Germano Gonçalves é escritor.

Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
Eu estando como escritor, professor e ainda morador de periferia, é quase difícil manter uma rotina. A vida da gente muda da noite para o dia. Às vezes tenho que dar aula de manhã, aí minha rotina é alcançar o celular o mais rápido possível, para que ele pare de despertar, mas em algum dia da semana logo cedo, eu gosto de escrever uma frase de incentivo, para o dia que se inicia. E também sempre saiu no corredor depois da cozinha, e agradeço a Deus por mais um dia. E a rotina mais certa é: colocar minhas vestimentas, escovar os dentes, preparar um leite, arrumar minha mochila, separada já com as matérias que vou lecionar, e ligo em seguida sair para trabalhar na escola. AÍ minha rotina começa de verdade na sala de aula, aqueles adolescentes e jovens com carinha ainda de sono, pois vão se despertando, e ao final da manhã estão todos terríveis, no bom sentido.
E quando tenho que lecionar no período da tarde, aí sim minha manhã fica mais livre, então acordo, e me dou o privilégio de sair da cama um pouco mais tarde, e minha rotina habitual realmente é de imediato ligar o computador, ver as noticias nos sites de jornalismo, preparar aulas, escrever um pouco, postar imagens, fotos e comentários, mesmo porque administro um sarau então tenho que atualizar as informações, e deixar todos cientes das atividades do sarau Urbanista Concreto, este é o nome que arrumei para o sarau. Faço também alguns afazeres do lar, principalmente o café toda manhã eu faço, o cafezinho! Anima-me para o dia-a-dia.
Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita?
Eu trabalhava melhor em qualquer horário, mas como professor, e lecionando às vezes em três períodos, manhã, tarde e noite, acabei observando que o período da manhã é o que mais me agrada, me adapto melhor com as atividades, a mente parece ainda está leve, e as aulas fluem melhores, como mencionei, os estudantes estão mais calmo, estão se despertando, e eu também me sinto melhor. Mas entenda bem trabalho os três períodos, mas não em um mesmo dia, é durante a semana, e tem ano que leciono dois período, que podem ser tarde e noite, ou manhã e tarde e assim caminhamos. Mas realmente o período da manhã é o meu predileto, eu chego à escola com disposição, arrumo todo meu material para levar na primeira aula, vou até a sala de leitura separo alguns livros, levo pra sala de aula, chego todo animado, bom dia para todos, e converso muito com os estudantes, faço a chamada e vamos pra aula.
Agora quanto a ritual, eu não me apego nessas coisas cerimoniais não. Eu sempre ouvia falar que para ser poeta ou escritor tinha que ter o dom, sim até acredito, mas acredito também que tem o poeta e escritor da construção, construir poesias, contos e romances em um processo de longo prazo, para sua obra sair adequada ao publico alvo que queira alcançar.
Mas com certeza eu preparo o meu modo de escrita, mesmo porque estou como escritor da literatura marginal, uma literatura de periferia, então eu procuro ter a visão de mundo desta localização, das pessoas e do meio em que elas vivem aí jogo tudo no papel, como um rascunho e depois jogo no computador, e quando estou no computador vão surgindo mais ideias, e vou intercalando, costuma fazer uma linha do tempo que eu chamo de: Dados divisórios – DDA, DDE, me organizo assim: DDA, (dados divisórios do autor) e DDE dados divisórios da escrita, e os dados divisórios dos assuntos e personagens, tipo: quem vai morrer na história se é que vai, quem vai se casar, quem é rico ou pobre, quem vai até o fim da história, mas sempre sem esquecê-los. Ou que se percam na história, é para isso os Dados divisórios, bom eu procuro trabalhar assim. E também faço uma linha do tempo mesmo nas poesias, para dar uma estética para a poesia, e quando se trata de contos ou romance, procuro determinar o inicio, com personagens que ficam pelo caminho, e aqueles que vão até o fim do romance, e até aqueles mesmo que desaparecem do enredo, mas procuro colocar todos os detalhes no texto tipo:
(“Ele levou suas mãos, perto da camisa, onde se encontram os orifícios, ao meio e por onde passam os botões, conhecidos como casa, seus dedos pareciam estar atento a cada movimento”…).
Então eu classifico meus escritos como um processo de principio, processo das extremidades, e aí não gosto muito do processo fim, pois deixo às vezes em meus contos e romances que o enredo, parece que vai continuar, ou na mente do leitor, ou em outro momento.
Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária?
Hoje em dia não, mas escrevo ainda. Tive sim um período de concentração, maior, como eu mencionei aqui, um período de construção, até finalizar as obras que pretendo publicar, apesar de já ter obras publicadas, mas por editora independentes, que hoje dificultam o meu acesso as minhas obras, devido a tantos tramites politico dessas editoras, econômicos e burocráticos que elas impõem. Eu escrevia com uma concentração para finalizar as obras, pois tinha em mente publicar minhas obras em cada gênero literário, tipo:
Uma de poesias, uma de literatura juvenil, uma de ensaio social, uma de contos ou romance futebolístico, pois o futebol é minha paixão então eu trabalhei muito em cima deste objetivo, certo que não estão totalmente finalizadas, só algumas eu terminei, mas de tanto receber cartas de não das editoras, acabei por arquiva-las, mas sonho ainda em publica-las.
As obras: O Ex Excluído – poemas. A princesa e a lua – Infanto juvenil, e neste segmento tenho a obra: O pato quer casar, conto infantil. Um sol para Layo – Romance. 1950 – Coisas do futebol – contos e ainda o Romance: O tempo da inocência. Como mencionei trabalhei muito nestas obras, mas as coisas foram partindo para outros caminhos, outros projetos, acabei por publicar O Ex – Excluído poemas, e um livro de contos que denomino de “Contos Marginais”, e uma de ensaio social sobre a literatura marginal periférica divergente, o livro: Literatura Urbana Marginal – arte na periferia, todos por editoras independentes, que como mencionei dificulta agora o meu acesso para ter essas obras, e poder comercializa-las e até mesmo divulgar para o público, mas estou tentando uma solução, e mesmo porque essas editoras independentes, as maiorias delas não revisam sua obra, e muitas cobram por isso e colocam lá o nome de um revisor só para constar. Por tudo isso, que hoje em dia não tenho um período de concentração, e nem de construção para escrever minhas obras, mas tenho muitas ideias para escrever e publicar livros.
E consequentemente uma meta diária para escrever também fica complexa, e além de tudo que mencionei, também exerço outra profissão para sobreviver, que é a de professor a qual me toma muito tempo, mas estou sempre fazendo um curso de escrita criativa, estou sempre procurando saber sobre as novidades do mercado editorial, sempre que tem, vou a Bienal do livro, eu sempre estou interagindo com grupos de escritores, como também mencionei realizo o sarau urbanista concreto, que nasceu da ideia do incentivo à leitura.
Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
Então, são realmente diversos assuntos, e até mesmo artigos que realizo em uma compilação de dados, como disse: Houve um tempo que tinha um processo de escrita, reunia sim alguns dados, mas com os outros afazeres que realizo, para o sustento não posso ficar somente ligado a estar como escritor.
Daí o processo de escrita vem com o caminhar nas ruas da minha periferia, vem com as movimentações dos transeuntes, as pessoas andando de um lado para outro, os rapazes nas praças, jogando bola, soltando pipas, jovens e adultos nos bares, o caminho da escola, os mais variados vendedores que passam nas ruas, o caminhão do gás, o homem que vende 30 ovos a 10 reais, os que vendem bambu para varal, os vendedores de rede, fatos constrangedores também alcançam esses contextos, tipo: brigas de casais, famílias, e o tráfico de drogas, os jovens de periferia e suas aventuras. E assim por diante. Mas sigo sim um proposito de pesquisa, a qual vem através de outras obras que leio, ou um assunto que me veio em meu pensamento, aí vai à busca de saber se existe algo cientifico em relação a este assunto, estudo um pouco e faço minhas anotações, daí vou passando para o papel, eu gosto muito de anotar tudo em um rascunho, antes de passar para o computador, esses rascunhos logo me desfaço deles, porque eu penso se ficar com eles, o rascunho do rascunho vai aparecer, aí tenho quem modificar o rascunho, mas na maioria das vezes e principalmente quando estou produzindo poesia, o texto vem e logo já passo para o papel, e engraçado não tenho aquela de mexer muito não, só às vezes me enrosco em um verso, fica sem continuidade, poesia pequena ainda um terceto, mas sinto que quero mais, aí as coisas vão acontecendo, até eu observar que não tem mais para onde ir, aí é o momento derradeiro da poesia.
Então eu acho que é isso, quando escrevo ou estou trabalhando em uma poesia, eu não realizo pesquisa, posso até ter a inspiração de algum poeta, mas pesquisar assuntos para jogar na poesia, isso com certeza eu não faço, porque a poesia ela sai de dentro para fora, penso que ela nunca deva ser de fora pra dentro, porque aí perde a sua essência, assim penso eu. Agora quando escrevo um conto aí sim faço algumas pesquisas, tipo: lugares para detalhar no enredo, objetos principalmente se forem peças raras e relíquias, colocar seu paradeiro. Como exemplo estou até trabalhando em uma obra infantil, que até mesmo inspirada na obra: Alice no país das maravilhas, mas veja bem inspirada! Não cópia e nem plágio. É que quem ler vai observar uma pequena semelhança, tem o título de: O relógio que dormia. Então menciono isso porque fui pesquisar tipos de relógios e a região que mais fabrica esses aparelhos de diversos formatos.
E às vezes é dificultoso encontrar aquilo que você quer pra sua história, aí tarda um pouco o andamento da obra, não é difícil de começar, mas é trabalhoso dar continuidade, hoje em dia pesquisar pela internet facilita, mas eu busco pesquisar em livros físicos, e até para inserir nota de rodapé, e algumas possíveis citações. É acho que é isso, meu trabalho de pesquisa para escrever minhas obras.
Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
Na verdade, não me preocupo muito com essas coisas de bloqueio criativo, não. É como mencionei, tentei muitos anos publicar pelo modo convencional, em editoras de portes, e sempre recebi cartas de não, por tanto, me engajei na literatura marginal, e consegui lá alguns destaques na área literária deste segmento, que é o meu maior foco atualmente. Travas na escrita eu sei que vou enfrentar, pois tenho alguns escritos que estão parados, alguns por não ter tempo, e também por não ter achado ainda um caminho para prosseguir no enredo, mas sei que na hora certa terminarei, pois as ideias eu tenho, só me falta encaixa-las na história. E outra, eu sou da opinião que quando tiver de acontecer vai acontecer, é só dar tempo ao tempo e ir escrevendo, por que quando chegar a hora certa eu ter bagagem, para sustentar a minha obra.
E a ansiedade também não me pega, ao menos em termos de escrever e publicar, pois tenho a consciência de que é um processo longo, por tanto, escrevo e na hora certa pode acontecer. Tenho vários contos e até romances na gaveta, como disse; Por terminar e alguns terminados, e vou enviando para editoras, participo de concursos e editais, e sei que no momento certo pode aparecer uma oportunidade. E enquanto não vem, vou desenvolvendo meus projetos literários, articulando os eventos e aprendendo mais como escrever melhor conhecendo outros métodos da escrita, e estudando literatura principalmente a brasileira, no gênero literatura marginal que é o meu objetivo. Então essas barreiras que eu sei que muitos escritores passam eu tento superar, fazendo atividades literárias. Só posso dizer que no começo sim, quando pensei em publicar minha primeira obra foi um transtorno, não via o momento de realizar, mas foi calmo sem muita ansiedade, pois a minha primeira publicação, já era de escritos meus de anos atrás, para publicar essa minha primeira obra, que tem poesias e prosas, eu levei aí uns dois anos, depois que comecei a entrar em contato com a editora, por causa dos tramites, e de enviar cada poesia e prosa com os detalhes que queria, então foi tal de tira isso, coloca aquilo, revisão em cima de revisão, até chegar ao que eu queria. Penso que na minha primeira obra eu já superei essas barreiras.
Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los?
Na poesia costumo revisar umas duas vezes no máximo, porque eu penso que a poesia é uma coisa da gente, do escritor, do poeta é a essência que sai de dentro da alma, claro que tem uma visão de mundo, mas quando penso em uma poesia, procuro trabalhar ela de imediato, gosto muito de coloca-las em versos, tipo terceto, quarteto, quintilha, e assim por diante. Às vezes quando é para ser um quarteto, não dá a conjunção, aí acaba saindo um quinteto, então eu deixo, e às vezes não consigo colocar estrofes e aí a poesia saí corrida, de forma livre, por tanto, eu não mexo mais.
Muitas das vezes estou à noite em meus aposentos, e na hora de me recolher para dormir, vem frases de acontecimento que ocorreu durante o dia, aí eu já deitado levanto e anoto, para que não se perca no pensamento, aí no dia seguinte, a primeira coisa que faço é ajuntar esta frase com outras que me vem à mente e construir a poesia, mas eu trabalho pouco na revisão, só dou uma olhada e por incrível que pareça sai perfeita, não tenho que fazer uma inspeção, e o barato é que quando termino, eu sinto não tem mais para onde ir, não tem como colocar nem mais uma frase ou palavra, eu sinto no meu eu que a poesia está pronta, se eu ficar corrigindo, revendo a poesia posso estraga-la.
Agora quanto a mostrar para outras pessoas, eu sempre mostrei tudo que escrevia desde minha infância, na juventude e logo quando comecei a publicar, sempre quis a opinião de outrem, mesmo porque eu não sou muito bom de poesias líricas, as ditas românticas, que aí é outro processo de lírica para romântica, mas vamos nessa linha. Então mostrava para as garotas, os rapazes também, pois queria ouvir deles, e principalmente se causa neles alguma sensação, mas como meu meio era mais de um ambiente do cotidiano, de uma classe média baixa, as pessoas sempre aprovavam, e às vezes nem entendiam, eu sentia isso, mas me ajudou muito em termos de aperfeiçoar meus escritos, e até procurar um ambiente mais acadêmico, vamos dizer assim.
Já com o passar dos tempos, até mostro algumas coisas antes de finalizar o meu processo de escrita, mas poucas vezes, o que ocorre agora é mostrar para toda a poesia ou o conto já finalizado, pois eu realizo um sarau aqui na quebrada onde resido então em cada edição do sarau, eu sempre inicio com um poema meu inédito, ou um conto que leio, e até mesmo uma reflexão para que o sarau ocorra da melhor maneira possível.
Agora nos contos, eu volto muitas vezes para fazer a correção, ou incluir um novo acontecimento, por causa também dos personagens, ou de um lugar, ou algo que tenho que colocar devido ao enredo da trama, procura fazer pesquisas sobre o assunto que quero relatar, por isso é mais demorado para se publicar um romance, ou livro de conto, tem que se tomar muito cuidado, tanto no palavreado como nos detalhes, que vai se passar para o leitor a respeito do espaço, e ainda intercalar os assuntos para não se perderem, por isso eu mencionei que faço os dados divisórios, então eu volto sim varias vezes, aí se torna um processo em longo prazo.
Como é sua relação com a tecnologia? Você escreve seus primeiros rascunhos à mão ou no computador?
Nossa isso pra mim foi muito interessante, por anos desde a chegada do computador eu fiquei fascinado. Muitas vezes falei essa foi a melhor invenção de todos os tempos, uma máquina de escrever que já vem com o papel, para escrever, e depois posso até imprimir, e o espaço pra escrever é infinito. Foi aí que comecei meu processo de passar tudo que tinha escrito em cadernos de brochura, espiral, papel almaço, papel de guardanapo nos restaurantes e padaria, todos os meus rascunhos e escritos finalizados, passei tudo para o computador.
Mas a minha relação com o papel é fiel, ainda escrevo no papel algumas coisas, aí só depois passo para o computador, mas ocorre que quando estou passando algo do papel para o computador, me vem outras ideias aí já escrevo direto no computador, por isso tenho muitos escritos que nem passaram pelo papel, digitei direto no computador, é a tecnologia temos que acompanhar, “temos em termos né”, mas será o caminho, então já escrevo mais direto no computador.
O bacana é que tenho alguma coisa guardada aqui comigo que estão no papel, tenho até um livro infantil a qual datilografei em uma máquina de escrever, da marca Olivett, lembra-se desta máquina? Pois é são relíquias.
Agora em se tratando de rascunho, não tem como tem que ser na folha de papel, mas estes rascunhos agora com a chegada do computador, ao menos pra mim eles servem de um norte para finalizar um texto, uma poesia que eu passo para o computador.
De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativo?
Isso é muito interessante, e vou ter talvez a primeira vez de mencionar isso, eu penso que minhas ideias vêm desde quando comecei a ler, sei que é quase normal quando a gente começa os primeiros passos com as letras e palavras, começam a fazer sentido. Eu ficava fascinado com as palavras e frases, e sai lendo tudo que via, eu gostava de passear com meus pais, só para ler os letreiros e as palavras possíveis que encontrava pelas ruas e avenidas por onde passava, e isso me acompanhou por toda minha existência.
Porque aí eu começa a inventar, ou melhor, a criar frases com as palavras, acho isso muito importante na minha carreira de escritor, pois de muitas palavras que eu admirava, saíram minhas obras tipo a minha primeira obra de poesia, o livro: O Ex Excluído veio de uma palavra a qual me identifiquei muito ao ler Paulo Leminski, que era o ex-estranho. E logico que o cantor e compositor Raul Seixas, me inspiraram por demais, pois eu admirava o poder de pensamento que ele tinha pra fazer suas composições, acho incrível.
Então sempre digo que não é preciso esperar a musa aparecer para começar a escrever um livro. Existem várias maneiras de estimular sua criatividade e se inspirar, e isso andou sempre comigo. Então me veio uma tempestade de ideias, e foi como um processo que costumei utilizar é um método que abre mão de formalismos e sistemas definidos para deixar as ideias fluírem livremente. Mesmo porque sou da opinião de, querer colocar no papel o conto ou o romance, ou mesmo o enredo do livro já pronto e organizado é um tremendo desafio, pode estragar a obra e prejudicar a criatividade.
É como disse antes, para os poemas eles saem prontos, às vezes uma revisada, mas ali na hora, e pronto o poema, toma forma, mas com textos longos, temos que pelo menos uma vez, se concentrar no assunto sobre o qual queremos escrever, e sair anotando tudo o que vier à mente. Depois, como eu mencionei usar os dados da escrita, com tudo o que colocamos pôs no papel, organizando as ideias por correlação. Vai ficar muito mais fácil de desenvolver a criatividade.
O que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longo dos anos? O que você diria a si mesmo se pudesse voltar à escrita de seus primeiros textos?
Posso afirmar que meu processo de escrita, se aperfeiçoou mesmo minhas poesias sendo atemporal, começaram a trabalhar mais os do tempo atual em questão, mas estão mais entre o passado e o presente. Apesar de que meus textos são sempre de uma linguagem coloquial, pois se trata da literatura marginal, eu aperfeiçoei alguns poemas e criei outros, com um processo mais adequado para linguagem culta. Não que eu fuja da literatura marginal, mas para sabermos que tudo é literatura, marginal ou não, e tudo que se diz respeito à literatura tem sim seus estudos.
Por tanto, os meus escritos de tempos atrás, vão permanecer, pois é como já mencionei aqui, os poemas que crio estão ligados ao tempo, aos acontecimentos.
Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
Projeto eu tenho vários, na área da cultura e também na educação. Tenho projetos que ainda estão no papel, e formulando ideias. E um desses projetos é na área da educação, desenvolvi um estudo da Geografia na área da cartografia, referente aos espaços e territórios, um estudo do mapa-mundi, para os estudantes do ensino fundamental e médio, este projeto que sei que vai ser realidade, mas não comecei ainda é denominado de: Ponto Gergonais, que tem haver com os pontos cardeais, ele é baseado nas linhas imaginárias do equador e do meridiano de Greenwich, para a leitura do mapa. Já realizo alguns projetos como mencionei todos no incentivo á leitura, mas tenho um projeto que envolve uma série de contextos, econômicos, sociais, administrativos, tecnológicos e de espaço, me refiro a instalar um sebo, pois tenho vários livros estocados em casa e no espaço que realizo o sarau. Montar um sebo on-line, este é meu maior projeto que ainda não comecei.
Agora se tratando de um livro que eu ainda não li, por não existir, que eu também acho que é um projeto que tenho em mente, seria um livro sobre literatura marginal infantil. Eu até tenho alguma coisa escrita que pode se enquadrar neste gênero literário. Mas como meus recursos são frágeis, fica complicada a divulgação deste gênero literário, para que as pessoas entendam se associem e comecem a prestigiar. Tenho eu que publicar obras neste segmento literário, mas em editoras que de retorno aos leitores, e que apostem no projeto. É isso.
Agradecer a Deus por ter me dado o dom das letras, e ao pessoal desta empresa jornalística, por ter dado a oportunidade de relatar um pouco de meus trabalhos, bem como de minha pessoa. Fiquem na paz e se cuidem. Valeu mesmo, e sempre vai valer!