Carminha Morais é escritora.
Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
Começo o meu dia agradecendo a Deus pela vida, faço minhas orações para me abastecer espiritualmente.
Em primeiro lugar sou dona de casa e tenho meus afazeres. Além de escrever, também sou costureira e tenho minhas atividades na Paróquia que congrego. Sou cantora e Ministra da Eucaristia.
Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita?
Sempre á noite, depois que termino os meus afazeres, posso me concentrar e colocar minha mente para funcionar.
Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária?
Não escrevo todos os dias. Preciso estar bem emocionalmente, fisicamente para colocar em ordem os meus pensamentos e então sentar e começar a por em prática as minhas ideias.
Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
Minha forma de escrever diverge de alguns autores. Já ouvi de alguns escritores que eles passam horas e horas escrevendo, depois apagam o que escreveram, rabiscam suas ideias no papel depois apagam, jogam o papel na gaveta e esquecem deles por um bom tempo.Eu sinto que sou diferente nesse ponto: Sento para escrever quando tenho uma idéia, vou formando um diálogo sobre o tema e procuro encaixar o tema em alguma história que me contaram ou nos acontecimentos do dia a dia do nosso povo.Minha pesquisa sobre os fatos é necessário, para dar veracidade a história.
Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
É complicado mas não me abalo.Não tenho pressa, sou independente, não tenho Editora pegando no meu pé, me apressando, então quando ficar pronto, os meus poucos leitores ficarão satisfeitos.Escrevo porque gosto,vendo poucos livros, mas quantidade não me enche os olhos.Se eu tivesse que sobreviver com venda de livros, já teria morrido de fome.
Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los?
Várias vezes, mas graças a Deus tenho uma revisora excelente que sofre por mim. Coitadinha, como dou trabalho a ela.
Não mostro a ninguém, pois quem poderia me ajudar nisso seria a minha família, mas não sei se você sabe que “um profeta não é reconhecido na sua própria Patría” Talvez seja também porque não foram ensinados a gostar de ler.
Como é sua relação com a tecnologia? Você escreve seus primeiros rascunhos à mão ou no computador?
Escrevo direto no computador.
De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativa?
Minhas ideias são retiradas da vida. Todo mundo tem uma história, só não sabe colocar no papel e eu as ouço e conto. Sabe um bom lugar para ouvir histórias? Salão de cabeleireiro, fila de supermercado. É só ouvir, e colocar a mente pra funcionar.
O que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longo dos anos? O que você diria a si mesma se pudesse voltar à escrita de seus primeiros textos?
No início foi por brincadeira. Estava empolgada, havia terminado a Faculdade de História e resolvi escrever a história do meu Ministério de Música.Não sabia nada! Como iniciar, dar seguimento. Foi com a cara e a coragem. Saiu, mas ficou uma loucura! Foi horrível. Hoje estou mais consciente, aprendi bastante, mas ainda tenho muito o que aprender.
Eu diria: Não acredito que você escreveu isso. Que horror!
Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
Na verdade já comecei a escrever a Biografia da família do meu marido, mas infelizmente fui obrigada a suspender por força de pensamentos contrários de alguns membros da família.
Um livro contando a minha história de vida, escrita por outro escritor, assim eu não choraria tanto.