Danielle Lourenço é escritora.
Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
Meu dia começa cedo! Água para ferver, cheiro de café pela casa e um longo dia que se inicia!
Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita?
A melhor hora do dia é aquela que consigo compartilhar da minha doce companhia. Seria uma nova versão do “enfim sós”: eu e minhas ideias. Não tenho um ritual por assim dizer, mas gosto de colocar uma música suave: meditação, sons da natureza ou mantras.
Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária?
Não tenho uma metodologia. Quando a escrita é acadêmica, os períodos são concentrados. Agora, quando se trata das minhas histórias, crônicas e contos, escrevo quando a alma me convida para uma prosa.
Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
Bom, esta pergunta tem em duas etapas, porque há duas escritoras que precisam responder!
Quando escrevo sobre a área de tecnologia educacional ou ainda como gestora de pessoas, realizo uma boa pesquisa anteriormente à escrita. Faço anotações de citações importantes, estruturo o “esqueleto” do trabalho para então, finalmente, iniciar a produção.
Agora, quando a escrita é um convite da alma, uma prosa sobre a vida, os relacionamentos e um sem fim de assuntos do coração, o processo é absolutamente intuitivo. Escuto as ideais como se fosse o farfalhar das asas das borboletas que visitam um lindo jardim e simplesmente escrevo!
Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
Os prazos a serem cumpridos são um incentivo e um bom remédio à procrastinação. (risos).
Mas de modo geral, sou ágil e minha escrita fluída.
E quando sinto as temidas travas, não insisto! Entendo que se a escrita não “acontece” é porque a alma precisa de um tempo de descanso.
Paro, saio caminhar, vou ler, conversar ou tomar um café!
Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los?
Aff! Muitas vezes! (risos)
Como trabalhei na edição de material didático, tenho olhos de “lince” e pavor de erros!
Acredito que, às vezes, estamos tão mergulhados na nossa produção, que não vemos obviedades!
Por este motivo, costumo compartilhar os textos com, pelo menos, duas pessoas.
Como é sua relação com a tecnologia? Você escreve seus primeiros rascunhos à mão ou no computador?
Somos bem amigas! Íntimas eu diria, afinal, é uma das minhas maiores paixões e área de estudo!
Diria que, pelo menos, 90% de tudo que escrevo é direto no computador.
De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativa?
Minhas ideias vêm do dia a dia! Gosto de conversar com pessoas, prestar atenção das entrelinhas da vida e compartilhar minhas reflexões!
Dois hábitos que julgo fundamentais: manter uma caderneta para anotações e manter uma postura de observadora dos movimentos do universo.
O que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longo dos anos? O que você diria a si mesma se pudesse voltar à escrita de seus primeiros textos?
Escrevo com o mesmo ânimo dos primeiros tempos mas com a maturidade que a idade me presenteou.
Minha busca (insana) por agradar diminuiu muito e entendo que há escritos e escrita para todos os gostos e todos os públicos.
E eu diria para mim mesma: seja cada vez mais você!
Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
Minhas histórias, crônicas e contos são voltados ao público adulto, no entanto, já foram usados em muitas escolas com crianças! Eu adoraria publicar um livro com meu material adaptado ao público infantil! Um patrocínio será muito bem-vindo! (risos)
Eu adoraria ler um livro que ensinasse a conseguir senhas para visitas no céu! Amaria dar um abraço na minha avó Nena, a primeira contadora de histórias que conheci na vida! Minha fonte de amor! Minha melhor lembrança de infância!