Arthur Dantas Rocha é escritor e pesquisador.

Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
Eu tomo café e confiro minhas mensagens e confiro as notícias em 2 ou 3 portais de notícias. Depois começa minha rotina de trabalho normal.
Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita?
Eu acho que trabalho melhor no fim da tarde/início da noite. Não tenho nenhum ritual específico para a escrita, eu só não gosto de sentar na frente do computador de cabeça vazia – eu já começo a escrever com a cabeça fervilhando.
Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária?
Eu escrevo em períodos concentrados mas venho pensando em mudar a metodologia e me forçar a escrever todos os dias. Eu costumo não botar metas, mas escrevo até a exaustão.
Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
Geralmente eu começo a pesquisa mais livremente, deixando o pensamento fluir. Depois que a pesquisa se avoluma eu começo automaticamente e sistematizar as coisas, organizando em blocos, por assim dizer. A partir daí começa a escrita pra valer.
Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
Eu lido mais com o medo de não corresponder às expectativas, o que me faz trabalhar e retrabalhar muito as ideias – sou bastante inseguro quanto as minhas habilidades. Quando a escrita trava, eu costumo ler coisas não relacionadas ao projeto, dando um tempo pra mente entrar nos eixos de novo.
Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los?
Eu mostro trechos do que tô escrevendo, mas no geral eu já tô tão absorto e entretido com o texto que já dou por satisfeito em relação a críticas, por exemplo. Eu sou o crítico mais implacável de mim mesmo. Eu sinto que devia revisar melhor os meus próprios textos – sou revisor de livros de profissão -, porque eles sempre vão cheio de arestas pra edição.
Como é sua relação com a tecnologia? Você escreve seus primeiros rascunhos à mão ou no computador?
Eu faço esquemas e organogramas no papel, pequenas anotações sobre o material de pesquisa e logo parto pro trabalho no notebook.
De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativo?
Minhas ideias costumam partir de indagações mais amplas que costumo ter sobre um tema ou assunto. Acredito que o hábito mais corrente é o de se manter um leitor voraz – eu costumo ler 3 ou 4 livros ao mesmo tempo, mantendo a mente aquecida, inquieta.
O que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longo dos anos? O que você diria a si mesmo se pudesse voltar à escrita de seus primeiros textos?
Passei a ser mais pragmático e me manter mais concentrado no fio da meada, tergiversando menos. Eu dia pro meu eu passado para manter o foco, confiar mais nas primeiras intuições.
Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
Eu tenho um romance histórico a quatro mãos por desenvolver. Já tenho os personagens, o contexto, um enredo… preciso é me organizar em relação ao parceiro.. Eu gostaria de ler mais livros ambientados no interior, tratando sobre universo de classe média baixa, uma parcela quase invisível na ficção.