Kleicia Andrade é escritora e redatora.

Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
Começo o meu dia em busca de algo que contemple a beleza de se estar vivo. O sol nascendo, uma música que alegre minha alma, alguns minutos de silêncio.
Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita?
Trabalho melhor no período da noite, sinto que há um silêncio maior lá fora e é como se as pessoas estivessem em pausa e eu na solidão me concentro melhor. Sobre rituais não tenho o costume de fazer, as palavras vem na minha mente de forma totalmente inesperada.
Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária?
Meus escritos são baseados em inspirações encontradas no caminho da vida, paixões, amores, família, histórias de luta e superação, natureza e etc. Com isso, é relativo, há épocas em que me sinto inspirada a escrever todos os dias, outras em que fico um tempo sem escrever. Mas sempre respeito o dom da palavra e os meus momentos.
Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
Meu processo de escrita se dá pelo que a vida me trouxe de inspiração naquele momento. Uma vez que comecei, saio escrevendo tudo que vem à cabeça, confio no meu coração e na minha alma, quando termino, vejo que ficou pronto um relato, poema ou um simples texto falando de amor, da vida ou de uma dor. No que diz respeito a pesquisa e escrita, como estudante da mente humana, estou sempre em busca de entender o comportamento humano, realizo pesquisas e associo a minha escrita de acordo com meu entendimento, é sempre satisfatório esse processo.
Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
Confesso que por um grande período de tempo minha escrita era baseada nos amores, nas paixões que eu sentia, sejam elas quando correspondidas ou não. Com o tempo adquiri uma enorme bagagem de decepção o que resultou em uma trava onde fiquei sem escrever por anos, me sentia cansada, esgotada. Foi como se minha luz interior estivesse se apagado, mas logo que minha luz reacendeu eu comecei a escrever não só sobre amores, mas também sobre as coisas lindas da vida, sobre pessoas, escritas também que são mais como um protesto. Tenho driblado a procrastinação em busca de tudo que me inspira e assim nunca mais me faltar palavras. Ainda não me sinto pronta para que meus textos sejam vistos e lidos por um grande público, mas recentemente criei um perfil no Instagram para publicá-los.
Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los?
Tenho o costume de revisa-los duas a três vezes. Como respondido na pergunta anterior, ainda não me sinto preparada para que sejam vistos por um grande público. Atualmente estou trabalhando em um projeto que será um livro em especial para mulheres, que claro será um prazer se for lido por homens, mas quero falar especialmente com elas.
Como é sua relação com a tecnologia? Você escreve seus primeiros rascunhos à mão ou no computador?
Eu sou uma eterna apaixonada por cartas, por tudo que é escrito a mão, acho um verdadeiro encanto. Todos os meus escritos são feitos a mão, até mesmo para serem eternizados como lembranças, acho magnífico o nível da tecnologia hoje em dia. Mas meu amor por um livro será sempre o mesmo.
De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativa?
Minhas ideias vem da minha alma e do coração, das vivencias, pessoas… meu hábito para eu me manter criativa é a própria leitura.
O que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longo dos anos? O que você diria a si mesma se pudesse voltar à escrita de seus primeiros textos?
O que mudou foi o meu foco, com amadurecimento, tirei o foco das relações amorosas, e fui construindo uma variedade de textos. Baseados em tudo aquilo que faz o meu coração vibrar. Eu diria para escrever mais, para se dedicar mais a isso, para não ficar ressentida e deixar de escrever por qualquer decepção que fosse, diria para me entregar ao processo mágico que é escrever, ainda que respeitasse sempre os meus limites, mas que não demorasse tanto tempo para voltar.
Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
O projeto que eu gostaria de fazer é o qual estou trabalhando, será um livro, tendo como nome; Para todas as mulheres, e como o nome diz, será especialmente para elas.