Juliana Maciel é professora, poeta e cordelista.

Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
Começo o meu dia já na correria para dar conta de algumas coisas em casa, antes de sair para o trabalho(escola).
Não tenho uma rotina, mas quando é possível ouço música, ainda que ao mesmo tempo que faço outra atividade. A música me desacelera e traz paz para a aminha alma.
Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita?
Dois momentos dos dia me permitem uma produção mais tranquila, embora eu produza em qualquer lugar e a qualquer hora.
O amanhecer, com o seu silêncio inspirador é um horário excelente para escrever, se durante a noite houveram sonhos que inspiram, melhor ainda.
À noite, quando o silêncio já reina em absoluto, também é um horário muito produtivo.
Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária?
Escrevo sempre que tenho vontade, sem dias ou horários marcados e sem metas a cumprir. Escrever faz parte da minha vida de forma bem natural. Eu sinto vontade, eu necessito escrever, então quando bate a vontade ou quando a necessidade grita, eu escrevo.
Posso escrever fugindo a isso, se for um material que foi solicitado por alguém e tem um prazo de entrega. Do contrário a minha escrita é completamente livre.
Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
Livre e leve. A escrita flui em mim como sangue correndo nas veias, como a respiração. Quando a escrita exige pesquisa, leio o material uma vez e na leitura seguinte já faço uso deste, lendo e realizando a minha escrita. Quando escrevo cordel biográfico por exemplo, tenho o primeiro contato com o texto e no segundo momento já vou lendo e transformando em cordel.
Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
Por fazer uma escrita livre, não sofro com esses problemas. Escrevo no meu tempo, escrevo porque emana de mim essa necessidade de escrever, portanto, não há atrasos ou frustrações, porque não há promessas ou expectativas exageradas, e nem metas a serem cumpridas.
Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los?
Se o texto for um cordel, reviso uma ou duas vezes e peço sempre a um amigo da área para dar uma revisada, mas se tratando de conto ou poesia, geralmente há uma revisão, e as vezes já escrevo direto no face por exemplo, sem muita análise ou sofrimento.
Como é sua relação com a tecnologia? Você escreve seus primeiros rascunhos à mão ou no computador?
Escrevo no computador. E não raro a primeira escrita já é o texto original, quando se trata de conto ou poesia.
De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativa?
Escrevo sobre acontecimentos do cotidiano, histórias engraçadas, amores vividos e sonhados, escrevo sobre sonhos.
O que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longo dos anos? O que você diria a si mesma se pudesse voltar à escrita de seus primeiros textos?
Sinto-me mais confiante em relação à escrita. Eu diria que valeu a apena cada linha escrita, cada sonho vivido ou sonhado, que resultaram em tantas poesias e contos. Diria que foi essencial ser a escritora que fui e que dessa forma me permiti ser a escritora que sou hoje.
Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
Alimento o sonho de fazer um projeto sobre contos, onde eu possa mostrar os meus contos de forma criativa, para além da escrita.
Um livro que eu queria ler mais não existe… o meu livro de contos.