Érica Azevedo é professora e escritora, autora de “Outros eus” (Kalango, 2013), “A chuva e o labirinto” (Mondrongo, 2017) e Cata-vento de sonhos (Mondrongo, 2020).
Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
Começo meu dia com oração e meditação. É assim que me preparo para o dia. Talvez essa seja minha rotina matinal.
Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita?
Quando estou trabalhando prosa, eu prefiro escrever pela manhã ou à noite. Também prefiro esses horários quando estou revisando. Para escrever poemas, não tenho horário específico.
Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária?
Tento escrever um pouco todos os dias. Mas nem sempre consigo. Às vezes, as palavras não me deixam alcançá-las.
Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
Meu processo de escrita é lento. Penso, anoto, escrevo, reviso, reescrevo. A pesquisa me ajuda a dar formas aos meus pensamentos. Geralmente, saio da pesquisa com muitas anotações e, a partir delas, começo a produção do texto.
Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
Eu já me acostumei com os momentos de ausência das palavras. Passei a entender que eles fazem parte do processo. Por isso, quando sinto que a escrita não flui, passo a fazer leituras novas e coisas diferentes. Confesso que a procrastinação ainda é bem presente em minha vida, porém tenho consigo produzir. Prefiro não pensar nas expectativas quando estou produzindo.
Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los?
Reviso muitas vezes. Meus amigos, primeiros leitores, me auxiliam neste processo.
Como é sua relação com a tecnologia? Você escreve seus primeiros rascunhos à mão ou no computador?
Tenho buscado aprender com a tecnologia. Quando estou escrevendo prosa, começo no computador, imprimo corrijo, volto ao computador. Quando estou escrevendo poemas, uso com mais frequência o caderno e o celular.
De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativa?
As ideias vêm das minhas dores e alegrias, das dúvidas, das leituras, dos acontecimentos do mundo, da vida. A leitura e a observação da natureza é que me auxiliam na busca pela criatividade.
O que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longo dos anos? O que você diria a si mesma se pudesse voltar à escrita de seus primeiros textos?
Eu diria que fiz uma boa escolha ao enveredar pelo caminho da escrita. Escrever com mais consciência social foi uma das maiores mudanças em minha escrita.
Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
Estou trabalhando num projeto que desejava há alguns anos, escrever um romance. Talvez ele seja o livro que eu gostaria de ler e que daqui alguns meses existirá.