Paloma Ribeiro é poeta e pedagoga.

Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
Começo meu dia organizando minhas metas diárias, em alguns dias costumo fazer uma caminhada matinal para mim, se conectar um pouco comigo mesma, ou seja nem sempre tenho uma rotina matinal exata, depende muito com qual humor vou me levantar, mas geralmente eu início o meu dia bem eufórica, e bem animada para ir para o meu trabalho, eu amo trabalhar com pessoas deve ser por isso que começo o meu dia bem alegre (risos).
Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita?
Eu trabalho melhor a noite, eu amo ser a escritora da madrugada os pensamentos a imaginação flui mais, o silêncio da noite é como um abraço para minha mente as vezes cansada. Na verdade não tenho nenhum ritual para a minha escrita ela chega a qualquer hora do dia as vezes no corre do meu trabalho, quando eu fazia faculdade por exemplo no meio da aula vinha um poema e eu imediatamente já transcrevia, ou seja em qualquer lugar, hora ou momento a minha poesia chega e eu a abraço e a permito adentrar.
Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária?
Não gosto de ter a escrita como uma obrigação de se escrever todos os dias, ou ter uma meta para escrita principalmente diárias , acho lindo quem organiza os momentos para a sua escrita ,não sei ser assim ainda , mas quem sabe um dia (risos) , eu tenho a minha poesia como a arte do sentir, haverá dias em que eu serei um oceano tão profundo a ponto de ser capaz de escrever um livro de poesia em um único dia, em outros dias tão vazia que irei passar o dia todo olhando para a caneta e o papel e não vai sair nada, por isso que eu todos os dias apenas espero o momento em que a poesia virá e me envolverá com suas cordas de versos singelos.
Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
Meu processo de escrita é árduo pois não costumo escrever com sobrecarga, escrevo mais por sentimento, por isso quando me surge propostas para escrever sobre algum tema ou em alguma antologia temática, é o momento em que me coloco em desafio, para escrever sobre o que me pede, costumo muito desafiar meus limites.
Geralmente acho muito difícil começar escrever, reunir palavras, ideias, imaginação etc. É bem difícil passar isso para o papel, principalmente quando é algo que você tem prazo para a entregar, se torna algo bem complicado para mim que tenho a literatura como algo que faz parte do meu sentir, mas vou lá e tento dar o meu melhor. Costumo dizer que a escrita está em minha volta e adoro isso, portanto minha pesquisa é sempre conectada a minha escrita, pois escrevo o que eu geralmente estou sentindo no momento, as vezes em uma conversa vem um poema, na leitura de um livro, no meio de uma música preferida que posso ouvir ela cem vezes que terei sentimentos e poemas diferentes sobre a mesma canção então minha pesquisa e escrita é pura conexão.
Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
A cada dia eu venho aprendendo a respeitar o meu tempo, e com a escrita não é diferente vai haver dias em que eu vou precisar procrastinar meus escritos, como haverá dias de bloqueio criativo e tá tudo bem, é preciso saber lidar bem com esses momentos.
Então já considero até algo comum as travas que ocorre, faz parte da vida de escritor(risos). Medo é algo que é inevitável de não se ter quando se trata de corresponder alguma expectativas, seja da minha parte ou por parte do leitor, sempre haverá um anseio, a aquela pergunta que não quer calar, o que o leitor vai sentir ao ler, meu texto? ou meu poema? qual sentimento vou causar no leitor? então assim a gente sempre espera que nossos projeto corresponda todas as nossas expectativas, e que o leitor se identifique com o que escrevemos. Enquanto aos projetos longos eu sempre tenho uma carta na manga, tenho vários escritos guardados, costumo dizer que eles são da gaveta para o mundo. Porem a ansiedade é indescritível quando se da realização dos projetos sempre que posso costumo participar de antologias e amo muito isso, pois é um sonho realizado, ter poemas publicados, e ansiedade de ter o livro em mãos, de ver seus poemas no mundo é algo magnifico.
Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los?
Eu reviso o meu texto várias vezes leio e releio, tento ficar na pele do leitor, fico imaginando qual o impacto que o leitor irá receber? qual o sentimento o meu poema vai despertar no leitor? então é algo bem pensado e revisado antes de mandar eles para o mundo, poemas de de redes sociais não costumo muito apresentar pra outras pessoas, quando eu estudava minhas amigas de faculdade era as minhas leitoras fieis, eu sempre enviava para elas antes de publicar nas redes sociais no início de tudo lá em 2019, contudo hoje em dia com um pouco de autoconfiança em meus escritos eu posto sem consultar, mas minhas amigas ainda são meu porto seguro quando se trata de ler meus poemas para alguns projetos.
Devo muita a elas (risos)
É bom manter ao nosso lado pessoas que acredita em nosso trabalho.
Como é sua relação com a tecnologia? Você escreve seus primeiros rascunhos à mão ou no computador?
A minha relação com a tecnologia é bem amigável, costumo muito escrever no computador e celular, no corre de todo santo dia o celular é uma ferramenta indispensável quando se trata de escrever em imediato à criação que veio à tona.
Como nem sempre estou com caneta e papel nas mãos, a melhor alternativa é colocar no celular, e sem contar que é uma forma bem legal de guardar em arquivos com data e hora. (Risos) contudo não dispenso de escrever à mão, para mim escrever à mão é mais inspirador.
De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativa?
Minhas ideias costuma muito vir do meu cotidiano, de uma música que ouço, do amanhecer do dia do anoitecer, minhas ideias vem pelo o simples fato de eu existir, existir já é uma poesia perfeita para ser escrita. Não tenho hábitos para me manter criativa, eu apenas deixo acontecer, e quando acontece paro tudo e abraço a criatividade que está fluindo, graças a tecnologia em qualquer lugar ou hora do dia posso escrever, o que a minha criatividade momentânea me permite.
O que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longo dos anos? O que você diria a si mesma se pudesse voltar à escrita de seus primeiros textos?
Sempre gostei muito de escrever, minha mãe era rainha da redação todas as vezes que eu chegava da escola minha mãe sempre me dava um tema para eu escrever, ela também é meu maior exemplo para escrita e leitura, até as orações da minha mãe era por escrita(risos) eu amava ler as cartas dela para Deus, mãe me perdoe por ter lido suas cartas, se a senhora estiver lendo essa entrevista te amo rainha, mudei muito ao longo dos anos em relação a minha escrita, costumava compor músicas, mas com passar tempo, passei ser poeta, no ano de 2019 em uma aula de filosofia da educação na universidade lendo o diálogo de Platão e Teeteto surgiu um poema, que apresentei para as minhas amigas e elas me encorajaram com a ideia de escrever mais poemas, com isso não parei de escrever poesias da redação, para a composição, para poemas, foi uma grande evolução e espero continuar evoluindo na poesia.
Diria para a Paloma de quando tudo começou, hein continua que está dando certo só não escreve muitos poemas de amor (risos).
Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
Gostaria muito de escrever um livro de poemas diversos, ainda é um sonho muito distante porem pretendo investir nisso, enquanto esse momento não chega vamos publicando pelas redes sociais, e participando de antologias, (risos) amo tudo isso, vou ser sincera amei a pergunta “um livro que gostaria de ler e ele não existe?” com certeza seria livros de escritores que são excelentes entretanto anônimos, infelizmente no nosso país costumamos a da palco a quem tem milhões e milhões de seguidores, enquanto o nosso vizinho cantor, o nosso colega de faculdade que batalha com sua arte não damos muito credito, então gostaria de ler livros desses escritores anônimos que batalha nas suas redes sociais no seu dia a dia para ter sua arte reconhecida.