André Gordirro é escritor, autor da série de fantasia Lendas de Baldúria (Rocco).
Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
Começo cedo porque minha noiva acorda cedo para trabalhar, e antes de mais nada cuido dos quatro gatos da casa. Só aí então consigo tomar café e ligar o computador para dar conta das tarefas do dia, geralmente anotadas no Google Tasks.
Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita?
Depois do almoço, quando já venci as pendências da manhã, que sempre são muitas. Geralmente verifico a produção do dia anterior para colocar a mente no ritmo certo.
Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária?
Em períodos concentrados, quando tenho prazo para escrever. Um capítulo por dia (+2500 palavras) é sempre minha meta.
Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
Faço um capítulo por dia (ou em dois dias contando com as complicações normais), seguindo o roteiro esboçado anteriormente, mas não me prendo ferrenhamente a ele. Como escrevo ficção, a pesquisa é pontual e nem sempre ocorre.
Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
Sou jornalista por formação e jornalistas vivem de prazo para ontem, pois o jornal tem que sair todo dia. Logo, nunca enfrentei travas e, caso tenha procrastinado, a madrugada está aí pra cumprir a cota do dia.
Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los?
Reviso uma vez até entregá-lo oficialmente, mas o manuscrito sempre volta pelo menos duas vezes à minha mão, para ajustes finais. Há um leitor beta que recebe cada capítulo assim que o termino.
Como é sua relação com a tecnologia? Você escreve seus primeiros rascunhos à mão ou no computador?
Escrevo diretamente no computador usando o software Scrivener.
De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativo?
Como diria o Stephen King, eu importo minhas ideias de uma lojinha especializada em atender escritores. Tirando a piada, minhas ideias surgem de tudo ao redor, de conversas, observação do cotidiano ao consumo de outras obras em todas as mídias possíveis. Logo, estou sempre consumindo material ficcional e também notícias, ensaios, outras ideias.
O que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longo dos anos? O que você diria a si mesmo se pudesse voltar à escrita de seus primeiros textos?
Ter descoberto o Scrivener certamente mudou a forma como fiz o segundo livro, e se pudesse, voltaria no tempo para refazer o primeiro livro com esse software.
Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
Acabei de lançar meu segundo livro, então já penso no terceiro e mais outro projeto paralelo, mas não comecei por estar envolvido com a divulgação e lançamento. Um livro sobre os bastidores das filmagens de Conan, o Barbaro.