Formiga é kria do extremo sul da zona sul de São Paulo, lesbika e kapoeira.
Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
rotina é akordar as 6h30 tomar banho tomar kafe da manhã geralmente komo uma tapioka kom maionese de semente de girassol ou abakate kom alho e azeite, chá de hortelã e uma banana ai eu pelado 5 km ate a faku isso da uns 50 min kom minhas perna pekena.
Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita?
gosto muito da parte da manhã é melhor horário pra ler pra estudar ou gosto da parte da tarde depois de tirar um kochilo mas as vezes as madrugadas são produtivas também.
Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária?
não tenho hábito de eskrever todo dia nao mano vou eskrevendo kuando surge os temas. Um exercício ke tô tentando desenvolver é reaprender é fazer um diário sempre ke lembro kontado pra mim mesma komo eu me sinto e o ke eu vi e vivi. Tenho um diario específiko pra relatar minhas memórias de kapoeirista é sobre o ke aprendo e sinto kom a kapoeira.
Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
eu não peskiso exatamente modelos de eskrita pra eskrever vou lendo títulos de literatura negra, marginal e periférika e pelos temas abordados vou desenvolvendo minhas rimas. Mas fiz muito versões poetikas de letras de RAP ke me ajudaram a rimar sobre temas komo racismo, machismo e kapitalismo. Atualmente estou desenvolvendo poemas sobre afetividade lesbika e também poesia erotika.
Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
a literatura pra mim não é merkado literatura é um jeito de me komunikar kom a kebrada, kom as manas e minas, e kom as lesbikas então não tem uma pressão pra eskrever vou rimando sobre as necessidades de komunikakacao ou sobre os problemas do dia a dia. Acho importante usar a poesia pra falar de resistências kontra hegemonikas e refletir sobre as estruturas sociais tanto na sociedade kuanto no meu korpo.
Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los?
leio e releio várias vezes mostro sim pra algumas manas de konfiança antes de publikar e gosto de ouvir dikas de komo pode fikar mais kompreensível o texto. Mas não abro mão de eskrever kom k ke é uma subversão estétika herança do punk na minha vida.
Como é sua relação com a tecnologia? Você escreve seus primeiros rascunhos à mão ou no computador?
eskrevo na mão e guardo no email acho um modo mais fácil de armazenar textos e achar eles depois as vezes perko meus kadernos.
De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativa?
prokuro refletir na poesia eskritos sobre minhas vivências enkuanto lesbika ke se põe ativa na denúncia do racismo. Lesbika ke pra sobreviver na kebrada precisa desafiar a maskulidade hegemonika periférika, reflexões sobre klasse social, a vida lesbika de amores dores y polítika. Prokuro trazer reflexões sobre racismo a partir da minha mestiçagem também.
O que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longo dos anos? O que você diria a si mesma se pudesse voltar à escrita de seus primeiros textos?
durante os anos ganhei saberes sobre militância polítika ke fez eu ter rekursos para refletir sobre a realidade e passar a realizar uma eskrevivencia kritika as estruturas de opressão presentes na nossa sociedade.
Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
eu gostaria de aprender a eskrever prosa. Acho ke o início da eskrita na prosa vem em ler bons prosadores estou komeçando kom Conceição Evaristo, Ana Maria Gonçalves, Ferrez e Fabio Mandingo estou em busca de autores que eskrevam sobre os temas que mais gosto de ler: periferia, negritude, questões de gênero e desigualdades sociais. Sonhp em ler um romance sobre lesbikas eskrito por lesbikas negras ke falem de modos revolucionários de se viver.