Mariana Botelho é poeta recifense.

Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
Meu dia costuma começar bem cedo. Gosto de dormir com as cortinas abertas, então quando o sol vai ficando mais forte, eu vou acordando naturalmente. Isso costuma ocorrer por volta das 6:30/7:00. Eu adoro ter rotina, não muito rígida, mas que pelo menos me permita organizar meu dia. Então, minhas manhãs começam com um banho bem gelado e uns minutinhos de respiração profunda. Depois, eu ligo a tv nas notícias matinais e preparo meu café da manhã que é minha refeição favorita do dia e, claro, não pode faltar uma caneca bem cheia de café. Gosto de aproveitar esse momento para começar meu dia energizada e disposta.
Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita?
Eu sou dos extremos. Rendo muito bem de manhã e de noite. A tarde demanda muito da minha concentração para que consiga ter o mesmo rendimento que eu tenho nos outros horários. Gosto também da madrugada, mas ela muitas vezes sacrifica a minha manhã, então prefiro dormir umas 23:30 para no outro dia acordar mais disposta. Não tenho um ritual específico para me preparar para escrever, mas de uma coisa eu tenho certeza, o ambiente em que estou deve estar organizado. Não consigo escrever, estudar, nem me concentrar em um lugar bagunçado. O ambiente influencia muito no meu estado de espírito. Eu, quando se trata de poesia, raramente sento na cadeira e digo: “Agora vou escrever”. Gosto das ideias que vem espontaneamente, das palavras que surgem na mente e me instigam a escrever. Geralmente, quando me cobro para escrever poesias, acabo não gostando do resultado final, parece-me forçado demais.
Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária?
Tem dias que não escrevo nada e tem outros que escrevo 4 ou 5 poesias. Não me cobro para mecanizar uma prática tão delicada como escrever poesias. Teve uma época que eu queria escrever todos os dias e todo dia postar uma novidade na minha página, mas isso só me deixou mais ansiosa e colocou uma pressão no meu processo criativo que não era necessário. Já passei mais de meses sem escrever nada e, por isso, não estipulo uma meta diária. Acredito que até possa dizer que é algo concentrado e disperso, pois quando escrevo vem uma inspiração atrás da outra. Parece uma engrenagem, mas ela só funciona plenamente quando tiro um tempo para o meu ócio criativo. Pode ser durante uma caminhada, antes de dormir, quando acordo, quando estou dirigindo… É uma coisa muito momentânea e espontânea. Estabelecer metas diárias para a escrita poética, por exemplo, soa para mim como querer mecanizar uma produção artesanal. Por um lado, você terá muito material e poderá bombar nas redes sociais, mas por outro lado, será que você não estará somente seguindo o efeito manada das mídias e também perdendo parte da sua originalidade e criatividade? É o que eu sempre me questiono quando começo a me cobrar para escrever poesias todo o dia. Para mim, tira muito a essência do que é a minha poesia.
Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
Meu processo de escrita varia muito de acordo com o gênero que estou escrevendo. Até agora foquei muito sobre como escrevo poesias, mas também escrevo outros tipos que são mais voltados para o meu curso (Direito) como artigos científicos e peças processuais. Nestes, eu tenho um processo que gosto muito de seguir. Primeiro, eu faço uma estrutura preliminar do que quero abordar. Segundo, seleciono as leituras que são essenciais para o meu texto. Enquanto os leio, faço anotações e coloco notas sobre o que eu penso sobre o que acabei de anotar. Depois, quando finalizo, repenso a estrutura que criei e faço as adaptações finais de acordo com tudo aquilo que compilei. Saber de onde estou partindo e para onde eu quero chegar é essencial para o meu processo de escrita. Assim, não me perco no caminho nem fico dando voltas desnecessárias para o texto. Claro, que nunca vamos ter notas o suficiente sobre os temas e muito menos conseguir esgotá-los para começar a escrever. É preciso determinar um momento para parar de ler, organizar os seus pensamentos e desenvolver a escrita. É dessa forma que eu me movo da pesquisa para a escrita. Eventualmente, outras leituras complementares poderão agregar, mas para mim é necessário, primeiro, já ter o esqueleto e as diretrizes do caminho que estou trilhando. Importante lembrar que sair da leitura e entrar na escrita é um percurso logo. Costumo sempre lembrar de uma frase que escutei, ela diz: “o pesquisador, quando tem um ano para desenvolver uma pesquisa, passa oito meses coletando material e planejando e dois meses finais efetivamente escrevendo”.
Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
Travas na escrita são mais comuns do que nós queremos admitir. Acho que isso está muito atrelado a ideia de que precisamos ser produtivos sempre e acabamos negligenciando o cansaço físico e mental do nosso corpo. O ócio, também, é extremamente necessário quando falamos de escrita literária e acadêmica, uma vez que ele nos permite sedimentar, pensar, questionar e criticar o que foi feito até agora. Escrever não está ligado somente ao momento em que se escreve, tem a ver com tudo ao nosso redor, nossas percepções, nossos estilos, nosso histórico… Isso não se desenvolve quando estamos ali sentados digitando ou rabiscando ideias no caderno. Acontece quando passamos tempo com a nossa família, quando conversamos com professores e amigos, quando assistimos filmes, documentários e, também, quando lemos um bom livro. Travar, então, é absolutamente normal, especialmente quando temos mais dúvidas do que certezas sobre o que estamos escrevendo. A questão é persistir, mesmo quando travar, pois você entende que isso também faz parte do processo. Travou? Vai assistir um filme sobre o que você está escrevendo, vai fazer uma caminhada, liga para alguém e diz o que está sentindo ou sobre o que está com dúvida. Fazer isso evita muito a procrastinação, ao meu ver. Pensar em escrever 30/50/100 páginas pode gerar uma trava ou, até mesmo medo de não corresponder às expectativas, mas quando penso isso, ao invés de jogar pro ar e postergar para o outro dia, eu estipulo metas menores. Então, tudo bem não escrever tudo hoje, mas pelo menos a introdução ou duas páginas da introdução. No fim, quando vejo já escrevi a introdução toda e já estou partindo para algum tópico do desenvolvimento. Outro mecanismo que eu uso é escrever como vem a cabeça, sem fazer muito juízo de valor. Coloco a ideia ali e na revisão substituo as palavras que ficaram repetitivas, as frases que ficaram mais confusas, mas pelo menos a ideia principal está ali. Depois, é só lapidar. Sendo sincera, eu prefiro trabalhar com projeto mais longos do que os mais imediatos. Paradoxalmente, os projetos a curto prazo causam, em mim, muito mais ansiedade do que os a longo prazo. Acredito que isso venha muito do meu perfeccionismo. Pra mim, demanda tempo seguir os meus rituais, estruturar e organizar o meu pensamento e, por isso, fico mais tranquila quando sei que tenho um tempo para produzir de acordo com o cronograma que estipulei. Por outro lado, o bom dos projetos a curto prazo é que eles causam uma pressão do tipo “agora ou nunca” e você consegue ver os resultados mais rapidamente. Eu gosto das duas sensações.
Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los?
Confesso que a revisão, para mim, é a parte mais tediosa e maçante da escrita, porém é muito necessária e importante. Por isso, mesmo não gostando tanto, eu separo alguns dias para me dedicar a essa tarefa. O bom não é revisar logo após a escrita. É interessante dar um tempo, fazer outra coisa e, depois, voltar ao texto terminado. Assim, você consegue perceber detalhes que, quando você estava imerso no texto, não conseguiria ver. Esse é um tipo de revisão analítica em que se busca erros de digitação, de coesão, de coerência e até para retirar as repetições. O segundo tipo de revisão que faço é a de conteúdo. Eu pego o que escrevi e mando para 3 pessoas, geralmente dois professores e um amigo ou familiar que não conhece muito da área. Assim, com o feedback deles eu consigo outras fontes bibliográficas, questionamentos e tópicos que tinham passado batido por mim e também o retorno sobre a clareza do texto. Bom, eu sou do time “se escreveu, tem que colocar no mundo”. Você dedicou seu tempo, fez uma pesquisa, escreveu e conseguiu terminar, não tem motivo para deixar aquele artigo ou escrito empoeirando na gaveta. Sei que temos medo das críticas, mas, sendo construtivas, elas conseguem melhorar e agregar muito ao trabalho. Ter uma visão externa é essencial para que a pesquisa seja aprimorada. Afinal, para quem é o artigo que você está fazendo se não para os outros, que podem ser tanto da sua comunidade acadêmica quanto de diferentes lugares? Vale também separar o que é construtivo e o que não é, mas nunca deixe o seu esforço e o seu tempo serem perdidos porque ficou com medo das críticas. É necessário se arriscar e dar a cara ao tapa mesmo. Para finalizar, eu vou citar um exemplo que descobri no livro “Pense como um freak” que fala do médico australiano que começou a se questionar porque havia bactérias no estômago. Como poderia existir vida em um lugar tão ácido?, ele se questionava. Estudando sobre isso, ele descobriu a existência da bactéria que causava a úlcera. Muitos outros pesquisadores que estudavam sobre o tema tiravam onda com ele e não levavam a sua teoria a sério nos congressos que participava. Ele chegou até a testar as próprias bactérias em si, na tentativa de comprovar que eram elas mesmas que causavam o problema gástrico, e deu certo. Hoje sabemos que a úlcera é causada por bactérias, mas imagina de ele tivesse desistido com as críticas ou se tivesse deixado todo o esforço engavetado. Nunca saberíamos os resultados da pesquisa dele! Além disso, o livro ainda reforça que mesmo que a sua pesquisa não leve, aparentemente, a nada, ela pelo menos mostra para outros pesquisadores não seguirem naquela direção, o que no campo das ciências é muito importante. Saber por onde não ir, talvez importe mais do que saber para onde, verdadeiramente, vai. Por isso, é sempre bom submeter seus textos ao mundo externo e pensar nas críticas como algo positivo.
Como é sua relação com a tecnologia? Você escreve seus primeiros rascunhos à mão ou no computador?
Eu acho que a tecnologia é uma poderosa ferramenta, mas confesso que para escrever poesias gosto de manter os clássicos cadernos. Para todo o resto das anotações uso o computador mesmo. Hoje, todos os meus cadernos são virtuais e minha agenda também. Até meus livros são digitais. O nosso tempo de tela aumentou muito nesses últimos anos e na pandemia esse tempo cresceu ainda mais, o que vem gerando sérios efeitos na saúde mental e física das pessoas. Eu mesma passo grande parte do meu dia na frente do computador. Quando não estou no computador, estou resolvendo alguma coisa por celular ou fazendo as duas coisas ao mesmo tempo. Isso tem me gerado um aumento de cansaço e dores de cabeça frequentes. Portanto, por mais que para mim a tecnologia seja uma importante ferramenta, nos momentos que posso me afasto, preferindo livros físicos (que sempre amei), não utilizando o celular perto da hora de dormir e também ativando o modo noturno que deixa a tela menos branca e mais amarelada. À mão costumo fazer mapas mentais e anotações para organizar as minhas ideias. Os textos completos ficam no computador e eu acho muito bom isso, porque salvo na nuvem e consigo acessar de qualquer lugar o meu documento. Se estivessem no caderno eu teria que carregá-lo para todo canto e, agora, com o celular na mão e conexão de internet consigo visualizar o texto de onde eu quiser.
De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativa?
Nossa, difícil dizer de onde vem as minhas ideias. Quase nunca paro para pensar sobre isso, para ser sincera. No entanto, acredito que as minhas próprias experiências me deem muitas ideias para escrever. Além disso, histórias de outras pessoas, filmes, músicas, livros, notícias, tudo isso ajudam na hora de escrever e ter ideias. Conversas com a família e com os amigos também costumam entrar em alguns poemas meus. Essa questão é curiosa, porque poemas são muito pessoais e, geralmente, escritos na primeira pessoa o que passa a sensação para quem lê de que quem escreveu já sentiu aquilo ou passou por aquela situação e, as vezes, não é verdade. Lembro do primeiro poema meu que foi inscrito para um concurso de poesia. Chama-se Atropelamento/ ar meu confidente, que fala sobre o atropelamento de uma menina que se sentia muito sozinha e desamparada. Ela tinha seus olhos cheios de lágrimas e, consequentemente acabou não percebendo a movimentação dos carros, resultando em um trágico acidente. O poema é narrado em primeira pessoa e uma leitora veio me perguntar se eu já tinha passado por situação parecida ou até mesmo sido atropelada. Eu disse que não. Apesar de ter escrito o poema, eu nunca fui atropelada, mas muitas vezes experimentei essa sensação de solidão. O sentimento era meu, mas a situação, na realidade, foi tirada de um livro de Clarice Lispector chamado “A hora da estrela”. Perdão a todos que ainda não leram esse clássico da literatura brasileira por eventuais spoilers que foram dados nessa minha pequena fala exemplificativa. Outro poema meu, que particularmente sempre assusta a minha mãe, é um chamado “Abortos espontâneos” situação que nunca passei, mas que quis escrever sobre após uma longa semana estudando as obras de Frida Kahlo no ensino médio. Quando minha mãe leu ela disse: Que história é essa, Mariana?, chamando o meu nome completo inclusive, e eu respondi: “calma mãe, obviamente não é sobre mim, só foi uma ideia que eu tive”. Nesse sentido, para me manter criativa, costumo ler muito. Minha mãe sempre me disse: “quem lê bem, escreve bem”. Comigo sempre foi assim, no ensino médio passei a ler muitas poesias, em virtude das matérias de literatura e dos conteúdos para os vestibulares, que iam das poesias de Gregório de Matos até as poesias concretas do Paulo Leminski. Foi lendo que comecei a pegar o estilo de escrita poética e sempre que quero ter ideias ou renovar meu estilo de escrita recorro aos livros. Eles mantêm minha criatividade ativa e para exercitá-la preciso estar em momento de ócio, porque na correria acabo sempre escrevendo mais do mesmo, já que não precisa de muito tempo para escrever sobre o que você sempre escreve e, comigo, é sobre a escrita em si. Sempre que preciso escrever, mas estou sem criatividade escrevo versos sobre a própria poesia e sobre o processo de escrita poética. É difícil ter novas ideias quando não se tem tempo para pensar.
O que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longo dos anos? O que você diria a si mesma se pudesse voltar à escrita de seus primeiros textos?
Muitas coisas mudaram no meu processo de escrita ao longo dos anos, mas, em se tratando das poesias, acredito que o que mais mudou foi a minha consciência sobre o texto. Consciência sobre os versos, as estrofes e sobre o formato em si. Eu, nesses últimos anos, brinquei muito com vários estilos de poesia e continuo buscando o meu próprio estilo ou, talvez, colocar um pouco de mim em cada um dos estilos que texto. Meu processo de escrita não é complexo e nem quero que seja. Não busco sistematizar a escrita literária. Ao contrário da escrita acadêmica que tento estruturar e organizar ao máximo. Por serem dois gêneros diferentes, acredito que os processos devem ser, de fato, distintos. O texto é uma tecitura que demanda coerência e coesão, mas a arte ela não precisa, necessariamente, fazer sentido para todas as interpretações. É isso que separa a literatura dos outros tipos de produção textual. A primeira é banhada pela arte, pela licença poética, pela completa subjetividade do autor. A segunda não precisa ter essa pitada artística. É tanto que para escrever um artigo científico ou uma resenha, há uma série de normas que, quando não cumpridas, desqualificam o seu trabalho, quanto ao formato. A poesia não, não há um enquadramento, uma métrica, uma quantidade de versos que sejam obrigatórios. Hoje em dia, não precisa nem rimar todos os versos para ser poesia. Acredito que essa tenha sido a compreensão responsável pela mudança do meu processo de escrita nos últimos anos. Desde pequena, minha vó (Voinha Linda) sempre recitava e lia poesias para mim, mas somente com 17 anos comecei a escrevê-las. Nesse período, eu me importava muito com rimas emparelhadas, alternadas, encadeadas, versos alexandrinos, decassílabos, redondilhas menores, metrificação, sonetos e muitas limitações de forma. Eu ainda gosto de pensar sobre elas quando faço o meu texto e estudo outros, mas não tenho mais essa amarra tão presente. Depois que ingressei nas leituras sobre Paulo Leminski, Hilda Hilst, Clarice Lispector e Lygia Fagundes, muito do meu entendimento sobre a racionalização dos versos e da escrita poética se dissipou. Outra questão que sempre me preocupava era sobre o poema ser “instagramável” ou não, porque hoje, me parece, que as pessoas querem sempre consumir conteúdo rapidamente, é um fast food de conhecimento. Tende-se a acreditar que por ler a machete, já se sabe sobre a notícia, as pessoas se acostumaram a tirar a parte pelo todo. Então, eu pensava: “para quê escrever uma poesia tão longa se não irão lê-la?” “poesias mais curtas de 3/4 versos tem mais engajamento do que uma poesia completa, elaborada” “se preciso postar coisas novas todos os dias, qual será o impacto disso na minha criatividade” e esses pensamentos sempre me afastavam de postar poesias nas redes sociais. Contudo, sempre tento me lembrar o que é a escrita para mim e não só para os meus seguidores, que são relativamente poucos, mas que considero bastante. Então, se pudesse voltar à escrita dos meus primeiros textos, eu diria a mim mesma para não se colocar em tantas caixinhas, se limitar a tantas formas e também não esquecer que nem tudo precisa ser “instagramável”.
Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
Eu gostaria de fazer mais projetos literários na Associação Despertar Sabedoria. Ano passado, comecei um projeto de arrecadação de livros usados e novos para as crianças do Sol Nascente inscritas na Associação. Depois, conseguimos uma parceira com a Embaixada da Alemanha para conseguirmos mais livros para o acervo da biblioteca comunitária. Pretendo continuar esse projeto e iniciar uma nova frente que é a de produção literária em clubes de livro e escrita. Quero passar dicas, apresentar autores, técnicas, perspectivas e incentivar mais ainda as crianças e adolescentes da comunidade. Lá, muitos já são engajados na leitura, mas penso que rodas de conversa, workshops de escrita, leitura coletiva possam ser ótimas medidas para crescermos juntos. No entanto, o período da pandemia não tem sido nada fácil para transformar essas ideias em realidade. Por enquanto, pedimos para os que receberam livros novos ou que alugam os livros da biblioteca, façam composições textuais e desenhos. Assim, o processo educativo não para e a criatividade é estimulada. O livro que eu gostaria de ler, mas que ainda não existe é o da minha autoria. Quero muito ter esse prazer de ter um livro meu, com a minha cara, com a minha trajetória poética. Ele ainda está no campo das ideias, mas acredito que em breve terei muitos exemplares a mão. Como eu disse antes: “se escreveu, tem que colocar no mundo”. Nesse período da pandemia, eu consegui juntar muitas poesias minhas desde 2017 até 2020 e agrupá-las em um projeto de livro que será lançado pela Editora Trevo, mas que ainda não tem previsão para o lançamento.