Alexandra Barcellos é escritora.

Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal?
Eu começo o meu dia fazendo atividades físicas, depois do café da manhã, eu costumo me exercitar das oito até dez horas da manhã. Eu pedalo, corro e faço musculação.
O fato de fazer esportes fomenta muito minha criatividade, isso é comprovado cientificamente por algumas universidades do mundo.
Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita?
Quando eu escrevo narrativas, costumo acordar cedo, tipo cinco da manhã e escrevo até o meio-dia. Reviso posteriormente.
Quando eu escrevo poesias…não tem horário para criar porque ela vem sozinha, mas quando reviso o processo é o de acordar cedo.
Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária?
Poesia, sim. Escrevo todos os dias.
Já os outros gêneros, eu me concentro num período que pode ser de meses ou anos. Já levei seis meses para escrever um livro de 100 páginas, por exemplo. Mas já levei anos escrevendo outro livro com o mesmo número de páginas.
Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita?
Quando eu tenho uma ideia para uma história, eu fico com ela germinando na minha cabeça por um bom tempo, que pode variar de meses até um ano. Nesse interim eu começo a pesquisar sobre o tema que estou pensando. Colho fatos históricos, biográficos, curiosidades, localização…depende do tema.
Gosto muito da parte da pesquisa, muito mesmo.
Depois que tenho todos os dados, começo a narrativa, mas sempre retorno nas pesquisas para um melhor embasamento da história.
Por vezes, pesquiso para escrever poesias também.
Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos?
O processo de ler me tornou uma escritora. Poucas vezes tive bloqueios criativos.
Com relação ao que os outros esperam de mim não tenho poder sobre isso, então não fico perdendo tempo com isso, sério. O tempo que tenho é para me dedicar ao que amo fazer, se não vão gostar é algo que não pode me definir, em contrapartida, muito gostam.
Saber que os projetos existem, mesmo que sejam longos traz uma carga de disciplina muito grande para minha vida. Aliás, essa é uma característica que eu adoro: ser disciplinada.
Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos?
Pelo menos dez vezes. É um pouco chato, mas necessário. Ter bons revisores ajuda muito.
Como é sua relação com a tecnologia? Você escreve seus primeiros rascunhos à mão ou no computador?
Narrativas só no computador. Poesias são no papel e depois no computador, mas é óbvio que se eu não tive acesso ao papel, vai no notes do celular mesmo.
Acho uma maravilha tudo que a tecnologia trouxe para o mundo literário. Em pensar que… na Amazon você pode baixar o teu livro numa vitrine mundial é revolucionário.
De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativa?
Sim. Eu gosto de ler e ouvir documentários sobre assuntos, lugares e pessoas que desconheço. Exemplos: Aurora Boreal, o inventor do piano, Nepal….coisas assim.
Sou naturalmente curiosa desde criança e isso ajudou muito.
O que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longo dos anos? O que você diria a si mesma se pudesse voltar à escrita de seus primeiros textos?
Sou mais assertiva, minhas pesquisas são mais direcionadas, o processo criativo é mais rápido do que nos anos passados. Encurtei o tempo.
Eu diria “Só você é responsável pelo seu grande sonho, não espere por ninguém para realizá-lo”.
Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe?
Tive uma infância cheia de aventuras por todo o Brasil com meus pais e cinco irmãos. Vivíamos nos aventurando por florestas, bosques, praias, seja no Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e outros lugares. Gostaria de publicar, um dia, um livro que já comecei a escrever sobre esse período da minha vida. O livro se chama “Os Irmãos Barcellos E Suas Fantásticas Aventuras”.