Karl Heinz Arenz é professor da Faculdade de História da Universidade Federal do Pará.
Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
Sim, levanto relativamente cedo e logo ouço o noticiário no rádio. Após o café, faço, em geral, meio hora ou quarenta minutos de leitura pessoal (obra de literatura ou revista científica).
Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita?
Não há um ritual. Geralmente começo por volta das 8h. A manhã é o melhor tempo para “produzir”. À tarde consigo me concentrar melhor após as 16h. A noite deixo geralmente livre.
Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária?
Tenho uma meta de escrita diária quando estou escrevendo um artigo ou um capítulo a ser entregue em data estabelecida; em geral, um mês antes do envio. Fora isso, tento trabalhar de forma contínua, sim, mas sem uma meta diária específica.
Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
Junto primeiro as fontes e, a partir disso, estabeleço os tópicos a serem elaborados com mais esmero.
Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
Nestes casos, me forço a dedicar várias manhãs seguidas à elaboração do texto. Geralmente, não sofro tanto com travas na escrita.
Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los?
Em geral, reviso um texto duas vezes. Se for um texto que considero importante, dou a outra pessoa para ler.
Como é sua relação com a tecnologia? Você escreve seus primeiros rascunhos à mão ou no computador?
Embora eu goste de escrever à mão – e faço os tópicos assim –, uso em geral o computador.
De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativo?
Em geral, “cultivo” a criatividade pela leitura e mediante conversas com colegas e amigos.
O que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longo dos anos? O que você diria a si mesmo se pudesse voltar à escrita de sua tese?
Meu processo de escrita não mudou significativamente no decorrer dos anos. Quanto à escrita da tese, procederia hoje da mesma forma.
Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
Um livro sobre a história colonial da Amazônia que destaque as diferentes agências e estratégias dos povos indígenas na região; outro livro que gostaria de ler, seria sobre o complexo processo de etnogênese das populações ribeirinhas, ou “caboclas” dos tempos coloniais até os dias atuais.