçada, meus pensamentos e sentimentos são livres para alçar seu próprio voo…
Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
Eu convivo primeiro com as minhas ideias, crio uma espécie de intimidade com elas, só depois me sinto na liberdade de começar algo. E tudo flui naturalmente.
Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
Um tempo para cada coisa cada coisa no seu tempo.
Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los?
Várias vezes. Há projetos que termino e os deixo de lado, porque acho que ainda não estão realmente bons e maduros o suficiente para serem publicados. Depois de um tempo, volto a procurá-los e me entrego àquilo de novo com uma nova visão e sentimento renovado.
Mostro para a minha amiga Fernanda.
Como é sua relação com a tecnologia? Você escreve seus primeiros rascunhos à mão ou no computador?
Sou adapta ao caderninho e lápis de escrever. Depois passo tudo para o celular ou computador.
De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativa?
De dentro, elas surgem frequentemente e eu as liberto. O hábito que cultivo para me manter criativa é viver intensamente.
O que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longo dos anos? O que você diria a si mesma se pudesse voltar à escrita de seus primeiros textos?
Tornei-me mais exigente e minuciosa. De resto, nada se alterou, a essência continua a mesma.
Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
Queria muito escrever um romance baseado no mito de Orfeu e Eurídice com um final autoexplicativo. E gostaria de lê-lo.