Josué Medeiros é professor do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
Bom, o próprio ato de pensar sobre a minha rotina me levou a reflexões não rotineiras e isso vale para toda esta entrevista. Me instigou demais pensar sobre “como eu escrevo”. Esbocei e apaguei rascunhos várias vezes.
Precisei passar bastante tempo no site do projeto – que eu já conhecia e é excelente! – para consolidar na minha cabeça um caminho de respostas. Por isso, demorei mais do que pretendia. Por fim, é preciso ressaltar que a pandemia e todas as suas consequências atravessaram todo esse processo, criando dificuldades adicionai. Sigo crendo que, em condições “normais”, eu teria respondido um pouco mais no automático.
Voltado ao site, é muito interessante que as entrevistas se dividam em categorias “escritores”, entrevistas com “pesquisadores” e entrevistas com “juristas”. Coloco entre aspas porque tais categorias se misturam, mas a verdade é que elas foram fundamentais para que eu destravasse.
Pior que eu demorei para chegar nessa divisão. Fui navegando pelo site, lendo com prazer as várias entrevistas, me identificando com muitos dos rituais e dinâmicas apresentadas. Mas fui me dando conta que quase todas e todos de 2020 (não cheguei em 2019, percebi que estava exagerando rsrs) se declaram escritores. E pensei “e agora? Não me vejo como escritor!”.
Penso então que a primeira dimensão fundamental de alguém que é pesquisador é não romantizar a escrita. Peço desculpas às escritoras e escritores se vocês também não romantizam, mas no nosso caso isso é, provavelmente, a maior causa subjetiva da paralisia em quem está começando esse tipo de trajetória. O trabalho acadêmico na fase formativa (aqui vai outro detalhe importante, que é chamar e entender isso que fazemos de trabalho) é 90% suor e no máximo 10% de deleite. Na minha experiência, esses 10% valeram muito a pena, mas vi muita gente boa que pensa diferente, provavelmente com razão.
Respondendo enfim à pergunta: sim, tenho uma rotina matinal. É fundamental ter uma rotina matinal, vespertina, noturna, na madrugada.
A minha rotina matinal busca dar conta de tudo que não envolve ler e escrever academicamente. Leio notícias, muitas. Acho que todo mundo que é pesquisador precisa dedicar um tempo a isso. Coletar informações sobre o mundo ordinário. Existem várias formas de fazer isso, não precisa ser necessariamente lendo jornais.
Vejo meus e-mails, perco tempo nas redes sociais, faço meus exercícios, acompanho os debates futebolísticos, vou ao mercado, faço faxina, cozinho, tento ler literatura e quadrinhos (acho que é o que eu mais sinto falta da minha vida de graduando). Ah, não faço tudo isso no mesmo dia, por suposto.
Conheço gente que usa o período da manhã para escrever, conheço gente que trabalha de madrugada e dorme de manhã. São escolhas que funcionam de um modo distinto para cada pessoa. Além de não romantizar a escrita, é muito importante não perder de vista que a escrita é em grande medida um processo individual. É dialética elaborada por Gramsci do “homem-massa” e ao mesmo tempo “somos todos filósofos”. Nossa escrita é resultado de um acúmulo coletivo que herdamos e buscamos dominar (a pesquisa é isso!) e, nessa busca, produzimos um resultado próprio, autoral. É preciso se autoconhecer para definir essa dinâmica de um modo menos custoso, menos conflituoso.
Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita?
Minha grande dificuldade em responder esta pergunta foi precisar o que é um “dia” de trabalho para mim. Em teoria, um bom dia de trabalho meu começa de manhã com as tarefas não acadêmicas e a tarde e noite com a dinâmica acadêmica. Planejo uma jornada de 7 horas de trabalho, com dois turnos de 3 horas, 3 horas e 30 min e um bom intervalo entre eles, de uma hora pelo menos. Nesse dia ideal – cada vez mais raro – o ritual em ambos os turnos de trabalho começa sempre com café.
O problema mesmo é encontrar um dia desses. Tem as disciplinas do mestrado/doutorado, tem a rotina do laboratório de pesquisa, do grupo de leituras, o curso de idioma, a terapia e os médicos em geral, alguma demanda familiar inesperada, ou pedido de ajuda de preferência no bar) de amigos, são sempre muitas as intempéries que nos bagunçam ao longo do dia. Veja bem, aqui ainda não entrei no assunto procrastinação. Falo dos problemas e processos do dia a dia que aparecem e precisam de tratamento. É preciso saber que eles existem. É preciso antecipar essa dinâmica mais ou menos caótica que envolve a vida de qualquer pessoa comum. Em alguns dias, é preciso reduzir o intervalo e aceitar que vai terminar o dia mais cansado. Em outros, vale mais a pena reduzir o turno de trabalho e compensar em outro dia que seja mais tranquilo. Novamente, é preciso autoconhecimento para fazer essas escolhas.
Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária?
A principio, estabelecer metas pode ajudar na quantificação do progresso, a mensurar o avanço. O problema é a outra face dessa moeda, que é não “bater” as metas e mergulhar na angústia de não conseguir sair do lugar. A ideia de meta, me parece, fortalece o que chamei de mecanização do processo de escrita. Não vejo como uma noção útil para um tipo de trabalho que é em si mesmo cheio de idas e vindas e que é atravessado pelas variações nas condições de temperatura e pressão que a nossa vida está sujeita.
Já a utopia da escrita paulatina (um pouco todos os dias) pertence ao mesmo campo simbólico dos dias ideais. Eu tenho uma vaga memória de ter conseguido momentos assim ao longo do mestrado e doutorado, mas certamente não foram os momentos predominantes e nem os momentos que antecediam os prazos de artigos, trabalhos finais de disciplina, dissertação, qualificação, tese.
Acho que para a maioria de mestrandos e doutorandos o mais recorrente é produzir muita coisa de supetão, com os prazos batendo na porta, e depois (as vezes depois dos prazos) ir apurando o argumento, refinando o texto, com as muitas revisões, até finalizar. Trata-se de um processo que deixa algumas frustrações e gera promessas em geral vazias de que “na próxima vez será diferente”, mas que não deve desmerecer o resultado final.
Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
Vou seguir no mesmo diapasão das respostas anteriores, recuperando um cenário ideal que eu vivi em momentos cada vez mais longínquos e pensando a situação mais comum que é da sobreposição um tanto quanto embaralhada de tarefas domésticas, de pesquisa, de leitura, de escrita, da família, etc.
Em ambos os casos, a relação entre leitura, pesquisa e escrita funciona como um processo de cozimento. Tudo o que você lê e ficha, todos os dados que você coleta, as entrevistas que faz, as notícias que copila, os arquivos e documentos que consulta, tudo isso vai entrando em um grande caldeirão que é a sua cabeça.
Você precisa deixar todo esse material curtindo ali, em fogo baixo, o que te permite controlar melhor o que faz sentido e o que não faz. O fogo baixo são as notas, os rascunhos, o teste de hipóteses, as relações entre conceitos e autores, etc. Com tempo, você adiciona novos ingredientes e tem uma vantagem (algo que na cozinha não é possível) que é tirar da panela o sal em excesso ou o tempero que não combinou.
Quem gosta de cozinhar saber que a vida no cotidiano do fogão não é de máster chef, você não faz um novo prato icônico todo dia. Você vai fazer pratos ao seu gosto e ao gosto de outras pessoas, pratos honestos, e de vez em quando, pratos especiais. A escrita também funciona assim, e quando você aceita que seus textos, artigos, capítulos são honestos, são no máximo bons e que isso já é o bastante, você degusta com mais prazer.
E tem as fases em que terá que cozinhar em fogo alto! Não vai ter tanto tempo assim para deixar curtindo, pois vai queimar. Ainda assim, escrever é cozer. Dependendo do prazo, é preciso jogar na panela o que você tem e comer do jeito que sair. Sem ser leniente, a maioria das vezes que se cozinha nessas condições, a comida que sai é honesta, é comível. O mesmo vale para a escrita.
E algumas vezes acontece de tudo desandar. Queima, salga, etc. É ruim, mas é da vida. Você terá outras oportunidades de cozinhar.
Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
Acho que são questões diferentes. Ou melhor, acho que é fundamental separar cada um desses problemas.
A procrastinação é uma condição necessária de qualquer trabalho, uma vez que qualquer trabalho em nossa sociedade tem uma dimensão alienante. Isso gera nas pessoas uma necessidade irresistível de atuar para recuperar o tempo que está sendo roubado por outra pessoa. E, para isso, a noção de que se está fazendo algo que não tem nenhuma utilidade prática é fundamental. Tem que ser besteira, tem que não servir pra nada, tem que ser inútil. Não é procrastinar se você está vendo toda a filmografia do Dogma 94 e elaborando sobre isso, mesmo que seja prazeroso. A procrastinação é isso, é uma forma de luta prazerosa, é o ato de esvaziar a mente enquanto resistência. Sem esses momentos, ninguém aguentaria o tranco.
Se há prazer envolvido, a primeira coisa é identificar quais são as atividades que te dão prazer e antecipar isso no seu planejamento. Tem gente que é de série, tem gente que é de filme. No meu caso, é o futebol. Há um componente muito bom em procrastinar com o futebol que é a previsibilidade, as tabelas estão disponíveis e eu consigo me programar. Quarta feira é um dia difícil, tem futebol europeu a tarde e futebol sul-americano a noite, então preciso compensar isso de manhã, cortando algumas tarefas não acadêmicas. O lado ruim é que no final do ano, com o momento de decisão dos campeonatos, o nível de dispersão aumenta muito. Em 2019 o meu Flamengo foi Heptacampeão brasileiro e Bi da libertadores no mesmo final de semana, em novembro. Vocês podem imaginar que foi simplesmente impossível produzir qualquer coisa na semana que antecedeu a esse feito. Meu lattes chorou de tristeza, mas meu coração chora de emoção até hoje.
Quem procrastina com série passa por situações parecidas no ato de “maratonar” e isso é perigoso porque pode acontecer várias vezes no ano. Mas tem sim que ver série, tem sim que recuperar o tempo roubado.
A questão das travas, acho importante diferenciar dois tipos. Existem travas externas que se apresentam e não há como contornar. É o caso agora, com a pandemia da Covid-19. Vejo muitos estudantes relatando angústia de não conseguir escrever. Não sintam isso! Estamos passando pelo maior evento geopolítico do século. Como se fosse pouco, vivemos isso com o pior governo do mundo e um dos piores da nossa história. Não conseguir ler e escrever nesse contexto é totalmente aceitável.
No meu caso, processos eleitorais são um bom exemplo de travas externas em tempos “normais”. Na reta final das disputas, eu estou tão envolvido com os debates, pesquisas eleitorais, projeção de cenários, que é impossível ler e escrever qualquer coisa fora disso e que exija regularidade.
Os eventos políticos definidores também são travas externas e as vezes é preciso lutar contra eles se você dá o azar, ou se te falta a fortuna, como diria Maquiavel, quando coincidem com momentos chaves da sua trajetória. Comigo, foram duas vezes. Primeiro, com o processo do golpe de 2016. Eu defendi minha tese em julho de 2016 e de fevereiro (quando o Congresso reabriu) até a votação na Câmara (em 17 de abril) foi impossível avançar na tese – que, por acaso, é sobre o PT. Com a derrota, não tive tempo de viver o luto e cai dentro, no final deu certo, mas foi muito doloroso. E não tinha como evitar. Segundo, com a prisão do Lula em 2018, ocorrida na véspera do meu concurso para a UFRJ. Queria ir para São Bernardo, estar com os meus irmãos e irmãs de luta, estar perto daquela liderança que foi para mim inspiração de militância e objeto de estudo. Mas tive que segurar a onda e seguir o baile.
Já as questões de ansiedade e do medo entram em outro registro. São sentimentos que todo mundo tem e que oprimem. É normal ter isso, desde que não paralise. Como eu lidei com esses momentos? Nos momentos bons, uma hora de sol na praia e a própria procrastinação futebolística deram conta. Nos momentos difíceis, comendo tudo que vinha pela frente.
É difícil dar conselhos sobre essa segunda dimensão. Até hoje tenho medo e trava de voltar na tese e ajustá-la para publicar. Acho que ajuda reconhecer que são sentimentos e dinâmicas que jamais vão desaparecer e, pior, que em certos casos vão mesmo te limitar. Tenho a ilusão/pretensão/esperança que esse reconhecimento ajuda a diminuir esses momentos de crise para que não ocorram em épocas tais como as vésperas dos prazos de dissertação e tese. Se perder um artigo, vida que segue. Você tem o material de pesquisa e novos dossiês e chamadas vão aparecer, novos congressos para apresentar e aprimorar seu argumento. Já na reta final do mestrado e doutorado, a paralisia realmente pode comprometer bastante o seu trabalho.
Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los?
Quantas vezes puder! Não acredito que exista excesso de revisão. Os únicos limites para isso são o prazo e o seu cansaço com o texto/tema em questão. Meu ideal é revisar de um modo bem sistemático um dia depois de terminar, com a cabeça e o olhar recompostos do cansaço, mas nem sempre isso é possível.
Sobre mostrar para outras pessoas, isso é fundamental. Não romantizar a escrita acadêmica é perder qualquer vaidade. Quanto mais gente ler o seu texto, melhor, correto? Se isso é verdade para o texto “final”, porque não seria para as versões em construção?
Na tese, um grande amigo foi o revisor durante o processo e me ajudou muito. Apontou meus vícios de linguagem, aquelas frases que você acha geniais, mas que ou não fazem sentido para o leitor ou são tão cansativas que jogam o coitado do leitor contra o seu texto. O melhor de ter alguém assim que você confia é que você corrige no processo e assim o texto final dá menos trabalho de revisar.
É importante também saber o que quer da pessoa que vai ler. Muitas vezes você só precisa de um “ok, o texto tem pé e cabeça, pode soltar”. Em muitas ocasiões você precisa de uma opinião sobre o conteúdo do argumento e a pessoa precisa saber que é para ignorar os vícios formais. Ou o contrário, que é para não contestar o seu ponto porque você está cheio de certeza e seguro do que fala, mas precisa de ajuda para expor melhor e para corrigir os erros.
Como é sua relação com a tecnologia? Você escreve seus primeiros rascunhos à mão ou no computador?
Jamais escrevo à mão, a não ser em reuniões ou durante aulas, para responder algo na hora. Mas é vandalismo chamar isso de escrita, está mais para rabisco mesmo. Até acontece de surgir alguma ideia em momentos assim e eu rabiscar o que veio a cabeça e depois consultar. Mas é muito raro. Ainda assim, conheço muita gente que escreve a mão bastante coisa antes de ir para o computador. Não tem fórmula sobre isso.
De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativo?
Acho que todo mundo que é das ciências humanas precisa cultivar sua criatividade em contato com o mundo ordinário e real que está a nossa volta. Sei que muita gente consegue ser intelectual das humanas e produzir textos e pesquisas de qualidade sem fazer isso e eu respeito. Mas nada me tira da cabeça que mesmo nesses casos, o resultado seria muito melhor se a pessoa estivesse mergulhada e mesmo afogada nas pessoas realmente existentes, nos conflitos cotidianos, nas contradições que saltam aos olhos de quem observa o mundo com atenção.
No meu caso, eu busco ter sempre uma diversidade de “fontes” sobre o que as pessoas pensam de política. Prestar atenção em tudo que vem dos estudantes e também dos meus colegas professores, em especial que não são de humanas. É importante captar o que os mais velhos falam, mesmo quando vem naquele sentido de que “já sabe tudo” porque viveu. É fundamental reter o que os mais jovens afirmam mesmo quando vem naquele sentido de “já sabe tudo” porque, afinal, é um tanto quanto óbvio que o mundo deu errado e que por isso só quem não viveu as coisas é que sabe direito delas.
Ficar de butuca no ônibus ou no metro nas conversas dos trabalhadores sobre política, governo, etc. Quando der, puxar assunto. Confrontar essa matéria prima com aquilo que vem dos ditos “especialistas” da academia e da imprensa. No mesmo sentido, não escutar só pessoas de esquerda. Por isso é tão importante seguir acompanhando a mídia empresarial, porque é de lá que a direita fala.
O que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longo dos anos? O que você diria a si mesmo se pudesse voltar à escrita de seus primeiros textos?
Minha principal mudança foi de estilo, o que indica – no meu caso, não acho que seja geral – uma maturidade. Antes, eu escrevia em forma de novela, como se eu fosse capaz de articular uma narrativa cujos eventos vão se encadeando até o desfecho final. Este deveria permanecer em segredo durante todo o texto e caberia a mim fornecer meras pistas do que eu já concluíra e que seria revelado no final. O leitor mais inteligente logo perceberia os sinais e, felizardo, saberia o desfecho antes de terminar. Aos demais, bastava chegar à última página.
Hoje não tenho mais esta pretensão de ser escritor. Faço um esforço brutal de sistematizar logo na primeira página o meu argumento, em especial qual é a questão do texto e qual a conclusão. Penso que se não conquistar o leitor logo na largada, não conquisto mais.
Talvez isso também reflita uma pretensão de ser escritor, afinal os melhores livros nos pegam logo no primeiro parágrafo, como é sabido desde o momento em que lemos que “Muitos anos depois, frente ao pelotão de fuzilamento, o coronel Aureliano Buendía recordaria aquela tarde remota em que seu pai o levou para conhecer o gelo”. Mas eu juro que não é isso!
Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
Bom, publicar minha tese. Ler o livro da minha tese (rs). A ideia de um projeto que não começamos e ou de ler um livro que não existe tem o poder de produzir viagens longas, siderais. Não sou contra isso e já tive meus momentos de me imaginar fazendo um livro incrível sobre futebol e política ou vários tomos sobre o capitalismo hoje, mas no momento olho para a minha tese, ela olha para mim e isso já me basta tanto como viagem no bom sentido quanto como angústia e desejo de completar esta etapa.