Efraim Neto é jornalista e sócio da Veredas Inteligência Estratégica.
Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
Sim, tenho uma rotina matinal. Começo meu dia olhando o DOU e as principais notícias dos dias. Não sou de acessar sites em si, mas explorar os boletins e newsletters. Após isso, de segunda a quarta vou ter reuniões com clientes da consultoria, em especial os parlamentares. Nos outros dias produção no escritório da Veredas.
Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita?
Meu melhor horário de produção textual é a tarde. Sobre método, construo uma espinha dorsal do que quero escrever, após isso faço um copia e cola de fontes, trechos e citações para produzir o texto que quero.
Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária?
Minha dinâmica de escrita se dá pelo tamanho da demanda que tenho. Há dias que consigo produzir mais e outros que não. Tenho a cultura de gastar muito tempo na coleta de dados e informações. Não tenho meta de escrita diária, mas de produção semanal. Essas metas são vinculadas a entrega das análises que produzo. Em média são 6 a 8 textos.
Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
Meu processo de escrita é por compilação. Como separo o texto na espinha dorsal, sigo a lógica de preencher um trecho por vez. Não sinto dificuldade em começar os textos. Para mim o mais complicado é a revisão, pois é possível encontrar novas conexões necessárias.
Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
As travas na escrita estão vinculadas a minha organização. Às vezes perco muito tempo na análise de coisas novas que saem no dia-a-dia. O jeito neste momento é deixar o texto de lado por um tempo e mexer em outro, para depois retornar e avançar. Não tenho ansiedade sobre as expectativas.
Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los?
Sim, reviso em média 3 vezes. Envio para algumas pessoas revisarem também.
Como é sua relação com a tecnologia? Você escreve seus primeiros rascunhos à mão ou no computador?
Lido com ambos. Anotações gerais de livro são feitos em cadernos e, se digital, no Google Keep.
De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativo?
As ideias surgem do que observo no dia, em especial na política. Outra fonte é a necessidade de análise do que acontece no parlamento. Meu hábito de ser criativo vem do objetivo que quero. Sempre mantenho o foco dentro dos temas que atuo. Portanto as leituras técnicas, casada com leituras históricas, abrem oportunidade para a criatividade.
O que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longo dos anos? O que você diria a si mesmo se pudesse voltar à escrita de seus primeiros textos?
Mudou a minha percepção de sociedade e a minha capacidade de sínteses. Se pudesse voltar atrás, diria para ler mais poesias e os livros técnicos que separei e fui deixando para o lado. Escrever só faz sentido se temos um colegiado de informações para dar sentido a ela. Portanto, me arrependo de ter lido menos do que queria.
Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
Gostaria de escrever sobre a relação das pessoas com o meio ambiente urbano nas periferias das principais cidades da América Latina. Gostaria de ler um livro sobre as relações entre periferias e a economia criativa, em especial na parte de soluções para o dia-a-dia.