Alex Castro é escritor, autor de Outrofobia, textos militantes (2015).
Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
Eu acordo todo dia bem cedo. Desfaço a cama e levanto ela na parede, transformando meu quarto em escritório. Nos dias ideais, eu consigo malhar e meditar um pouco. Tomo um café, como uma coisinha, então começo.
Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita?
Eu sou totalmente matinal. Faço meu melhor trabalho das cinco às dez, onze da manhã. Se não comecei a trabalhar até umas nove, já sei que o dia será perdido.
Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária?
Eu passo dias e dias sem escrever. Aí sento e passo 12 horas seguidas escrevendo por vários dias, parando só pra dormir.
Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
A tentação é enorme de continuar lendo e nunca escrever. É sempre difícil abandonar a pesquisa, a leitura, as notas e finalmente começar.
Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
Quando travo, vou fazer outra coisa. Quando fico com preguiça, lembro que vou morrer. Esses medos e ansiedades, nunca tive.
Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los?
Leio e releio e releio e releio mil vezes. Mostro pra todo mundo que eu posso. Tenho uma newsletter, sempre mando versões preliminares para as pessoas assinantes e mudo bastante coisa com base no feedback que recebo.
Como é sua relação com a tecnologia? Você escreve seus primeiros rascunhos à mão ou no computador?
Tenho uns caderninhos de rascunhos, mas escrevo basicamente no computador. Tenho um laptop sem internet para que eu possa escrever sem distrações.
De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativo?
Sou dialógico. Minhas melhores ideias sempre vêm quando estou conversando, dialogando, ensinando.
O que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longo dos anos? O que você diria a si mesmo se pudesse voltar aos seus primeiros escritos?
Eu me diria só para usar menos internet.
Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
Estou há 14 anos escrevendo O Livro das Prisões. Só vou fazer qualquer outra coisa quando terminá-lo. Tenho vontade de escrever um livro passado na Idade da Pedra.