Diniz Gonçalves Júnior é escritor.
Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
Sim, sou o rei das rotinas matinais, geralmente acordo às 7h e a manhã passa “tartarugueada”.
Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita?
Não tenho nenhuma disciplina pra criação, vem uma palavra ou frase na cabeça e tento desenvolver, pode ser qualquer hora. Ouvir alguma música é bacana pra trazer certos estados emocionais.
Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária?
Não tenho uma meta diária, mas acho interessante pra quem consegue ter, faço anotações que podem virar um poema ou ir pro limbo.
Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
Aí vai no tranco mesmo pra soltar as palavras, toda leitura pode ser considerada uma pesquisa, até bula de remédio. Anotar aquilo que parece estranho, interessante.
Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
As travas são sempre broxantes, nesses momentos não adianta forçar a barra , melhor deixar pra depois mesmo. Projeto longo foi o Desmemórias , mas resolvi mudá-lo bastante sem prazo pra conclusão.
Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los?
Mostro pra pouquíssimas pessoas de confiança. Sempre altero os textos, mesmo já publicados posso trocar uma palavra aqui e acolá pra melhorar o resultado.
Como é sua relação com a tecnologia? Você escreve seus primeiros rascunhos à mão ou no computador?
Geralmente direto no computador.
De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativo?
Leituras, memórias, observação da cidade e dos passantes.
O que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longo dos anos? O que você diria a si mesmo se pudesse voltar à escrita de seus primeiros textos?
Fiquei mais exigente , tem muita gente fazendo trabalhos interessantes e é importante não decepcionar. Diria: siga o caminho sem euforias desmedidas ou quedas bruscas, um passo de cada vez.
Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
O projeto é concluir dois livros que estão empacados. Um livro só de imagens poéticas certeiras, reunindo o que de melhor foi feito no século 20.