Diego Gregório é jornalista e escritor, autor de Coisas que você mesmo poderia ter dito.

Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
Não tenho rotina para escrever. Isso fez que demorasse ainda mais tempo para me reconhecer como escritor. Mas a Clarice também não tinha então tá tudo certo. Meus poemas e contos nascem sozinhos e muitas vezes eu mesmo me espanto ao final de um texto.
Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita?
Já aconteceu de eu escrever em qualquer hora, as vezes um poema começa a aparecer na fila do banco ou no trânsito, as vezes não consigo dar atenção a ele e ele se perde. Eu sinto muito quando isso acontece.
Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária?
Não.
Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
Eu escrevo notas, pensamentos e frases no bloco de nota do celular que é um equipamento que está sempre comigo. A minha principal pesquisa é a vida, gosto de observas pessoas fazendo coisas cotidianas. As vezes perco a noção do tempo tentando entender quem são aquelas pessoas que estão ali, na minha frente.
Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
Como também sou jornalista, há a outra parte, os textos técnicos que preciso escrever diariamente seguindo um formato. Tenho uma relação de respeito com a escrita poética, pode parecer romântico demais mas é exatamente assim, espero que ela apareça.
Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los?
Não gosto de revisar meus trabalhos, prefiro que outra pessoa o faça. Meu companheiro que é meu crítico mais ferrenho fica com essa missão.
Como é sua relação com a tecnologia? Você escreve seus primeiros rascunhos à mão ou no computador?
Escrevo os rascunhos no celular e de pois no computador. Faz tempo que não finalizo um poema a mão.
De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativo?
O que me inspira é o dia a dia, o que não conhecemos de nós e está ali, a nossa frente, ao toque da mão. Gosto de desmascarar esses sentimentos para mim e fico feliz quando serve também para outras pessoas.
O que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longo dos anos? O que você diria a si mesmo se pudesse voltar à escrita de seus primeiros textos?
“Revise seus trabalhos, se debruce mais tempo em cima de um texto.” (risos) No futuro talvez diga a mesma coisa para o eu de agora.
Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
Sim, estou trabalhando no projeto de um romance, devo começar a escreve-lo com a ajuda da minha mãe e lança-lo em 2023, mas até lá sai mais um de poemas.