Eduardo Villela é escritor e jornalista, autor de O Interesse pelas Coisas (2017).
Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
Assim como muita gente, começo o meu dia com uma caneca de café das grandes para tentar acordar. O normal é eu levantar com sensação de que as coisas não fazem sentido, é como se eu nascesse de novo, preciso do meu ritual de café, iogurte, cigarro, durante o qual não quero nem conversar. No caminho do trabalho começo a me reconectar com o mundo. Atualmente trabalho como assessor de imprensa no centro da cidade, na parte da manhã e início da tarde. Se acordasse e pudesse já escrever minha literatura, provavelmente teria diversos motivos para procrastinar, como uma porta de armário a consertar, ar condicionado pingando para limpar, um curso online, trocar a fralda da minha filha. Sempre haverá mil álibis para procrastinar a escrita. Escrever, para mim, é fechar os olhos para tudo isso, inclusive também para a autocrítica no primeiro momento, e pular do precipício na água.
Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita?
Atualmente eu não tenho uma hora específica para escrever. Chego do trabalho e tem um monte de tarefas a fazer. Quando não há necessidade de cuidar da minha filha naquele momento, vem a hora crítica, de decidir entre fazer qualquer algo de outra natureza ou escrever. Já faz uns sete anos que comecei a escrever como rotina, e por causa disso as coisas daqui de casa parecem relativamente organizadas. Quero dizer que quando não escrevo me ponho na obrigação de resolver, arrumar algo, realizar qualquer tarefa. E se vou adiando muito, consigo perceber muito a realizar, isso quando realmente não há tarefas urgentes. O meu álibi para não ter que escrever é dar um jeito em algo prático. Fico contente também, às vezes, quando há louça a lavar e por isso não tenho que escrever. Não é que não goste de escrever, é claro que é muito importante e cria um sentido para mim, mas o primeiro salto na folha em branco é que é muito procrastinado. Comprar legumes para minha filha, fralda ou lenço umedecido. Mas sempre virá a hora do vazio e a sensação de que nada faz sentido no mundo, como um dia de ressaca ou a própria ressaca. Acho que é por isso que consigo fechar os olhos e começar a escrever, sempre no início sem me preocupar com o que vai saindo ali na folha, senão não conseguiria. Quando você vê, já está dentro de um carro em alta velocidade, para só se preocupar em parar e editar depois. Mas passa um tempinho e já assumo um pouco a direção. Às vezes vem muita ideia, corro com a escrita, depois paro, vou fumar um cigarro, fazer outra coisa, retorno, escrevo mais. Se não quero avançar ainda releio o que acabei de fazer, provavelmente mudando, arrumando bastante coisa. Passa um dia, ou uma tarde, e vou ler tudo de novo e tenho mais a cortar e melhorar. É como se às vezes eu escrevesse bêbado para editar sóbrio, mas não consigo beber enquanto escrevo, nem ouvir música, porque gosto muito de bebida e de música, essas coisas me distrairiam. Quando não estou escrevendo com muita rapidez, me sinto como se estivesse jogando bola, pensando em cada jogada. Vou fumar um cigarro frustrado, desanimado, pois não encontrei solução para um trecho específico do meu livro, um entrave no conteúdo ou então verbal, mesmo. Vem uma boa ideia, retorno e fico feliz da vida como se tivesse marcado um gol. E ainda vou reler todos esses trechos umas sete vezes pelo menos, tenho essa espécie de vício, de revisar várias vezes.
Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária?
Eu gostaria de ter uma meta diária, mas do modo como minha vida veio se desenvolvendo isso não foi possível. Li um livro do Hemingway em que ele dizia que tinha um filho pequeno, em Paris. Acordava muito cedo e escrevia bastante até determinada hora da tarde. O Stephen King também tem até hoje uma meta diária. Me enchi de inveja, não só por ser o Hemingway e morar em Paris, mas até hoje não funcionei bem assim. Tem dias, ou minutos, em que escrevo muito, e outros simplesmente não sento para escrever. Posso dizer que tive uma filha no meio do caminho, que recentemente completou um ano, mas isso não é desculpa. Em meio às coisas que tenho para resolver, tenho que fabricar um espaço para a escrita. Meu primeiro romance, que terminei agora e está em fase de revisão, escrevi boa parte com minha filha pendurada na minha perna, parando para dar atenção, cuidar, e torcendo para não esquecer aquela ideia que não deu para anotar nem no celular enquanto fui pegar ela no colo ou sentar no chão. Também escrevi partes no aeroporto, esperando um voo, ou no avião enquanto minha filha, do colo da minha mulher ao lado, tentava interferir na história, teclando. Outros capítulos escrevi na sala de casa em meio à babá, minha mulher e a faxina. Poderia dizer que o nascimento de minha filha postergou alguns projetos meus em escrita literária, mas por outro lado criou um sentimento de urgência que considero positivo. Em qualquer brecha, escrever. Acho que foi por isso que sonhei numa noite que escrevia pendurado no fio do carregador do computador, que me sustentava preso à tomada, com minha filha agarrada à minha perna. Já disse que não consigo escrever com música ou bebida, com coisas que gosto e me distraem, mas apesar de nunca ter tentado acho que consigo escrever perfeitamente na arquibancada do Maracanã em um Fla x Flu. Não posso criar desculpas para não escrever além das que a vida já impõe, porque passa um tempinho sem escrever e me sinto mal, falta algo. É como se a escrita proporcionasse uma direção para mim dentro daquela velha sensação de falta de sentido ao acordar, a que mencionei no início da entrevista. Essa espécie de angústia pode tomar conta se não houver arte na minha vida, e o meio artístico de expressão a que melhor me adaptei, até hoje, foi escrever. Tem uma hora em que simplesmente devo dizer um dane-se a tudo, inclusive a escrever bem, para conseguir escrever. Depois eu ajeito.
Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
Quando estou em fase de escrever ficção tomo muitas notas no celular. Já tive muitos contos que nasceram de ideias que tive no metrô, num bar, restaurante, aula, café, até no trabalho, em qualquer lugar. Boa parte dos contos que compõem o meu primeiro livro nasceu assim, de algo que pensei a partir, normalmente, de alguma observação e que achei que dava samba. Queria dizer que é importante observar, mas acho que isso vem antes de escrever. Se uma pessoa não é observadora, se não confronta o que viu com algo que sente ou pensa (muito bom quando vai em oposição a isso), e também se não gosta muito de ler, é muito difícil que seja escritora ou escritor. Nesse processo de anotar, algumas das principais ideias surgem quando colocadas em confronto com outras coisas que não teriam nada em comum, ou muito pouco em comum, como por exemplo um palhaço Tiririca tomando importantes decisões de um país. Primeiro anoto a ideia inicial de um conto. Começo a escrever aquele conto, sempre partindo do zero, com impressão de que não sei escrevê-lo, o que é verdade porque ainda será criado. Aprenderei no caminho, continuando a sentar e bater no teclado, de início, sempre, sem saber o que estou fazendo. Releio o que escrevi, mexo uma, duas, três, sete vezes, a coisa começa a ganhar forma e eu começo a ficar feliz. Então acho que não tenho mais o que fazer na frente da tela do computador naquele dia, se fizesse qualquer coisa a mais poderia azedar a obra a partir de ali. Levanto e vou cuidar da minha vida, para no dia seguinte voltar com mais uma ideia de continuação para aquele conto, que me veio no metrô, indo para o trabalho, e acho que vale a pena. Primeiro releio o que escrevi antes, junto com o material novo, penso que ainda dá samba, fico de novo feliz e vou em frente até pensar que é hora de parar de novo, estou sem ideia ou com uma ideia muito boa para continuar agora, melhor maturá-la até amanhã e, importante, ter motivos para me sentar de novo e escrever no dia seguinte com essa nova ideia. Meu ritmo normalmente é assim, acho que por isso nunca consegui criar uma rotina exata para escrever. No caso de romance, terminei o meu primeiro há poucos meses e ainda não publiquei, já fiz muitas revisões, contei com revisões de amigos também. Mas começou com anotações no celular em escala muito maior que para um conto, intercaladas com roteiro rascunhal que fiz no computador. E depois que comecei, durante todo o processo de escrita do livro que durou pouco mais de um ano, continuei a fazer constantes anotações no celular a partir de ideias que vinham de repente, até dirigindo, no sinal. Pode parecer pouco original dizer isso, mas é mesmo como se a cabeça tivesse passado mais de um ano trabalhando no romance, independente do que eu fizesse.
Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
Uma grande dificuldade, eu acho, é lidar com o fato de que minhas ideias vêm e giram numa velocidade muito maior que meus dedos nos teclados. Ou com a falta de tempo para colocar tudo que penso em prática. Tenho em meu celular centenas de anotações feitas desde uns seis anos atrás. São motes que surgem em qualquer momento do dia para um conto ou romance, e alguns são tão fortes que aproveito no mesmo dia para escrever, ou alguns dias depois. Já teve também muitos domingos em que sentei na frente da tela e olhei o celular ou e-mail buscando uma dessas ideias. Para algumas eu dou um começo e a coisa funciona, outras não, mas não é porque estas últimas seriam ruins. É como ler um livro, tem uma história que combina com aquele seu momento, e para criar acho que também, pelo menos comigo, é assim. Uma ideia que nunca esqueci e nunca escrevi se passa em uma tribo indígena que foi dizimada séculos atrás, em meio ao que hoje é a Zona Sul do Rio de Janeiro, com uso de cadáveres infectados de doenças que eram largados em terrenos próximos àquelas pessoas virgens de moléstias europeias. O ponto de vista seria de dentro daquela tribo, talvez até narrado por um deles, e envolveria questões próprias míticas desses índios, como até a impressão – correta, para eles – de que o mundo ia acabar. Faz pelo menos uns três anos que me veio isso e ainda não pesquisei e sentei para criar. Mas escrevo outras coisas e procrastinação só se cura mesmo fechando os olhos para tudo e digitando o primeiro parágrafo, sem se preocupar no início com o que vai sair. O início definitivamente é o mais difícil, mas o problema é que ele existe. Escrever é parar de se preocupar em escrever. Quanto a um projeto longo, acho que se deve controlar a ansiedade em terminar logo para evitar correria no fim que prejudica o conteúdo. Já vi acontecer. Mas cada um tem que descobrir seu próprio método para escrever, o que combina com a personalidade, que seja exatamente você ali, mesmo que não seja propriamente metódico. Acho que isso, a forma como você escreve e do que você escreve, vai compor o estilo escondido de cada um.
Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los?
São muitas e muitas revisões, tantas que não consigo nem contar, me focando, principalmente, no ritmo da frase, do parágrafo, até sonoridade de cada palavra. Chega uma hora que me sinto relativamente satisfeito, mas tenho certeza de que se ler de novo haverá mais coisas a melhorar, então por fim evito, senão nunca vou entregar. Quanto a mostrar meu trabalho, quase todos os contos do meu primeiro livro, bem antes do olho do editor, passaram pelo professor e os colegas de uma oficina que frequentei durante uns quatro anos no Flamengo, além de um clube de leitura em Botafogo. Um ou outro conto do meu primeiro livro enviei até para amigos que não escrevem, buscando o olhar de um leitor que não é bastante versado em literatura. Atualmente estou nessa fase com meu romance recém terminado, a do escrutínio de amigos. Mas já no mês que vem tenho que enviar para um concurso importante, com a sensação de que o abandonei, mas em parte satisfeito.
Como é sua relação com a tecnologia? Você escreve seus primeiros rascunhos à mão ou no computador?
As primeiras notas são no celular, às vezes envio para meu próprio e-mail com medo de perdê-las por qualquer pane no aparelho. O ideal seria já sentar para escrever, mas nas circunstâncias em que essas ideias chegam normalmente isso não é possível. Só costumo usar o caderno se não tenho um computador à mão, em uma viagem por exemplo.
De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativo?
Além de frequentar oficinas, aulas e clubes de troca literária, conversas, encontros com outras pessoas interessadas no assunto, principalmente ler muito. E ver filmes bons, séries, peças, e tentar viver experiências. A vida já nos coloca experiências que enriquecem, principalmente as difíceis até, mas uma boa viagem refresca bastante a cabeça e traz muitas novas ideias. Também acho interessante evitar ser muito rotineiro, como almoçar sempre no mesmo restaurante perto do trabalho, sentar todos os dias na mesma hora para ver televisão. Criar seus próprios recursos para mudar sua rotina. Eu não tenho costume de ver televisão há mais de dez anos, somente Netflix, Amazon e coisas do Youtube. No que as redes sociais me apresentam todos os dias, marco textos que podem ser inspiradores e envio para meu próprio celular para não esquecer, artigos ou entrevistas com escritores, por exemplo. Às vezes só vou ler aquilo uma semana depois, mas está ali como alimento. Não que eu vá conscientemente criar algo a partir de um texto, às vezes sim, mas se não no mínimo é material para misturar na estufa do subconsciente.
O que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longo dos anos? O que você diria a si mesmo se pudesse voltar à escrita de seus primeiros textos?
Se pudesse voltar, eu diria a mim mesmo para escrever mais, e acho que é a mesma coisa que vou dizer daqui a uns dez anos. Não sinto muitas mudanças no meu estilo, ele já existia quando comecei a escrever, mas acho que minha escrita teve melhorias, se tornou mais densa no bom sentido. São as experiências acumuladas, e a prática também. Eu gostaria de ter escrito mais para ser melhor hoje. É o que sempre vou fazer. Não tenho o costume de pegar meu primeiro livro, “O Interesse pelas Coisas”, e reler, pois acho que ficaria frustrado, ou com o que poderia ter sido melhor, ou até com impressão de que perdi um pouco de uma inocência dos primeiros tempos que tornava, talvez, minhas ideias mais leves. Sinceramente não sei, mas por alguma razão evito pegar de novo meu livro. Gostei do resultado, e passou, já foi publicado. Ou seria muito narcisista ou não teria realmente uma função, olhar para mim no passado com essa atenção toda para ver o que melhorar. Melhor focar no presente, o que melhorar do hoje.
Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
Eu gostaria de começar aquele projeto que mencionei lá atrás, que envolve pesquisa histórica inclusive de costumes, dia-a-dia de tribos indígenas que habitaram o Rio de Janeiro e já foram dizimadas. Seria uma visão com pretensões míticas sobre o fim de tudo a partir das pessoas habitantes de uma dessas tribos. Mas, como sempre, preciso fabricar um tempo para isso. Tempo que acaba surgindo se me dedico mesmo, porque quando realmente quero escrever um conto ou história mais longa, colocar no papel uma ideia que me obceca, ela acaba escorrendo por qualquer canto. Quanto a ler um livro, acho que gostaria de um com múltiplos narradores durante uma espécie de revolução que ocorre no país, sendo cada narrador de uma classe ou etnia diferente, e também com sua própria visão política diversa, bem diferente dos outros narradores, mesmo que não embasada em leitura ou conhecimento em alguns casos. Seria uma tarefa bastante difícil, até de ser aceita, porque muita gente só quer ler aquilo que confirme o que pensa. (risos)
Ao dar início a um novo projeto, você planeja tudo antes ou apenas deixa fluir? Qual o mais difícil, escrever a primeira ou a última frase?
Começo fazendo anotações, principalmente no celular. Chega uma hora em que transfiro para o arquivo em Word e começo a escrever. Enquanto vou escrevendo continuo a fazer anotações embaixo. Quando elas se tornam muito caóticas (as ideias vêm sem pedir licença) tento organizar um pouco em um arquivo separado, mas as ideias continuam a jorrar e “bagunçar” tudo… Para mim, escrever um romance ou um conto muito grande é dar ordem a essa bagunça. O começo para mim é sempre o mais difícil. Na verdade, antes do começo. É a lei da física: torna-se necessário um esforço para entrar ou sair de uma inércia qualquer, que pode ser escrever ou não escrever. Até com os vícios também é assim. Quanto a terminar um projeto, é preciso não confundir sensação de missão cumprida com preguiça.
Como você organiza sua semana de trabalho? Você prefere ter vários projetos acontecendo ao mesmo tempo?
Sempre quero ter apenas um projeto em mente, mas são sempre vários. Provavelmente, até, é mais saudável trabalhar em pelo menos uns dois ou três, ou um grande e os demais pequenos. Sinto preguiça de sair de um projeto para o outro bruscamente, mudar de supetão minha programação mental, mas hoje me treino mais a isso, até para não ficar com uma visão crítica “viciada” de um trabalho qualquer. É o tal olhar de fora tão necessário ao escritor, antes de passar para outros de fato lerem. Sobre minha semana de trabalho, ela é entrecortada com tarefas práticas domésticas como ir ao mercado, levar a filha na escola ou trocar uma lâmpada. Acho saudável ter esse respiro desde que não se tornem procrastinação do ato de escrever, o que é muito comum. A casa pode brilhar de limpeza e cuidado e a folha permanecer em branco.
O que motiva você como escritor? Você lembra do momento em que decidiu se dedicar à escrita?
Eu lembro do momento em que decidi escrever, em uma pequena praia na cidade de Búzios. A primeira cena do primeiro conto que escrevi e que deu título ao meu livro de contos também se passa nesse cenário. Houve uma espécie de estalo, creio que como com aqueles padres que dizem ter sentido um chamado de Deus ao sacerdócio. Estou tentando neste momento lembrar qual foi a motivação. Acho que foi simplesmente por dizer algo ao mundo, pois o mundo me diz muitas coisas.
Que dificuldades você encontrou para desenvolver um estilo próprio? Algum autor influenciou você mais do que outros?
Não tive dificuldade de desenvolver um estilo autoral, acho que ele já estava dentro de mim pedindo para sair. Porém, é claro que desenvolvi muito a minha escrita com bastante prática em oficinas literárias e avaliações por outros escritores, professores e editores, e isso sempre será contínuo. Rubem Fonseca teve muito impacto para o início da minha escrita, e como influências marcantes iniciais também posso citar Machado de Assis, Paul Auster, Fernando Sabino. Mas poderia citar muita gente.
Você poderia recomendar três livros aos seus leitores, destacando o que mais gosta em cada um deles?
Para quem quer escrever, principalmente, os romances O Caso Morel (Rubem Fonseca), Leviatã (Paul Auster) e todos os contos do Machado de Assis. O primeiro pela beleza que brota do enxugamento, quase secura e simplicidade, o segundo é uma aula de como contar uma história com várias ramificações, prendendo o leitor e sem se embolar no processo, e o terceiro pela elegância e sagacidade.