Alisson Carvalho é escritor, redator no projeto Geleia Total, mestrando em Antropologia na Universidade Federal do Piauí e artista visual.
Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
Antes de tudo não me sinto ninguém se eu não banhar e tomar um bom café da manhã. Eu tenho o hábito de tomar café lendo jornais virtuais e notícias, como meu tempo é bem concorrido utilizo esse momento para me atualizar. Só depois desse rito matinal começo as minhas atividades diárias. No início do mestrado as minhas manhãs eram destinadas à etnografia, portanto eu reservava esse horário para a pesquisa de campo ou pesquisa bibliográfica já que queria vivenciar o campo desde os primeiros períodos. Ao longo do tempo modifiquei minha rotina por causa das outras atividades e projetos desenvolvidos.
A minha segunda-feira costuma ser um dia mais atarefado, portanto geralmente é pela manhã que eu começo o trabalho de decupagem das reportagens feitas no final de semana ou, quando antecipo essa atividade, inicio a feitura dos textos dos entrevistados do projeto que sou vinculado chamado Geleia Total no qual semanalmente entrevista artistas piauienses. Além disso, tenho que organizar tudo que será postado no site do projeto durante a semana e já deixar agendado as possíveis entrevistas que farei, bem como contactar artistas e tentar marcar essas entrevistas. Cada entrevista marcada exige de mim uma pesquisa exaustiva sobre a vida e obra da pessoa, pois é somente depois de conhecer o entrevistado que poderei construir um roteiro de entrevista semiestruturado que será modificado ao longo da conversa com o artista conforme a fluidez da entrevista. Portanto, inicio o dia escrevendo.
Dessa forma, atualmente, divido meu dia em três partes: pela manhã resolvo assuntos relacionados ao trabalho, pela tarde invisto meu tempo na pesquisa de campo e durante a noite estou revisando textos acadêmicos ou revendo os materiais da minha pesquisa.
Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita?
Eu costumo escrever mais pela manhã, só que textos relacionados com o meu trabalho, ou seja, matérias para publicar no site e redes sociais. Gosto de escrever mais pela manhã ou na madrugada, mas tudo depende de como será o meu dia. No período da tarde eu escrevo mais os textos acadêmicos e é quando me sinto mais produtivo para mergulhar em leituras mais profundas, ou seja, sobre a minha pesquisa. A regra que aprendi e que me engessou depois da graduação quando comecei a estudar para concursos foi de nunca ler deitado ou na cama, deixei esse hábito enraizado de tal forma que sempre que tento romper acabo dormindo, por isso eu gosto de ler e escrever em lugares silenciosos e sentado, não consigo fazer essas atividades deitado.
Em Teresina, durante o período do B-R-O BRÓ, que é o período com a temperatura mais alta em relação ao resto do ano, é muito complicado para mim escrever ao ar livre sem um lugar refrigerado. O calor afeta muito a minha produção.
Já os textos literários, embora não sigam uma regra específica, eles geralmente são escritos à noite que também é um horário que costumo frequentar algumas atividades culturais, portanto quando não estou em casa escrevendo aproveito o percurso para registrar as minhas ideias. Acredito que a minha parte criativa flui mais durante a noite porque durante o dia estou imerso em produções de textos mais jornalísticos e alguns fatores contribuem para a minha produção ser maior nesse horário. Um desses fatores é o silêncio, pois quanto mais tarde menos interferências ou demandas de trabalho aparecem. A escrita é um processo bem isolado, assim como a pintura, por isso prefiro a tranquilidade e o silêncio da noite ou da madrugada para produzir.
Minha preparação para escrever é algo simples, eu preciso me isolar, preciso de um ambiente silencioso principalmente se vou escrever algo mais longo. Eu costumo investir mais tempo na escrita dos meus contos, por isso sempre que posso procuro relaxar para refletir sobre o que quero escrever. Só que isso não é uma regra, pois quando se trata de escrever poesias na minha página Rascunhos Líquidos eu não me preocupo com esses ritos que me dão o conforto de escrever ou estudar. Para as poesias eu aproveito qualquer instante de ócio, qualquer ideia, qualquer sentimento ou motivação. Com isso, tenho duas performances e com a poesias eu utilizo desde um guardanapo para registrar a ideia até o próprio celular, por isso tenho umas duzentas ideias no bloco de notas do meu celular, vou escrevendo tudo, de ideias até notas sobre palestras ou reuniões.
Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária?
Na graduação eu criei um blog que posteriormente, na pós, se transformou numa página chamada “Rascunhos Líquidos” que tinha como proposta aproveitar as minhas primeiras inspirações, pois queria divulgar pensamentos voláteis e inacabados construídos depois de me dedicar aos textos dos autores Gilles Lipovetsky, Edgar Morin e, claro, Zygmunt Bauman. Desde esse período eu me condicionei a escrever diariamente. Significa dizer que desde 2017 eu escrevo religiosamente todos os dias. Só na reta final da pós-graduação foi que eu deixei de lado a escrita poética e passei a focar na escrita acadêmica e até tentei manter o mesmo ritmo, mas com a escrita técnica tudo flui de maneira diferente, por isso fui deixando essa rotina de escrita diária. O que não significa que eu tenha deixado de lado completamente a escrita, estou constantemente anotando meus pensamentos, mas não invisto mais o mesmo tempo que investia nas poesias como nos anos anteriores, menos ainda para postar com a mesma frequência. No Rascunhos Líquido e cheguei a postar diariamente três poemas, cada um em um turno diferente, então era uma produção bem intensa.
Desse material todo produzido, obviamente muita coisa é deixada de lado, muitas ideias são arquivadas, mas não é uma prática racional, foi uma necessidade que inicialmente surgiu de querer externar emoções e que se manteve viva como uma forma de exercício criativo diário. Posteriormente fui me desprendendo da obrigação de escrever todos os dias para o Rascunhos Líquidos, contudo outras atividades foram ocupando essa lacuna. Atualmente escrevo diariamente e mesmo não sendo como forma de lazer, escrever é a atividade que mais me instiga, é algo prazeroso, nunca é laborioso criar no campo da escrita. Eu sempre preferi me expressar mais por meio da escrita, é o espaço que me sinto mais confortável e que tenho mais intimidade, por isso acabou se tornando uma prática diária. Se eu pudesse escolher, escolheria viver somente da escrita.
Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
Eu tenho uma paixão por imagens, por isso quando vejo alguma fotografia ou alguma cena do cotidiano que me desperta a atenção eu rascunho aquela ideia. Deixo aquilo guardado na minha incubadora de ideias até que eu me sinta pronto para mergulhar na ideia rascunhada. Geralmente as ideias fluem de modo espontâneo, sem grandes entraves, o meu grande problema geralmente é construir um título coerente com o que eu escrevi e eu acho que deve ser por isso que dificilmente as minhas poesias não possuem títulos.
O meu processo criativo sofreu profundas mudanças com o mestrado, pois eu não costumava estruturar o que eu ia escrever, não criava um esqueleto para os meus textos, comecei fazer isso como forma de organizar a minha dissertação e acabou funcionando com um projeto que tenho para uma obra que estou escrevendo. Apesar disso, os contos – que são minha grande paixão – fluem de maneira mais espontânea, tudo bem que sou mais rígido com eles, mas não costumo determinar o caminho que ele deverá seguir ou o desfecho de alguma história.
Já a minha escrita poética eu sempre gosto de usar como fonte de inspiração algumas datas importantes ou comemorativa, às vezes uma provocação, revolta ou qualquer outro sentimento que surge durante o dia. As mais fortes surgem de revoltas ou sentimentos que realmente me desconcentram e me desestruturam. E eu consigo perceber o que quero criar, se sento para escrever um conto sairá um conto ou uma crônica, algo mais da prosa, assim como sei quando quero escrever uma poesia.
Meus textos acadêmicos nascem da necessidade mesmo, quando preciso traduzir o que vivenciei na pesquisa de campo ou quando quero transmitir um fragmento da minha pesquisa. Nesse sentido, o caderno de campo para mim é algo essencial, já que muitas ideias são colocadas ali e a memória é um receptáculo de informações frágil já que se mistura facilmente com a imaginação, muitas vezes turvando a nossa percepção da realidade. E caso o pesquisador demore para registrar o que vivenciou no campo os dados colhidos poderão ser perdidos pelo esquecimento. A experiência etnográfica exige do pesquisador o registro constante, até como um instrumento de pesquisa mesmo.
Escrever tem que ser uma atividade prazerosa, mas não é por isso que devo ser irresponsável com a obra, ou seja, jogá-la no mundo sem um trabalho mais delicado de finalização. Com isso eu chego a me contradizer se avaliar a minha poesia, mas, apesar de jogar publicar poesias avulsas, eu costumo selecionar e filtrar o que de espontâneo eu criei e que merece ser publicado. Acredito que toda ideia deve ser registrada, por mais simplória que pareça. Além disso, é sempre importante rever todo o material apreendido, tudo que foi ignorado, pois rever a transformação do pensamento pode ajudar a elucidar as ideias. Por isso, vez por outra revisito algum texto antigo e muitas vezes descubro insights bem curiosos ou hipóteses bem interessantes.
Um detalhe bem engraçado é que uma das obras que preparo há uns dez anos, aproximadamente, é composta por contos e um desses contos mistura algumas teorias das ciências sociais com a literatura. O título desse conto foi a inspiração para a minha dissertação, pois eu utilizava o texto “A interpretação das Culturas” do Clifford Geertz para analisar uma situação descrita nesse conto que acabou se tornando um dos contos que mais gosto dessa obra.
Então fica evidente perceber que a minha ligação com a literatura também é alimentada pela pesquisa acadêmica, gosto de entrelaçar todas as formas de conhecimentos que me atravessam, por isso minha escrita tem muito das artes visuais, poesia, ensaios filosóficos, entre outros elementos que se mostram pertinentes durante o ato de escrever. Acredito que a criação acontece de forma espontânea, não temos como barrar um impulso criativo e se estou me abastecendo com alguma forma de conhecimento todas essas informações escorrerão pela escrita ou por qualquer expressão artística. Eu comecei a estudar a corporeidade na academia e acabei produzindo ensaios e pinturas sobre o tema, não estava no meu cronograma inicial produzir nada artístico baseado na minha pesquisa só que as provocações da pesquisa de campo me nutriu com ideias que me fizeram enveredar para as artes visuais gestando a minha primeira exposição “A poética do corpo no espaço”.
Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
Finalizar, concluir uma obra é um grande problema que enfrento, mais do que as expectativas, eu nunca consigo achar que a obra está pronta. Isso me fez protelar a publicação de três obras longas que escrevi ao longo dos anos, foram não mais que dez anos me censurando sobre uma das minhas obras, mas que finalmente está na iminência de ser publicada. O exercício de publicar diariamente foi um dos mecanismos que utilizei para superar essa insegurança, além disso participar de concursos literários ajudou muito a legitimar a minha escrita. Foi só a partir dos resultados dos concursos que senti que poderia publicar uma obra mais longa.
Nunca havia parado para pensar nisso, mas depois de refletir sobre a pergunta percebi que foi a partir do aval dos concursos que comecei a me sentir mais confiante, pois de cara no primeiro concurso eu tive um bom resultado, depois disso comecei a garimpar os concursos literários locais e eu até brinco que o meu patrimônio daquele tempo foi conquistado graças a essas premiações.
Apesar de ter essa dificuldade eu confesso que não deixo que ela me trave ou atrapalhe a minha experiência com a literatura. Eu não deixaria de publicar um conto por falta de título, crio um com algum elemento do texto e acabo com o problema ali mesmo, pois acredito na minha intuição.
Os projetos mais longos para mim são instigantes, eu gosto de esmiuçar um elemento de uma história, mergulhar na psicologia da personagem. Tenho mais dificuldades com micro contos, com histórias menores, tanto que não exploro muito esse universo. Vez por outra eu começo a escrever algo e quando me dou conta a história já ultrapassou vinte ou trinta páginas, aí dou uma respirada, arquivo o material e deixo lá, quem sabe algum dia ele me inspire a escrever algum texto.
Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los?
Nas primeiras publicações, quando comecei a participar de concursos de literatura, eu lia para meus amigos e familiares, isso me dava uma noção se a mensagem estava ou não clara. Então desde o início eu gosto de ver as críticas, como minha formação não é na literatura eu acho essencial mandar os textos para revisores ou para algum profissional das letras. Pelo menos os textos mais longos.
Atualmente eu tenho duas formas de atuar com meus textos: com poesia sou menos rígido e me permito mais; com os contos sou extremamente rígido e corrijo diversas vezes antes de publicar.
Alguns textos e poesias eu costumo mostrar para os amigos, principalmente quando sinto que estão confusos. Mas, confesso que prefiro um feedback de pessoas desconhecidas, pois o excesso de polidez que a proximidade causa pode, muitas vezes, limitar uma crítica mais severa, algo que acho essencial para o desenvolvimento do trabalho.
Essa fórmula tem dado certo, pois a avaliação de alguém que não conhece você é bem mais fria. Recentemente recebi o feedback de curadores de um concurso literário que estou participando, uma das etapas consiste em receber as críticas e achei um máximo, só tinha uma crítica negativa e foi justamente nela que me fixei. Eu costumo ignorar os elogios e tento melhorar a partir da crítica, mas sem mudar o meu estilo de escrita. É interessante se afastar da obra pra entender o que ela está transmitindo, por isso mesmo é importante saber como os textos estão sendo recebidos pelo espectador. Mesmo assim é importante insistir, muitas vezes um autor pode ser o propositor de uma forma de expressão genial e ele tem que ter coragem de romper com o cânone, de criar.
Como é sua relação com a tecnologia? Você escreve seus primeiros rascunhos à mão ou no computador?
Embora eu seja um defensor da tecnologia, ainda utilizo o papel e a caneta para rascunhar minhas ideias repentinas. Acho essencial escrever ou desenhar bobagens, às vezes surge uma grande ideia. Só que o papel eu só uso quando estou em trânsito, quando não posso levar o notebook para algum lugar. Gosto de resumir os textos acadêmicos e fazer meus fichamentos no papel também.
Como comecei a publicar meus textos e poesias em blogs ou nas redes sociais acabei percebendo certo preconceito em relação ao suporte que a obra está vinculada, dessa forma gosto de insistir que devemos nos apropriar das novas tecnologias (que nem são tão novas assim). Dessa forma eu sou um entusiasta, acredito nas novas tecnologias e quando posso eu abandono o papel não só pela facilidade, mas por uma questão política, afinal é muito papel no mundo.
A maior parte da minha biblioteca está no meu celular, gosto de ler PDF e E-book, só não abandonei de vez o papel porque infelizmente alguns livros ainda são produzidos só na versão impressa. A praticidade de edição de um texto virtual e a falta de tempo também me fazem optar pela escrita no Word ou no bloco de notas do celular.
De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativo?
São ideias que surgem despertadas por cenas e imagens. Eu gosto de criar, estou constantemente desenhando, pintando ou escrevendo. Acho que esse excesso de ideias precisa sair de alguma forma e é aí que entra a escrita. A minha inspiração é tem muito a ver com o cotidiano, com a urbanidade, com querer descrever a minha época e o lugar onde vivo.
E o que alimenta essa criação é vivenciar as artes, perceber como outros artistas criam fortalece em mim o desejo de também criar. Dessa forma, estou sempre desfrutando de leituras ou exposições de artes de outros autores, vendo fotografias, assistindo aos filmes e tentando dialogar com esses criadores. Acredito que é impossível dissociar a cultura da escrita do autor, por isso tudo que escrevo é produto do contexto histórico e social ao qual eu estou inserido. A minha escrita sempre teve um carácter social, por isso minhas ideias são tão atravessadas pelas questões filosóficas ou sociais.
O que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longo dos anos? O que você diria a si mesmo se pudesse voltar à escrita de seus primeiros textos?
Eu comecei descrevendo o mundo, retratando histórias que escutava dos mais velhos, posteriormente me afeiçoei pela filosofia e comecei a questionar o mundo em que vivia, depois passei a mergulhar e relatar os meus próprios sentimentos. Somente quando eu conheço o teatro é que começo a me preocupar mais com as questões sociais e a disciplina de criação da personagem me fez pensar mais no contexto social e psicológico que preenchem o indivíduo. Essa foi a grande mudança na minha escrita, até porque eu tive uma formação básica bem fragilizada, minhas âncoras sempre foram os livros.
Eu queria que tivessem exigido mais da minha escrita nos primeiros anos escolares, pois senti muitas dificuldades de lapidar a minha escrita como ainda sinto. Só comecei a ler de maneira mais intensa no ensino médio e tudo porque eu sempre tive a ambição de falar bem, coisa que nunca consegui. Esse desejo de querer saber me expressar assim como os diretores e atores que eu admirava me atraiu para os livros e sem querer gostei.
Depois disso eu fui aprofundando e lapidando essa forma de escrever e fui agregando um pouco de tudo que fui aprendendo na minha escrita. Só que esses conhecimentos que cito são conhecimentos gerais, nada especializado com a escrita, são textos e livros das ciências humanas. E é exatamente por não ser um técnico da área das Letras que o meu livro de cabeceira é uma gramática e um dicionário. Por isso eu acho tão essencial perguntar, questionar e debater com pessoas das Letras ou escritores experientes, é importante se deixar aberto para aprender sempre, inclusive com as novas gerações.
Se eu pudesse voltar aos primeiros textos diria para ser mais objetivo e para ler incansavelmente tudo, ser eclético na escolha das obras e ter cursado Letras – Português, pois acabei me matriculando, mas desisti do curso.
Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
Gostaria de criar uma coletânea de textos de autores negros ou criar uma antologia, pois percebo que a minha seleção de textos e personagens não englobam esse universo. Portanto sinto que existe uma carência de divulgação desses autores, acredito que devemos equilibrar esse campo e fazer da literatura um espaço no qual todas as pessoas possam se sentir representadas e que os leitores de todas as camadas sociais e matizes possam se sentir identificados pelas personagens e pelas obras. E quando digo isso quero dizer que devemos desconstruir o estigma que flutua no nosso imaginário, pois somente quando mostrarmos a beleza que existe em todos os espaços sociais é que poderemos criar as condições para que todos sintam empatia com a alteridade.
Eu também queria publicar essa obra que passei quase uma década preparando e que agora está pronta para a publicação, na verdade queria publicar essas obras três obras que já tenho prontas para começar a investir no meu novo projeto e que é justamente o livro que ainda não consegui ler, mas que ficaria feliz se ele estivesse por aí em algum lugar sendo gestado por alguma outra mente. A obra que está na minha incubadora criativa se trata de um projeto bem maluco, um tanto diferente do convencional, algo que vai brincar com as transformações da linguagem, das ideias e da própria sociedade usando, inclusive, a metalinguagem.