Mariana Gouveia é escritora e artesã.

Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
Acordo muito cedo e minha rotina matinal é molhar as plantas, falar com os pássaros, enquanto tomo uma xícara de café preto. Muitas vezes, é nessa hora que vem a inspiração.
Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita?
Não há hora. Quando a ideia vem é a hora. Geralmente, acontece, como disse antes, na parte da manhã.
Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária?
Escrevo todos os dias, como se fosse uma espécie de diário, mas isso, também depende muito do período. Já aconteceu de ficar dias sem escrever. Não tenho meta pré-definida. Apenas escrevo.
Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
Meu processo começa com as notas mentais e a pesquisa geralmente acontece simultaneamente. Já aconteceu de eu ter de ir in loco para maiores informações e sentimentos. Na maioria das vezes, a pesquisa se dá através de contatos com as pessoas que viveram a história ou conhecem o lugar onde a história se passa.
Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
Até hoje, só tive um projeto longo e como já tinha a história praticamente pronta com depoimentos e tudo mais, não senti medo.
Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los?
Tenho a sorte da minha editora me ajudar muito nessa parte. Geralmente, durante a escrita já vou revisando por capítulos. A minha editora é a única que tem acesso antes da publicação.
Como é sua relação com a tecnologia? Você escreve seus primeiros rascunhos à mão ou no computador?
Adoro muito ainda escrever à mão e faço muito isso ainda, mas não dispenso o uso da tecnologia. Muitas vezes, uso um gravador enquanto faço outras tarefas. A tecnologia me ajuda muito.
De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativa?
No meu caso, uso muito as fotografias. Adoro fotografar as plantas em meu quintal. Isso me ajuda na inspiração. Não tenho hábito… talvez siga um conselho de minha mãe, lá da infância: escrever é um exercício diário. “Escreva todos os dias. Mesmo que seja uma linha apenas.”
O que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longo dos anos? O que você diria a si mesma se pudesse voltar à escrita de seus primeiros textos?
Acho que amadureci muito. Os meus primeiros textos contavam os sonhos de uma adolescente que queria contar as histórias, mesmo sem tê-las vividos. O tempo me trouxe além de mais conhecimento, também me fez vivê-las. Acho que eu diria: o tempo te fez bem! rs
Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
Tenho um projeto parado chamado Mathilda, que é um trabalho encomendado pela minha editora e está parado por vários fatores, entre eles, a pandemia. Livro que gostaria de ler e ainda não existe… não me lembro de nenhum, no momento.