Jhenifer Silva escreve poemas e é doutoranda em Teoria e Crítica Literária na Universidade Estadual de Campinas.
Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
A vida às 7 horas é sempre terrível e a única perspectiva possível é o mau humor. Por volta das 10, porém, sempre penso como é relevante aproveitar a manhã. Mas o fato incontornável é que, das imposições da maternidade, a privação do sono é das mais difíceis. Durmo tarde, acordo muitas vezes ao longo da noite, então tornar a acordar por volta das 7h é estar sempre à beira de um ataque de nervos (risos). Como tenho de, é necessário que o iniciar ao menos seja pacato e silencioso. Preciso abrir os olhos sem demora, franzir a testa a olhar o teto penumbroso, esticar o corpo na preguiça, me encaminhar para o banheiro como se arrastasse o século XX pelos tornozelos para, então, começar. Começar a acordar as crianças, a arrumar mochilas, a preparar o café da manhã… Na maioria das vezes, sou interrompida pela rebeldia do bebê Martín ou pelo companheiro que desponta o dia excessivamente ativo e feliz, quanto atrevimento!
Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita?
Gosto muito de trabalhar durante a madrugada. Mesmo depois de me tornar mãe, tentei não abandonar o trabalho nesse período da noite. É muito comum que isso aconteça primeiro por necessidade, pois a fragmentação do tempo em virtude das demandas com o filho nos ensina a aproveitar todo minuto possível, no entanto há, no meu caso, deliberada preferência. Acredito que minha natureza ruminante tenha me levado a buscar o momento do dia em que a lógica predominante não fosse a desse excessivo aceleramento dos dias das grandes cidades. Sinto que o trabalho depois das 23h me permite repousar nesse meu ritmo da demora, estar completamente dentro do meu vagaroso desejo de ver o corpo ser um pouquinho mais: acolhido, respeitado, ouvido. Não que a paz de espírito passe a existir (ainda bem!), entretanto há coragem e vontade de traçar o aplacamento desse horror insalvável dos dias quando há oportunidade de não forçar todos os limites do próprio corpo. Com a chegada do segundo filho (e o avanço da idade), a privação de sono voluntária passou a ser bastante difícil e não tenho conseguido avançar a escrita noite adentro. É preciso (eu preciso) estar a par com a minha fisiologia para dar conta da jornada com duas crianças, doutorado, aulas, escrita, casa, plantas, isso tudo morando em Campinas e o companheiro, no Amazonas. Se o corpo padece, vai tudo às minguas. Sendo assim, necessitei da rotina mais tributária: às 9h chego à biblioteca, lavo o rosto enquanto penso em O anticristo Sylvia Plath A gaia ciência Alejandra Pizarnik O sequestro do barroco Júlia de Carvalho Hansen O caso Wagner Paul Celan, passo batom enquanto listo as questões que me interessam para o dia, hidrato as mãos depois de me sentar à mesa. Estar com as mãos hidratadas é estar certa de que, finalmente, cravarei o peso dos pulsos em direção à próxima página. Disponho computador e cadernos e livros milimetricamente sobre a mesa. E entãoplay. Pode parecer bobagem valorizar detalhes aparentemente banais, porém a plasticidade do meu redor, o conforto e o frescor do meu corpo, esse ritual estético para comigo mesma estão intimamente ligados à organização mental que faço de todas as leituras (teóricas, filosóficas, ensaísticas, literárias, jornalísticas…) e de todas as situações (particulares e coletivas) que vão sendo tramadas ou esquecidas no ato da escrita. Para mim, não há necessidade mais urgente do que respeitar esse caminho precedente à escrita.
Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária?
Quando tento traçar a distinção entre a escrita profissional (para não dizer acadêmica) e a escrita de poemas, vejo que em verdade há mais semelhanças que suporia. Nesses 12 anos de vida universitária, assumo que meu processo de escrita profissional poderia ser resumido a períodos de hiperconcentração. Sempre li diariamente e, embora a leitura seja a força motriz para qualquer escrita, e embora a minha leitura seja sempre feita com uma caneta ou uma lapiseira na mão (o que supõe a escrita ainda que na forma rascunho), a escrita costumeiramente se deu num curto espaço de tempo. Ao avistar o prazo batendo à porta, sentava e nada como escrever por dias a fio, sem comer, sem dormir, sem distinguir dia de noite. Como boa filha de Oxóssi, a escrita profissional sempre saiu no calor da última hora e os resultados positivos me fizeram acomodar nesse ritmo. Com o doutorado tem sido diferente e estou apreciando transformar a potência da escrita por pressão pela potência da escrita em expansão: cotidianamente ler e escrever, reler e reescrever, esse processo tem sido todo feito todo dia um pouco, mas sem metas diárias. Meta, mesmo, só para as leituras. Quanto à escrita de poemas, não sinto necessidade de estabelecer regras. Na verdade, metas me parecem impossíveis 1o) porque não escrevo poemas com pretensões profissionais, mas como exercícios: de vida, de relação com o mundo, de compreensão do meu objeto de pesquisa que é a poesia moderna/contemporânea 2o) se fazer poemas é uma das minhas formas de elaborar o mundo e de me relacionar com ele, como impor metas? Metas seriam o engessamento para aquilo que por excelência é da ordem da contingência, do inesperado, do acaso, do que há de mais banal ao mais absurdo da vida; impor meta de escrita de poemas seria, portanto, uma forma de controlar uma dinâmica que, a meu ver, é avessa ao controle tal como um cavalo arredio, embora o rigor do ofício possa nos levar a acreditar no oposto. Porém é verdade que existem períodos em que escrevo desenfreadamente e outros em que me prolongo na elaboração mental sem chegar ao ponto do papel e por aí vou por semanas, meses… são longos os períodos da falsa estiagem. Mas enfim, escrevo diariamente. Escrevo cartas que nunca envio. Escrevo e-mails longos e demorados como se fossem também cartas. Escrevo bilhetes e anotações num caderno sem pautas bem pequenino que carrego comigo para onde quer que vá. Escrevo resenhas de filmes assistidos. Escrevo porque é assim que me (des)organizo mentalmente.
Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
Identifico um processo invertido entre a escrita profissional e a escrita de poemas: a primeira, uma excessiva dificuldade para começar, dado o impasse de construir, com rigor e profundidade teórica, uma crítica literária que frequentemente nasce da suspeita. Então entendi que o meu caminho de escrita se dá nos comentários e nos rascunhos que vou fazendo no ato da leitura. Veja que comentário é diferente de fichamento. Para o sujeito formado em Letras, como é o meu caso, o fichamento pode se tornar uma fixação, quase uma dependência para a escrita. Muitos artigos que vemos por aí são puramente a costura de fichamentos. Particularmente não gosto desse caminho, acho artificial e raramente o resultado me parece bom. Os comentários são diferentes porque pressupõem a leitura crítica, o diálogo com o texto, não sua mera codificação, e por meio deles é possível iniciar a escrita de forma mais autoral, com voz, entende? Mesmo que os comentários sejam feitos de modo grosseiro, sinto que o primeiro passo da escrita “final” acontece com menos dureza – e com mais personalidade, também; a partir daí, pronto, termino rápido e fluidamente. Em se tratando da escrita de poemas é o oposto: começar parece muito simples, para mim, porque qualquer matéria do mundo, da vida, qualquer acontecimento ou mesmo objeto, é matéria de escrita. Mas terminar um poema é a coisa mais difícil do universo! Bem mais difícil que qualquer ensaio ou artigo. Para ilustrar, veja: escrevi meu mestrado, escrevi um projeto de doutorado, escrevi artigos, mas não conseguir dar cabo ao livrinho de poemas que iniciei no período em que ingressei ao mestrado. Esse livrinho já se desdobrou em outros dois e a sensação é a de estar diante do (e ser engolida pelo) interminável. É claro que isso diz muito sobre mim e não representa, de modo algum, nenhuma verdade sobre o que é escrever poemas.
Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
É procrastinando que se vence a procrastinação. É se entregando com inteireza aos momentos de protelação que se terá energia e condições suficientes para se voltar à escrita com genuína presença. É permitindo que sobressaia o afeto e o afetar-se a qualquer sinal de ego que se fará mais leve esse trajeto com tanto espaço para cobranças e culpas. Sou uma declarada defensora (e amante) da demora, do permitir-se à demora, não minto. Porém acredito que o tornar-se mãe (mãe solo) me faz estar diante dessa questão a partir de um ângulo bastante específico, uma vez que minha condição (que é a de tantas mulheres!) radicaliza o conflito quase inerente ao processo de escrita. Quer dizer, se escrever uma tese ou um artigo ou um ensaio ou um livro de poemas já é complexo em demasia, imagine o drama de redigir qualquer gênero textual, tendo um ser atrelado a você 24h por dia, sugando literalmente suas energias, sem ter o pai da criança ou a família de origem por perto como rede de apoio? As travas da escrita se agudizam, o medo de não corresponder às expectativas (próprias e alheias, como se você tivesse de corresponder a alguém além de si próprio) é elevado ao grau máximo de potência e a ansiedade por não conseguir trabalhar, porque não se consegue nem mesmo ligar o computador, é dilacerante. À medida que se torna mãe, deixa-se de ter individualidade, deixa-se de ter um corpo livre que pode sair à revelia a qualquer momento e lugar para tomar cervejas ou comprar chicletes ou simplesmente olhar o curso dos carros (na ausência de um rio) enquanto se tenta driblar os contratempos da escrita. Na contrapartida disso, confinamento na esfera doméstica, incessantes trocas de fraldas, embalos de choros ininterruptos, preocupações com tosses noturnas, febres altas, perdas de peso, dores de barriga, anemia… a famosa sobrecarga materna. Por alongado tempo, parece difícil acreditar, pruma mulher nessas condições, que é possível (voltar a) escrever.
Grande parte dos meus poemas, talvez os mais belos, é resultado desses momentos.
E então você se dá conta de que a vida é isso e que seu tempo precisa ser otimizado de algum modo, do melhor modo. Você precisa voltar a escrever não só porque é seu trabalho, mas porque é sua vida. Há um caminho que se abre quando se aceita (não resignadamente) que se está sob outras condições. Assim você passa a dar mais sentido tanto para os momentos de não escrita quanto para os de escrita, mesmo que pouca escrita. Os medos e as expectativas não somem, no entanto precisam ser agenciados, tendo-se em conta de que você está muito além de toda e qualquer exigência ou expectativa seja da universidade, seja das instituições de fomento (patriarcais e machistas), seja de você mesmo quando só querem saber de resultados, não de processos. Então lidar com a minha realidade específica de mulher/ mãe de dois/ doutoranda/ que escreve poemas da maneira mais honesta e acolhedora possível foi a saída imprescindível e necessária para conseguir me manter neste ofício de trabalhar com as palavras. Como foi também foi estratégia de luta.
Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los?
Reviso os textos profissionais quantas vezes for possível até o último minuto do prazo. Sou dessas que envia todos os textos nos 45 do segundo tempo. A cada releitura organizo uma frase mais objetivamente aqui, encontro uma outra oração muito invertida ali e a coloco na forma direta (porque minha tendência é inverter tudo, no entanto me preocupo muito com a comunicabilidade do texto), vejo gralhas acolá e assim vou nesses retoques que sempre fazem toda diferença. Quando o prazo finda, vai como foi possível ser. Já os poemas são mais complicados: como não há prazo, como não necessariamente serão publicados, vivo no constante dilema da reescrita. É um estágio infinito de acabamento. Escrever, para mim, é reescrever. Tenho a sensação de que nunca ficarão prontos. Quando se trata de algum projeto de livro, envio a outras pessoas para receber críticas quanto à pertinência do conjunto. Costumo eleger gente pela qual tenha simpatia e afinidade, que tenha certo ou algum conhecimento da área, mas que ao mesmo tempo não seja íntima, porque (os amigos que me perdoem) desconfio do afeto algumas vezes, rs. A depender do grau, pode tanto ajudar como atrapalhar certas situações.
Porém o que me abala até aqui, o que me atrai, me constrói, é aquilo de sensível e sutil que existe também nos momentos de intensa dificuldade e dor.
Não quero afirmar que as coisas grandes, as experiências mais profundas, nascem sempre das condições mais difíceis e/ou angustiantes. Não quero acreditar que o crescimento, o aprendizado, o desenvolvimento íntimo, a cura, que tudo isso seja gestado apenas e sempre na ou a partir da dor. Mas também não desejo negar a consistência e o sabor do fruto quando colhido fora do tempo.
Como é sua relação com a tecnologia? Você escreve seus primeiros rascunhos à mão ou no computador?
Conflituosa. Quer dizer, adoro em absoluto as possibilidades e o alcance permitidos pela tecnologia: independente da internet, só de poder redigir estas respostas com grande facilidade de corte e supressão já me sinto aliviada. Não sei se faria uma tese se tivesse de fazê-la a punho. O cotidiano das longas escritas antes dessa ferramenta era certamente dificílimo. Ao mesmo tempo, sinto falta de conhecer a letra das pessoas, de receber cartas, bilhetes… tudo se dá na forma de mensagem via WhatsApp ou (pasmemos, haha) áudios! Isso me choca um bocado. E apesar de escrever apenas para os muito íntimos, não abro mão da minha caderneta de anotações, dos meus estudos em cadernos, nem das minhas leituras físicas que são direcionadas pelo meu grifo e comentário a punho. Meus primeiros rascunhos de poemas são quase sempre à mão; todas as vezes que são no computador, sinto necessidade de ir pro papel para dar corporeidade ao escrito. Os textos profissionais são diretamente feitos no word, axé!
De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativa?
Confesso certa resistência com a expressão “conjunto de hábitos” logo depois da primeira pergunta. Porque tenho dúvidas quanto a acreditar em determinadas ações que garantam ideias que, por sua vez, seriam a garantia da escrita criativa. Isso me faz lembrar da famosa frase do Mallarmé: “poemas não se fazem com ideias – mas com palavras”, justamente para problematizar o pensamento corrente de que bastam ideias para se construir poemas. Me parece perfeitamente possível aplicar essa ideia para as demais escritas. Não sei, estou segredando um ruído que me vem dessa pergunta porque não acredito que hábitos garantam a escrita criativa, mas de fato também não atrapalham, risos. De todo modo, vou responder esta questão com outra muito simples: seria o medo do banho solar e a crescente fotofobia dois dos aspectos que poderiam compor o diagnóstico geral de uma época, a nossa época? Não é exagero afirmar a dificuldade de extrair, destes tempos difíceis, a vitamina responsável pela vitalidade do corpo. Anterior a essa dificuldade, há outra relativa à urgência de convencer-se da existência de qualquer substância que garanta vigor e jovialidade capazes de combater, ou ao menos conter, o crescente raquitismo da nossa sociedade, ainda que por vezes pareça improvável. Entre constatar um obstáculo e entregar-se a ele, há uma grande diferença justamente capaz de devorar a intrepidez humana.
O que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longo dos anos? O que você diria a si mesma se pudesse voltar à escrita de seus primeiros textos?
A imagem mais impressionante que me apareceu nos últimos tempos foi em março de 2018.
Ver Martín conciliando pernas e braços, abdômen e respiração, para tentar atravessar a cama foi mesmo muito arrebatador. Pensava na minha incapacidade de falar sobre fôlego, obstáculos e panturrilhas, sobre minha incapacidade de falar sobre a dinâmica do corpo e da vida, em suma, mesmo se me agarrasse a um caderno, por 180 dias, dedicada exclusivamente a dissecar cada um dos termos postos. Logo em seguida percebi que muito dificilmente poderia colocar à prova essa minha incompetência, afinal, já são dois filhos e não parece razoável enfiar na mochila uma caderneta de anotações, chicletes, o cigarro q’eu não fumo, o bilhete único e sair sem destino a me isolar num café qualquer, para observar as pessoas enquanto escrevo banalidades sobre a vida. O acontecimento mais impressionante que representa a mudança na minha relação com o mundo e, consequentemente, com o meu processo de escrita, veio seis meses antes dessa cena. Acontece que fazia muito frio, embora estivesse quentinha a minha cama. Pela segunda vez, me pegava comemorando a vida ao mesmo tempo em que enfrentava um luto. Até aqui nada de novo, pois todos os dias várias pessoas nascem e morrem e aniversariam. Mas a vida da gente é sempre a vida da gente. São 18h26min. Seis meses antes dessa cena, Martín tinha menos de duas horas de nascido. Quanto a mim, havia passado pela experiência mais dolorosa e transformadora da minha vida: o parto domiciliar. Trazer um bebê ao mundo sem qualquer anestesia te mostra um lado de si até então desconhecido. Sem romantismos e ofensas às mais diversas formas de nascer, viver isso passou a sintetizar a grande potência que é a vida, para mim, a grande potência que é a escrita. Há 1 ano e sete meses vivo os paradoxos da vida atravessada por essa faca cortante de sombra e luz que foi a experiência do parto natural. Viver o dilema de Barthes expresso em “Não posso transformar minha dor em literatura.”, na ocasião em que o autor vivia o luto da mãe, saindo pouquíssimo, mas escrevendo muito? Não tenho dúvidas de que me foi dado o confronto direto entre vida e morte, luz e sombra, presença e ausência, saúde e doença, dor e cura, celebração e lamentação. Se pudesse voltar, desejaria a mim mesma a explosão de vida que Martín representa desde 9 de setembro de 2017, para ressignificar (e também confortar) os momentos de enfrentamento de luto. Que a potência do corpo da mulher dando à luz conjuntamente à do corpo de um bebê em processo de nascimento nos ajude a entender o sentido da questão irresoluta “para que viver?”, parodiando a indagação que rondou os escritos de Barthes. Há uma verdade supostamente inapreensível que muito (ou pouco) se revela quando (não) estamos atentos ao relógio invisível de um bebê. Como é bom poder compartilhar essa verdadecom a Jhenifer de agora, com a Jhenifer de outrora e também com o mundo. Viva os meus seios fartos de leite!
Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
Viver na Argentina para ali traduzir Alejandra Pizarnik. E então ver nascer essa tradução na forma de um livro. Sim, gostaria de ler esse livro, um dia.