Iolanda Brazão é teatróloga.
Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
Começo o dia com mil ideias na cabeça, ansiosa para transpô-las para o papel. Entre o insight e a forma final faço algumas adaptações.
Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita?
Não tenho preparação e nem hora específica. O insight é uma forma de iluminação superior… pode ocorrer nos lugares e momentos mais inusitados. O importante é registrá-lo de alguma forma.
Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária?
Não há rotinas ou métodos. Criatividade é um fazer eminentemente subjetivo: ao receber o influxo de um grupo de ideias me deixo levar, indiferente às circunstâncias em que estou.
Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
Não dá para classificar. Cada trabalho é um parto particular com suas próprias idiossincrasias.
Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
Quando não há cobranças, o processo criativo é mais leve, flui naturalmente, mas quando há um tempo determinado fixado, fica muito mais difícil o processo da criação, e junto, a ansiedade, é o medo de não conseguir encontrar uma direção.
Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los?
Muitas e muitas vezes. Gosto de mostrar para alguém, e assim, ter um termômetro.
Como é sua relação com a tecnologia? Você escreve seus primeiros rascunhos à mão ou no computador?
Depende de onde eu esteja, o que não pode faltar nunca é papel e caneta. As ideias não marcam hora, quando surgem, preciso aproveitar. Domino a tecnologia, mas não sou refém dela. Passeio por entre o antigo, e o moderno, com a mesma desenvoltura.
De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativa?
Uma vez, idealizado um tema, eles fluem da imaginação, da observação, ou até mesmo das experiências vividas.
O que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longo dos anos? O que você diria a si mesma se pudesse voltar à escrita de seus primeiros textos?
Mudou muito, houve um amadurecimento, um crescimento e um enriquecimento no aprendizado.
Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
Escrever um documentário sobre minha vida e assim mostrar “Muitas histórias em UMA”, para o mundo.
Não há um livro específico que eu gostaria de ler, mais sou atraída pelo mistério, pelos romances policiais, pela linguística.