Alane Ramos Barbosa é filósofa e escritora.
Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
Tenho uma rotina marcada pelo fato de ser funcionária pública com jornada de trabalho matinal.
Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita?
Sinto-me “ligada” todo o tempo à tarefa de escrever, no entanto, não consigo estabelecer um critério específico no que se refere a horário. Leio muito, sempre com um caderno ao lado, quando vem alguma ideia ou uma frase feita, anoto. Gosto muito da madrugada para elaborar os textos que vêm como inspiração ao longo do dia.
Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária?
Não. Escrevo quando estou inspirada. Meu propósito é de sempre produzir de forma a exprimir o melhor que eu puder fazê-lo, portanto, privilegio a qualidade em relação a regularidade ou quantidade de páginas escritas em determinado período.
Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
Tenho uma inclinação para prosa poética, quando escrevo mexo com o mais profundo de mim. É um trabalho artesanal, requer tempo e leveza. Não trabalho sob pressão.
Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
Respeito o meu mundo interno, quando sento para escrever sei que tenho algo a colocar no papel. Não tenho medo da rejeição relacionada à minha escrita, sou uma iniciante, só estou determinada a escrever. Mas ficarei feliz se o que escrevo vier a tocar algumas pessoas.
Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los?
Sim, sou rigorosa com minha escrita, revisando por vezes os meus textos! Compartilho sim, com os mais íntimos.
Como é sua relação com a tecnologia? Você escreve seus primeiros rascunhos à mão ou no computador?
Os rabiscos são anotados em um caderninho que anda comigo e no bloco de notas do meu celular. Para textos longos utilizo sempre o computador.
De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativa?
Isso é um mistério para mim. É algo natural, quando menos espero me vejo tomada pela escrita quase que em transe. Não é raro, também, depois de algum tempo e de ter escrito um ou outro texto, “duvidar” que tenha sido de minha autoria.
O que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longo dos anos?
Quanto mais leitura, mais compreensão de mundo e amadurecimento. Esse me parece um processo natural, que tem me levado a uma sensação de maior domínio do exercício da escrita.
Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
Cursei Filosofia, mas estou muito estimulada a fazer Letras e/ou Psicologia. Quem sabe em um futuro próximo? Gosto muito do Guimarães Rosa. Fico imaginando como seria sua escrita nos dias de hoje.